A empresa de telecomunicações e tecnologia C Spire, sediada no Mississippi, retirou seus anúncios da Olimpíada de Paris, depois de a cerimônia de abertura mostrar drag queens reproduzindo a Última Ceia de Cristo, uma pintura de Leonardo da Vinci que mostra um momento bíblico importante para a comunidade cristã, com mais de 2 bilhões de integrantes no mundo.
Em uma postagem na plataforma X a empresa se disse chocada com a paródia.
Suzy Hays, presidente da C Spire, que tem mais de 1.500 funcionários, justificou: "Não faremos parte da zombaria ofensiva e inaceitável da Última Ceia".
O governador do Mississippi, Tate Reeves, republicano, apoiou a decisão da empresa de cortar a publicidade sobre os jogos olímpicos. “Deus não será zombado. A C Spire traçou uma linha sensata e apropriada”, disse. “Estou orgulhoso de ver o setor privado do Mississippi tomar uma posição.”
A política francesa Marion Maréchal, membro do Parlamento Europeu, garantiu que a encenação não reflete as opiniões do povo francês. “A todos os cristãos do mundo que estão assistindo à cerimônia de Paris 2024 e se sentiram insultados, saibam que não é a França que está falando, mas uma minoria de esquerda pronta para qualquer provocação”, disse ela.
O empresário Elon Musk juntou-se ao coro dos que desaprovaram a atuação realizada durante a cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris. “Extremamente desrespeitosa para com os cristãos.”
A posição da Igreja
Em um comunicado de imprensa, a Conferência dos Bispos de França destacou que a cerimônia de abertura dos jogos olímpicos “incluiu cenas de escárnio e zombaria do cristianismo".
O secretário-geral da CEF, padre Hugues de Woillemont, destacou na rede social X a contradição entre "a inclusão demonstrada e a exclusão efetiva de certos fiéis, não é necessário ferir as consciências para promover a fraternidade e a sororidade”.
Dom François Touvet, presidente do Conselho de Comunicação da CEF, bispo coadjutor da Diocese de Fréjus-Toulon, “associou-se fortemente” a este comunicado de imprensa da Igreja na França. Em uma postagem nas redes sociais, declarou “protestar, como muitos, contra este insulto escandaloso e grave feito aos cristãos de todo o mundo, sem esquecer os outros excessos do espetáculo”.
Líderes de outras confissões religiosas expressaram a sua solidariedade para com a Igreja Católica francesa, informa o comunicado de imprensa.
“Pensamos em todos os cristãos de todos os continentes que foram feridos pelo excesso e pela provocação de certas cenas”, asseguraram os bispos franceses. “Desejamos que eles compreendam que a celebração olímpica vai muito além dos preconceitos ideológicos de alguns artistas”, continuou a conferência episcopal francesa no comunicado.
Diante de pedidos de explicações, Michaël Aloïsio, porta-voz do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Paris 2024, reagiu nesse sábado, 27 de julho, na Franceinfo: “Assumimos que ultrapassamos a linha”.
No Brasil, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) também criticou a militância LGBT. "Exigem respeito a tudo, menos à nossa fé. São a favor de toda a diversidade, menos a cristã. Pedem tolerância, menos contra quem discorda deles".
O senador amapaense Randolfe Rodrigues, líder do Governo Lula no Congresso Nacional, também criticou a paródia feita na cerimônia de abertura da Olimpíada de Paris. "Não será ofendendo símbolos religiosos que nós promoveremos a inclusão de todos", disse ele.
Internautas chamaram a representação de "canalhice", "escárnio" e "uma violação da fé cristã", uma "afronta aos valores cristãos e um uso provocativo de imagens religiosas para entretenimento", mas houve quem a defendesse, considerando-a "inclusiva".