O maior desmatamento detectado no bioma Caatinga em 2023, no País, tem área de 4.729,99 hectares (1 hectare equivale a 10 mil metros quadrados) e ocorreu no município de Barra, no estado da Bahia.
Segundo o Inema-BA não foi identificada Autorização de Supressão de Vegetação Nativa - ASV.
Em pesquisa ao Diário Oficial da Prefeitura Municipal da Barra foi identificada a existência de 3 ASV emitidas pelo Poder Público Municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente e Turismo, e todas para poligonais indicadas no interior do imóvel citado.
No bioma Mata Atlântica o maior desmatamento registrado tem área de 217,91 hectares e ocorreu no município de Tremedal, também na Bahia.
Técnicos do Inema estiveram em campo para realização de fiscalização ambiental e não obtiveram informações do responsável da área e da supressão observada.
Pela atividade não autorizada de supressão da vegetação nativa serão lavrados autos de infração aplicando a legislação ambiental vigente e emitidos outros desdobramentos, inclusive para recuperação da área.
As informações fazem parte do quinto Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, elaborado pelo MapBiomas, apresentando um panorama do desmatamento em todos os biomas brasileiros entre 2019 e 2023.
Tendências no desmatamento
Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu cerca de 8,56 milhões de hectares de vegetação nativa, sendo mais de 85% na Amazônia e no Cerrado. Em 2023, o desmatamento no Brasil diminuiu em 11,6%, totalizando 1,83 milhão de hectares (Figura RE).
O desmatamento na Amazônia diminuiu 62,2%, com 454,27 mil hectares desmatados em 2023, enquanto no Cerrado aumentou 67,7%, impulsionado pela região do Matopiba. Em 2023, pela primeira vez, o Cerrado ultrapassou a Amazônia, com 1,11 milhão de hectares desmatados.
Pantanal apresentou aumento de 59,2%, com 49,67 mil hectares desmatados em 2023, e Caatinga de 43,4%, com 201,68 mil hectares.
Mata Atlântica e Pampa apresentaram redução, 59,6% (12,09 mil hectares) e 50,4% (1,54 mil hectares) respectivamente.
Houve a integração de um novo sistema de detecção, o SAD Cerrado/IPAM.
O Pantanal teve a maior área média dos desmatamentos (158,2 hectares), com aumento de 35,9% em relação ao ano anterior.
A agropecuária é o principal vetor de pressão, com mais de 97% da perda de vegetação nativa nos últimos cinco anos. Outros vetores incluem garimpo, eventos climáticos extremos, expansão urbana e, na Caatinga, projetos de energia solar e eólica.
Em 2023, pela primeira vez, houve o predomínio de desmatamento em formações savânicas (54,8%) seguido de formações florestais (38,5%). Desmatamento em áreas protegidas:
No ano passado, 96.761 hectares foram desmatados em UCs, uma redução de 53,5% em relação a 2022. Em UCs de Proteção Integral, a redução foi de 72,3%.
Foram observados 20.822 ha de perda de vegetação nativa dentro de TIs, o que representa 1,1% do desmatamento no Brasil no ano. Houve uma redução de mais de 27% no desmatamento em TIs em relação a 2022.
Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu 1.215.096 ha de vegetação nativa dentro de Reservas Legais declaradas no CAR. Isso corresponde a 14,2% de toda a área desmatada no país neste período. Desmatamento em imóveis rurais:
Apesar de 0,96% dos imóveis cadastrados no CAR terem registro de desmatamento em 2023 no Brasil, eles responderam por 86% dos alertas do país.
4,9 milhões de ha foram desmatados após 31 de dezembro de 2020, 57,3% em formações florestais e 38,5% em savanas. Considerando a nova regulamentação da União Européia, a restrição pode afetar cerca de 230 mil imóveis rurais (3,1% dos 7,5 milhões de imóveis cadastrados no CAR). Indícios de ilegalidade ou irregularidade: