Política

Arthur Lira pede que os políticos deixem de prejudicar ajuda ao RS

Lira pediu cautela, prudência, respeito e solidariedade

Foto: Zeca Ribeiro| Câmara dos Deputados
Lira fez um relato da viagem que fez com o presidente Lula

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pediu para deputados de diferentes partidos pararem a politização, a polarização e a discussão ideológica relacionada à maior enchente da história do Rio Grande do Sul. “Pediria a todos os parlamentares que no dia de hoje evitassem qualquer tipo de debate que não mostre cautela, prudência, respeito e solidariedade com o povo do Rio Grande do Sul no Plenário hoje”, disse.

Lira fez um relato da viagem que fez com o presidente Lula; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco; o presidente interino do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin e 13 ministros para ver a extensão dos estragos causados pelas chuvas dos últimos dias no estado gaúcho. “A realidade da brutal catástrofe que aconteceu naquele estado, quando qualquer um vê presencialmente é chocante”, disse.

Segundo Lira, a Câmara precisa votar o reconhecimento do estado de calamidade para que governo estadual, prefeitos e Executivo federal possam traçar uma linha de atuação. “E o Parlamento possa dar as respostas para desburocratizar, atender e apaziguar o sofrimento de um povo que está passando um momento de muita dificuldade.”

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) analisa nesta terça-feira (7) uma proposta legislativa que prioriza a execução de emendas individuais ao Orçamento de 2024 que sejam destinadas a municípios em situação de calamidade pública como a que está acontecendo agora no Rio Grande do Sul após as chuvas intensas. 

A proposta é uma emenda ao projeto (PLN 4/24) do governo que propõe alterações na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024.  O projeto pode ser votado nesta terça na comissão e na quinta, no Plenário do Congresso Nacional.

O projeto faz algumas alterações na lei para, por exemplo, prever que o Executivo irá apoiar o fortalecimento de ações de saúde mental voltadas ao atendimento de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA). O ponto foi objeto de veto do governo à LDO porque citava a ação como uma obrigação do governo que poderia beneficiar entidades privadas.

Foram apresentadas oito emendas e a sugestão sobre as emendas individuais cita especificamente aquelas elaboradas na modalidade “transferência especial”. Essas emendas são diretamente destinadas às prefeituras, sem a necessidade de convênios.

O deputado Marcon (PT-RS) assina a emenda junto com outros 12 deputados da bancada gaúcha. Ele quer priorizar a execução para municípios em situação de calamidade reconhecida pelo governo federal ou em situação de emergência em saúde pública. “O grande volume de chuvas tem provocado estragos e fatalidades, com bloqueios em rodovias, deslizamentos de encostas, alagamentos nas cidades e destruição de pontes, estradas e casas”, justificou.

A Agência Brasil informou que estão sendo levantadas outras possibilidades, como eliminar algumas restrições sobre as transferências especiais. Hoje, elas obrigatoriamente têm que ser alocadas para investimentos em, no mínimo, 70% do valor.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) apresentou emenda ao projeto para suprimir artigo que amplia o poder do governo de alterar classificadores de despesas no Orçamento de 2024. “O problema dessa autorização irrestrita para alteração de RPs (Identificador de Resultado Primário) é que a LOA já autoriza o remanejamento de dotações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de forma bastante ampla”, afirma a deputada. Os classificadores orçamentários definem o impacto de cada despesa no resultado final das contas públicas.