Bahia

Veja o que acontece na Bahia se o nível do mar subir apenas 1 metro

O mundo pode aquecer até 5,7°C até o ano de 2100, com resultados catastróficos

Foto: LEIAMAISba
Confira as áreas que ficarão embaixo d\'água

A organização Climate Central divulgou um mapa interativo que permite simular como várias cidades, ao redor do mundo, podem ser afetadas pelo aumento do nível do mar, caso as metas de redução de emissões de dióxido de carbono (CO2) ultrapassem os 1,5°C previstos no acordo climático de Paris. 

Oceanógrafo e especialista na área de Gestão da Zona Costeira, o professor da Univali Marcus Polette explica que uma forma de reduzir a exposição ao aumento do nível do mar causado pelos efeitos do aquecimento global, estaria no cumprimento das metas previstas no Acordo Climático de Paris, firmado pelos países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, desde a 21ª Conferência das Partes (COP21).

No entanto, o professor avalia que mesmo se todos os países do mundo implementarem todos os seus compromissos climáticos, provavelmente isso já não será o suficiente para manter o aquecimento global em 1.5ºC acima dos níveis pré-industriais, o que os cientistas consideram necessário para prevenir os piores impactos climáticos.

Em um cenário de altas emissões, o IPCC constata que o mundo pode aquecer até 5,7°C até o ano de 2100 – com resultados catastróficos, segundo Polette. Neste cenário, o mar pode invadir áreas litorâneas que, atualmente, são ocupadas por 10% da população mundial, o equivalente a 800 milhões de pessoas.

“As projeções do IPCC avaliam que iremos passar por fenômenos climáticos cada vez mais frequentes e intensos. Um artigo veiculado no jornal francês L´Humanité, há poucos dias, alerta que 20% da costa francesa já está ameaçada. A publicação aponta que, a cada semana, uma área equivalente a um campo de futebol já vem sendo perdida por conta de processos erosivos causados pela elevação do nível do mar. É evidente que estamos cada vez mais sujeitos às mudanças do clima e, ao longo deste século, certamente as futuras gerações sofrerão gravemente com as inconsequentes tomadas de decisões dos seus pais e avós. Ninguém ficará imune, no entanto, as populações mais vulneráveis serão as primeiras a sentirem os efeitos das mudanças climáticas.", alerta o professor.

Para Polette, além de ampliar esforços para reduzir as emissões de CO2, é necessário que os governos estejam preparados para lidar com os impactos decorrentes das mudanças do clima estabelecendo estratégias, com base em informações técnicas, para ordenar o uso e ocupação do solo das cidades.

Na avaliação do pesquisador, a construção dos Planos Diretores precisa, urgentemente, determinar quais locais serão conservados para áreas de escape das inundações - algo que já vem sendo feito em países da Europa – e adotar medidas para prevenir a erosão praial, agravada pelo avanço do mar.

“Os planos diretores municipais precisam incluir políticas fundamentais para o ordenamento do território, fazer adaptações às mudanças do clima, seguir as orientações do Projeto de Gestão Integrada da Orla Marítima, o Projeto Orla, e implementar Leis Municipais para garantir o gerenciamento costeiro. Estamos muito distantes da urgência necessária para mitigar os problemas que, rapidamente, virão em função das mudanças do clima. O aumento da temperatura global será maior a cada ano e isso poderá causar outros problemas graves como a infestação de vetores, a alteração no padrão de várias culturas agrícolas e, inclusive, impactar a economia dos municípios que dependem do turismo de sol e praia", enfatiza.

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