Ciência

EUA chegam de novo à Lua 51 anos depois do último pouso (em 1972)

Uma empresa privada conseguiu pousar na lua um módulo robótico

Foto: Intuitive Machines
O veículo carrega um conjunto de instrumentos científicos

A empresa americana Intuitive Machines, com sede em Houston, no Texas, fez história nessa quinta-feira (22 de fevereiro), ao se tornar a primeira organização privada a colocar uma espaçonave na Lua, seu robô Odysseus (também chamado de "Odie"), perto do pólo sul lunar.

"Podemos confirmar, sem dúvida, que o nosso equipamento está na superfície da Lua”, anunciou o diretor de voo, Tim Crain. 

A última vez que um artefato dos Estados Unidos chegou ao satélite natural da Terra foi em 1972, há 51 anos.;

Odysseus, o módulo robótico de pouso de seis pernas tocou o solo por volta das 20h23, informaram a empresa e comentaristas da Nasa, a agência espacial norte-americana, em transmissão conjunta, do centro de operações da missão da Intuitive Machines.

O pouso se deu em uma região com cerca de 3,5 bilhões de anos, na chamada cratera Malapert (batizada em homenagem a Charles Malapert, astrônomo belga do século 17), no lado da Lua que é visível da Terra e que pode ser o local escolhido no futuro para a chegada de novos astronautas.

Antes do sucesso das Máquinas Intuitivas, apenas as agências espaciais governamentais - dos EUA, União Soviética, China, Índia e Japão - tinham conseguido levar naves espaciais à Lua. Os Estados Unidos foram os únicos que já enviaram seres humanos à superfície lunar.

Em janeiro, outra empresa americana, a Astrobotic, fez uma tentativa, mas seu módulo de pouso Peregrino apresentou problemas técnicos a caminho da Lua e o pouso foi abortado. O robô foi trazido de volta para queimar na atmosfera da Terra.

Os últimos cinco anos acumularam uma série de fracassos - por parte da Rússia, da Índia, do Japão, de uma organização sem fins lucrativos israelense, de uma empresa japonesa , além da Astrobotic.

A próxima missão tripulada, a cargo da Nasa tem data marcada para o fim de 2026, como parte de uma exploração sustentada de longo prazo e um trampolim para eventuais voos humanos para Marte.

A iniciativa concentra-se no polo sul da Lua, em parte porque há suposta abundância de água congelada que pode ser usada para suporte à vida e para a produção de combustível de foguete. Isso significaria que as espaçonaves não teriam que deixar a Terra com todo o combustível necessário para chegar ao planeta vermelho.

A equipe responsável pelo feito histórico do pouso da Odysseus
Foto: Intuitive Machines

Na próxima missão da Intuitive Machines, ainda em 2024, uma nave será lançada em direção ao pólo sul da Lua, desta vez com uma broca projetada para cavar uma crista perto da cratera de Shackleton em busca de gelo. Outra nave, da mesma empresa, será lançada em direção daà borda oeste do lado próximo da lua. Nessa missão, o alvo é uma característica geográfica específica chamada “redemoinho lunar” que possui um campo magnético localizado.