Carnaval / Nordeste

Carnaval em Recife começa com encontro de Bahia e Pernambuco

Primeiro dia de festa no Marco Zero reuniu arte, nostalgia e ancestralidade

Foto: Júlio Gomes | LeiaJá
Tambores na noite de Recife

Foi dada a largada para o Carnaval do Recife. Na noite dessa quinta-feira (8 de fevereiro), o Marco Zero recebeu os apaixonados pela festa para curtir o primeiro dia de programação. Após a lavagem simbólica do ambiente dos shows e das ruas do Recife, que tem o intuito de abençoar o início dos festejos, uma homenagem do Tumaraca ao eterno Naná Vasconcelos fez da abertura do evento um verdadeiro santuário de devoção ancestral.

O público teve a oportunidade de ver nações de Maracatu de Baque Virado exaltando uma tradição que ressalta a importância de uma manifestação livre, afetiva e digna. Assim que as nações de Maracatu se apresentaram, a turma do Olodum foi convocada a dar continuidade à onda de energia no Marco Zero. Diretamente da Bahia, o grupo aterrizou no palco principal do evento para mostrar sua poesia rítmica.

Expoente da cultura afro-brasileira, o conjunto trouxe à capital pernambucana toda sua magia e irreverência. Reverenciando sua história através de vozes e instrumentos potentes, Olodum presenteou os foliões com um repertório recheado de sucessos. Para iniciar o show, a banda foi ovacionada ao interpretar a música Alegria Geral. Colocando o povo para pular e cantar, os músicos emendaram um hit atrás do outro.

O repertório dos baianos contou com Nossa Gente (Avisa Lá), Prefixo de Verão, Baianidade Nagô, Rosa, Deusa do Amor e É Lindo de Se Ver. Revisitando seu legado por meio de letras que marcaram o axé music e o samba-reggae, Olodum levou o povo ao delírio quando foi entoado o sucesso Requebra. Em 1992, a música composta por Pierre Onassis e Nego reforçou ainda mais o poder da banda.

Incluindo no show do Recife releituras do Ara Ketu (Mal Acostumada) e Alceu Valença (Morena Tropicana), Olodum encerrou sua participação no primeiro dia de festa no Marco Zero com o astral da canção Olodum Pra Balançar, mostrando que a conexão Bahia-Pernambuco é costurada pela diversidade enérgica da arte.

Dando sequência à programação, a Orquestra Popular do Recife anunciou a chegada do Carnaval com o melhor da sonoridade pernambucana. Sob o comando do Maestro Ademir Araújo, carinhosamente conhecido como Maestro Formiga, os instrumentistas transitaram pelos ritmos que fazem do Carnaval do Recife um ato democrático.

Marron Brasileiro, um dos artistas mais renomados da cena cultural do estado, não deixou ninguém parado. O cantor interpretou hits bastante conhecidos como É Tanto Amor, Galera do Brasil e Arrea a Lenha. Já André Rio, outro astro da música pernambucana, fez o chão do Marco Zero tremer com Chuva de Sombrinhas, O Bicho Vai Pegar e Último Regresso. Juntos com a Orquestra Popular do Recife, Marron e André só reforçaram a grandiosidade dos costumes que embalam os passos daqueles que sabem aproveitar com louvor os dias carnavalescos.