Economia

Saiba como economizar na ceia do fim de ano e em presentes de Natal

Educadora financeira dá dicas para não estourar o orçamento

Foto: Pexels/Creative Commons

Os presentes de Natal são devoradores de orçamentos

Segundo uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o brasileiro está um pouquinho mais disposto a gastar; tanto que o Natal de 2023 deve ter aumento de 5,6% nas vendas.

A educadora financeira Aline Soaper analisa que é preciso cautela para não acumular dúvidas. E mais: se organizar para ingressar 2024 com mais consciência e saúde financeira.

"O final de ano traz o impulso de gastar mais com presentes, festas e até renovar utensílios domésticos, é o senso de renovação. Mas no mês seguinte teremos as contas para pagar, por isso o planejamento é essencial. Se deixar levar pelo impulso do momento pode trazer problemas que vão se arrastar por todo o ano.", adverte a educadora financeira e idealizadora do Instituto Soaper.

Aline alerta que, mesmo diante do cenário favorável, os brasileiros precisam se planejar para evitar gastos excessivos com o cartão de crédito e fazer pesquisa de preços, seja nos supermercados ou no varejo, para economizar. Visando evitar iniciar o ano de 2024 com dívidas, a educadora financeira lista algumas dicas que podem fazer a diferenças na hora de fechar o orçamento deste último mês do ano. :

Adaptar o orçamento à realidade da família - É normal que todas as famílias queiram ter uma ceia boa e farta, mas para isso é preciso adaptar o orçamento à realidade atual, utilizando técnicas que vão evitar o endividamento.

“No caso das nozes, amêndoas e avelãs, o ideal é trocar por frutas da estação, porque mesmo que estejam mais caras é possível economizar. No caso do peru de Natal, a tradição pode ter um substituto à altura, como o tradicional frango. Quando bem temperado e feito, esse item não deixa nada a desejar”, explica Aline Soaper.

Produtos nacionais - Outra dica para evitar estourar o orçamento está nas boas escolhas para a ceia de Natal. Neste caso, nas festas de fim de ano, é comum que muitas pessoas prefiram um bom vinho. Mas, como o dólar continua alto, o ideal é apostar nos vinhos nacionais, que têm preços melhores.

"A maioria dos produtos da Ceia de Natal são importados e, com o dólar na faixa de 5 reais, é natural que esses itens estejam mais caros. Então para driblar esse aumento e evitar gastos acima do necessário, devemos dar preferência aos produtos nacionais, comprando sempre com antecedência, para aproveitar os melhores preços do mercado", explica Aline Soaper.

Faça o planejamento do orçamento - Tanto na hora da ceia quanto na escolha dos presentes de Natal, o indicado é fazer um planejamento financeiro, ou seja, avaliar quanto é possível gastar com cada item.  Na busca por agradar tudo e a todos, muitas famílias acabam fazendo novas dívidas. Por isso, na hora de ir às compras, tenha sempre uma lista em mãos.

"Não adianta você querer dar presente para todos sem ter dinheiro disponível para isso. Então, liste as pessoas mais importantes para presentear. Se você tem R$ 200 e quer presentear 20 pessoas, é preciso saber que o teto de gastos para cada uma delas será de R$10. Nessas horas, a criatividade precisa ser usada. É preciso adaptar o orçamento para a cada realidade", diz.

Pesquise os preços - Ao comprar qualquer item, a pesquisa de preços é essencial. Segundo a educadora financeira, nessa hora, o ideal é avaliar os preços nas lojas físicas e online, que costumam ter promoções diferenciadas. “Afinal, é normal encontrar o mesmo item mais barato no site do que na própria loja. Isso acontece porque as empresas têm menos custos com as operações online e podem oferecer descontos mais atrativos", explica Aline Soaper.

No entanto, no caso da loja online, o consumidor deve ficar atento a fatores como: a veracidade do site; os comentários das pessoas que já compraram e receberam; e as políticas de devolução, que podem mudar de loja para loja.

Cartão presente - Uma dica para economizar nos presentes de Natal deste ano vai para aqueles que têm dúvidas sobre o que dar e medo de gastar com algo que não será usado pela pessoal a qual deseja presentear. Neste caso, uma possibilidade é investir nos cartões de presentes. “Basta colocar o valor que você reservou, carregar o cartão da loja escolhida e presentear quem você deseja", conclui Aline.

Cuidado com as dívidas

Para Túlio Matos, sócio fundador da iCred, fintech sergipana dee empréstimo pessoal e consignado, as pessoas só precisam tomar cuidado com uma questão neste embalo de compras nos últimos meses do ano: as dívidas. O último levantamento do Mapa de Inadimplência do Serasa mostra que cerca de 71,95 milhões de brasileiros estavam com nome restrito em outubro deste ano, um crescimento de 130 mil pessoas em relação a setembro. 

A fim de aproveitar promoções, presentear familiares, organizar a ceia e comprar produtos novos, os consumidores tomam decisões, buscam soluções financeiras, muitas vezes burocráticas, e acabam se enrolando financeiramente. “As pessoas não precisam deixar de comprar ou aproveitar o período, basta só ter o controle do seu planejamento e escolher caminhos mais práticos e desburocratizados”, comenta Túlio. 

Para ter equilíbrio financeiro, mesmo com os gastos extras de fim de ano, é necessário saber organizar as finanças. Para isso, é recomendado anotar os custos fixos, categorizar as despesas, ter um controle de gastos variáveis e, se possível, guardar parte do 13º salário para o início de 2024. A reserva de emergência pode ajudar com o manejo de imprevistos e outros gastos comuns nesse período.

Outra dica é  fazer uso de aplicativos que forneçam um sistema de organização financeira prático, para saber com clareza quanto se pode gastar sem comprometer os objetivos pessoais e entender qual é o melhor caminho para adquirir um produto — se à vista ou parcelado, no débito ou no crédito. Com isso, mesmo que necessite de ajuda financeira, terá tempo hábil de estudar a melhor solução de créditos e empréstimos do mercado, que se tornaram um alívio para os consumidores nos últimos anos.