Já chega a nove o número de mortos suspeitos de integrarem a organização criminosa que entrou em confronto com policiais no bairro de Valéria, em Salvador, no dia 15 de setembro, e que resultou na morte do policial federal Lucas Caribé Monteiro.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública da Bahia, os suspeitos morreram em outros confrontos com a polícia nos últimos dias.
No domingo (17), forças policiais do estado e federal fizeram uma busca em imóveis e áreas de mata fechada na região do Subúrbio Ferroviário.
Novos imóveis e outras regiões de mata fechada foram visitados na capital baiana, nesta terça-feira (19).
A secretaria informou a apreensão de pistolas, rádios comunicadores, fuzis, carabina, submetralhadora, carregadores, munições e peças de uma moto roubada.
Informações sobre os traficantes podem ser enviadas através do telefone 181 (Disque Denúncia da SSP). O sigilo é garantido.
Morte de policial
O agente Lucas Caribé integrava a operação formada por cerca de 100 agentes das polícias Federal, Militar e Civil, que cumpria ordens judiciais, em Salvador, à procura de foragidos, armas, munições e entorpecentes. Ele estava lotado no Grupo de Pronta Intervenção (GPI) da Bahia.
Na mesma operação, um outro agente da PF e um investigador ficaram feridos. No confronto quatro membros da facção criminosa também morreram.
Recompensa
O governo da Bahia anunciou um reajuste nos valores pagos por armas de fogo apreendidas por policiais. A medida foi publicada por meio de decreto no Diário Oficial do Estado (DOE) no sábado (16). Com o reajuste os novos valores terão acréscimo de 50%, em média.
Na tabela atualizada, a apreensão de revólveres passará de R$ 1.200 para R$ 1.800; de pistolas e espingardas de R$ 2.400 para R$ 3.500; e de fuzis de R$ 6 mil para R$ 9 mil.
Na avaliação do especialista em segurança pública Júlio Hott a iniciativa do governo é positiva. Ele ainda destaca que, estatisticamente, em regiões onde medidas parecidas com essa foram aplicadas, o índice de violência diminuiu.
“Todas as medidas nesse sentido foram positivas. Desde o estatuto do desarmamento, em 2003, todas as vezes que o estado incentivou a entrega de armas, tentou de alguma forma recolher armas. Essa de pagar pelas armas é uma política pública interessante, porque desperta a ambição em quem está perto, além de poder entregar essa arma e receber um valor. Tudo isso é positivo sobre esse aspecto de retirar da área urbana o maior número de armas possíveis e às vezes em que isso aconteceu foi positivo para a diminuição da violência”, afirma.
Segundo o governo do estado, a medida tem como objetivo “reconhecer o esforço diário dos policiais militares e civis no combate ao crime organizado”.
Por meio de nota, o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, informou que, “em 2023, as forças de segurança apreenderam pouco mais de quatro mil armas de fogo na Bahia”.
Violência
Segundo dados do Instituto Fogo Cruzado — entidade que usa tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada — em agosto deste ano foram mapeados 186 tiroteios, que resultaram na morte de 163 pessoas e deixaram 45 feridas em Salvador e na região metropolitana. Do total de tiroteios, 64 deles ocorreram durante ações e operações policiais e 19 em meio a disputas entre grupos armados. Salvador e Camaçari foram os municípios com maiores números de violência armada.
O município de Camaçari está na lista das cidades mais violentas do país, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023. Dos 50 municípios elencados na lista, 12 estão na Bahia. São eles: Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho, Feira de Santana, Juazeiro, Teixeira de Freitas, Salvador, Ilhéus, Luís Eduardo Magalhães, Eunápolis e Alagoinhas.