Cinema

Longa Canção ao Longe estreia nos cinemas

Filme acompanha a busca da jovem negra Jimena por sua identidade e lugar no mundo

Foto: Divulgação
Canção ao Longe

Novo longa-metragem da realizadora Clarissa Campolina, Canção ao Longe chega aos cinemas nesta quinta-feira, 6 de julho. Produzido pela Anavilhana e distribuído pela Vitrine Filmes, por meio do projeto Sessão Vitrine, o drama de ficção fez carreira no circuito de festivais pode ser visto nas seguintes praças: São Paulo, Rio de Janeiro, Afogados da Ingazeira, Aracaju, Balneário Camboriú, Belo Horizonte, Brasília, Caxias do Sul, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Palmas, Porto Alegre, Rio Branco e Salvador.

Canção ao Longe acompanha a busca da jovem negra Jimena (Mônica Maria) por sua identidade e por seu lugar no mundo. A jovem deseja mudar-se da casa, que compartilha com a mãe e a avó, e onde se sente deslocada. Ela também precisa romper com seu pai, com quem mantém uma troca de cartas à distância. Nesse movimento, Jimena lida com sua origem, seu corpo, suas escolhas e se depara com o silêncio de suas relações familiares. Através do seu olhar, o filme levanta questões sobre classe, família, tradição, raça e gênero.

O filme trata do rito de passagem para a vida adulta da jovem arquiteta Jimena, protagonizado pela atriz, artista visual e tatuadora Mônica Maria, em seu primeiro papel em longa-metragem. O projeto do filme começou no ano de 2012 e a chegada de Mônica foi transformadora no desenvolvimento das ideias iniciais e roteiro do filme, assinado por Clarissa Campolina, Caetano Gotardo e Sara Pinheiro. “Havia o desejo de trazer para o centro da narrativa, o retrato íntimo das relações familiares e sociais, a fim de revelar fissuras e colocar em xeque as estruturas em que nos moldamos. O encontro com a Mônica Maria modificou e enriqueceu as questões a serem trabalhadas no filme. Mônica é uma mulher preta e a questão racial passou a ser fundamental para a narrativa e todo o processo do filme, desde sua escrita, até a pesquisa, produção, ensaios com os atores e atrizes e a relação dos corpos com o espaço urbano”, conta Clarissa.

A narrativa foca na história de uma protagonista feminina, forte e firme, silenciosa e atenta, e o espectador é lançado para dentro das imagens e, talvez, devolvido com elas para dentro de si – numa câmera que acompanha de perto a protagonista. É um filme sobre a experimentação e a descoberta de si e, no limite, sobre a aposta de que esse movimento é o nosso lugar, íntimo e também coletivo. Produzido pela Anavilhana, o longa é a estreia na direção solo de Clarissa Campolina e traz no elenco Margô Assis, Matilde Biadi, Ricardo Campos, Jhon Narvaez, Enzo Daniel, Carlos Francisco (o Damiano de “Bacurau”, direção de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e o Wellington de “Marte Um”, direção de Gabriel Martins).

Canção ao Longe cria um universo rico, diverso e único ao destacar a paisagem urbana da capital belo-horizontina junto a paisagem sonora do filme. Edificações antigas, viadutos, comércios do centro e novas construções se ambientam ao som de Juçara Marçal, Matéria Prima, Marina Cyrino, Patrícia Bizzoto, Nathália Fragoso, Kainná Tawá, Juliana Perdigão (interpretando “Alguém Cantando”, de Caetano Veloso) e da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sob a batuta do maestro Sérgio Gomes (interpretando Schumann).

Ficha Técnica
Direção: Clarissa Campolina
Produção: Luana Melgaço
Elenco: Mônica Maria, Margô Assis, Jhon Narvaez, Matilde Biadi, Ricardo Campos, Enzo Daniel, Carlos Francisco
Direção Assistente: Luiz Pretti
Cartas: Paula Santos, Luiz Pretti
1ª Assistente de Direção: Paula Santos
Roteiro: Caetano Gotardo, Clarissa Campolina, Sara Pinheiro
Produção Executiva: Joana Rennó, Luana Melgaço
Direção de Produção: Camila Bahia, Laura Godoy
Direção de Fotografia: Ivo Araújo Lopes
1º Assistente de Câmera: Leandro Gomes
Direção de Arte: Thais de Campos
Figurino: Marina Sandim
Técnico de Som: Gustavo Fioravante
Montagem: Luiz Pretti
Edição e Desenho de Som: Pablo Lamar
Finalização: Lucas Campolina
Identidade Visual e Créditos: Mariana Mansur
Empresa Produtora: Anavilhana
Gênero: Drama
Duração: 75 minutos
Distribuidora: Vitrine Filmes

Clarissa Campolina
Clarissa Campolina é sócia da produtora Anavilhana e trabalha como diretora, roteirista, montadora, professora e curadora. Seus filmes foram exibidos e premiados em festivais em Brasília, Locarno, Oberhausen, Buenos Aires, entre outros. “Girimunho”, seu longa de estreia, teve sua première internacional no Festival de Cinema de Veneza em 2011 e recebeu prêmios em Veneza, Mar Del Plata, Nantes, Havana. Em 2022, lançou o seu segundo longa-metragem, “Enquanto Estamos Aqui”.

A Anavilhana
A Anavilhana surgiu do encontro entre Clarissa Campolina, Luana Melgaço e Marília Rocha. Fundada em 2005, a produtora reúne mais de 20?anos de experiência de suas sócias, com o desejo de articular pesquisa, formação, produção e criação audiovisual.

Desenvolve projetos de suas integrantes e estabelece parcerias com diretoras e diretores independentes, produções associadas e coproduções dentro e fora do Brasil. Seu trabalho é norteado pela criação de desenhos de produção mais adequados a cada novo projeto, pelas trocas com outras produtoras e realizadores e pelo investimento na pesquisa de linguagem. Tudo isso desde a sua origem, quando as três sócias integraram o grupo Teia (www.teia.art.br).

Até o momento, a Anavilhana lançou mais de 30?obras audiovisuais, com ampla participação no mercado de cinema autoral: curtas e longas-metragens, instalações, séries de TV e teatro. Teve trabalhos oficialmente selecionados e premiados festivais nacionais como: É Tudo Verdade, Festival de Brasília, Festival do Rio, Mostra de Tiradentes; em festivais internacionais como: Berlinale,?Veneza, Toronto, San Sebastian,?Locarno, Roterdã,?Visions?du?Réel,?DocLisboa; e em museus de arte do mundo: Centre Georges Pompidou, MoMA, Inhotim. Suas produções também estiveram destacadamente presentes no circuito comercial de cinema e em plataformas de streaming no Brasil e no exterior.

E para quem se pergunta o que significa Anavilhana: o arquipélago de Anavilhanas, um dos maiores do mundo, situa-se no Rio Negro, na região amazônica. Este conjunto de ilhas fluviais inspirou a escolha do nome da produtora, ao entender que um arquipélago só se faz na autonomia de suas ilhas e na união de todas elas.