Televisão

Diretas Já, série inédita de Paulo Markun, estreia na TV Cultura

Em seis episódios, a atração vai ao ar a partir deste sábado (14/1), às 22h30

Foto: TV Cultura - divulgação
Diretas Já

Com direção e apresentação do jornalista Paulo Markun, estreia na TV Cultura neste sábado (14/1), às 22h30, a série inédita Diretas Já. Em seis episódios de 52 minutos, a produção compõe um amplo painel da luta pela democracia no Brasil, desde o golpe de 1964 até a posse de José Sarney, em 1985, antes de rememorar e contextualizar um dos momentos mais importantes da história recente.

A partir de 143 depoimentos exclusivos de personalidades, lideranças e cidadãos e de uma vasta coleção de imagens atuais e de época, Markun revisita a mobilização dos brasileiros que saíram às ruas de Norte a Sul do Brasil, em busca da democracia, e desvenda os bastidores da cena política daquele momento e dos anos de chumbo que a antecederam. "A série remete ao golpe de 1964, passa pelo movimento estudantil, pela Frente Ampla, anticandidatura, resistência do MDB, AI-5, anistia, greves operárias, fim da censura, eleições diretas para governador e desemboca no engajamento da sociedade civil em torno da emenda Dante de Oliveira e da derrota no parlamento, que levaria à eleição indireta de Tancredo Neves, à posse de José Sarney e aos dias de hoje, afinal", explica o jornalista.

Paulo Markun, que participou ativamente da campanha das Diretas Já, como jornalista e militante, iniciou o projeto em 1987: “Naquela época, a primeira eleição direta para presidente da República já estava marcada. Na Unicamp, coordenei o curso “Brasil: Memória Política”, um conjunto de eventos em que sete protagonistas percorreram parte da história política recente - Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho (o capitão Sergio Macaco do caso Para-Sar), Fernando Gabeira, Luiz Inácio Lula da Silva, Mario Covas, Leonel Brizola, Almino Affonso e Fernando Henrique Cardoso. Em 2014, retomei o projeto, que resultou num site e em dois livros agraciados com o prêmio Jabuti e agora na série de documentários que, numa TV pública e aberta como a Cultura, torna ainda mais democrático o acesso a esse importante acervo. Para isso, tive o apoio do Instituto de Cultura Democrática, da Uninove e da produtora Imagemix, da jornalista Teresa Cristina Miranda, que também viveu aquela onda democrática”.

Confira a sinopse do primeiro episódio

Paulo Markun relembra o começo da campanha, com o baile das Diretas, que levou bandas de rock para o palco de uma danceteria em São Paulo, no dia 31 de março de 1984. Aos 32 anos, Markun foi um dos mestres de cerimônia daquela noite. Ao lado da atriz Tânia Alves, apresentou Beth Carvalho, Elza Soares, Moraes Moreira e um novo grupo de rock, cuja canção Inútil estava bombando naquele momento: o Ultraje a Rigor.

Foi esse o momento em que a bandeira da Diretas Já começou a se tornar efetivamente suprapartidária. A mobilização girou em torno de uma emenda parlamentar apresentada por um jovem deputado, Dante de Oliveira, e já tinha conquistado a adesão de parte dos parlamentares e até sido motivo de pelo menos dois comícios: o primeiro, pouco citado, aconteceu em Abreu e Lima, cidade próxima a Recife, em 31 de março de 1983. O segundo foi diante do estádio do Pacaembu, em São Paulo, em novembro de 1983.