Rio de mIudezas é o novo livro da poeta Lita Passos que foi lançado no dia 15 de dezembro as 19h no Beco do França, Rio Vermelho.
É a própria poeta quem responde o que é esse Rio de Miudezas quando diz: Minha poesia? É atravessada pelas dores coletivas desse tempo em que eu vivo as questões sociais e ambientais, morte e vida. Meus versos trazem em si uma linguagem simples, com versos livres, e expressam meus sentimentos e olhar de mundo, humanidades, esperançar, meus posicionamentos e minhas escolhas onde não cabem preconceito, racismo, homofobia, machismo e ditadura. Dessa forma registro poeticamente a danação e o sagrado desse tempo, e arrisco ir além do imaginário ancestral fundo e alto, onde a dança das palavras, a música e a poesia são um só código, um só símbolo, um Sol em conjunção com a Lua em puro encantados.
A poeta Clarissa Macedo, apresentadora do livro Rio de Miudezas, diz que a poesia de Lita Passos, evoca algo raro nas páginas da atual história do Brasil: ternura.
“Predominantemente verbal, o Rio de Lita trafega pelas miudezas políticas, ancestrais, sagradas e do amor, desfiando versos como: “Nova canção no cordão umbilical de Marias” (Oferenda), “Teu falo em riste desenha / beleza no céu de minha boca” (Conjunção) e
Meu coração tremula e cora
O meu amor à vida
Divina a luta de rezadeira
Carrego uma bandeira
Bordada de espinhos e estrelas
Trecho retirado do poema “Libertária”. Cada capítulo conta uma história, constrói narrativas em torno de universos forjados a partir do mote das seções do livro. “
Na orelha do livro a escritoria Rita Queiroz chama a atenção dizendo que “Navegar por esse Rio de miudezas é buscar a liberdade perdida nos subterrâneos, o avesso do que somos e do que impomos e nos impõem, nosso elo dentro do labirinto, a nossa essência.
O Rio de miudezas construído pela poeta Lita Passos se divide não apenas em nascente, curso, margens e foz, mas em miudezas políticas, miudezas ancestrais, miudezas sagradas e miudezas do amor. As miudezas que nos compõem enquanto seres deste mundo real e aparente, irreal e subjacente, mundo utópico que vive dentro da gente, no qual vislumbramos um futuro que não seja de horrores, mas de poesia.
Editora Mondrongo