Brasil / Economia

Consumo das famílias cresce mais de 2% no País desde início de 2022

Os dados são da Associação Brasileira de Supermercados

Foto: LEIAMAISba
Em maio houve menor variação nos preços

O consumo nos lares brasileiros registrou queda de 3,47% em maio na comparação com abril. Em relação ao mesmo período de 2021, houve alta de 0,39%. No acumulado do ano tem-se expansão de 2,02%.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (14 de julho), em São Paulo, pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A queda da inflação em maio refletiu em menor variação nos preços da cesta de alimentos.

Segundo o vice-presidente institucional da Abras, Marcio Milan, a expectativa é de que a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre os combustíveis, que impacta o frete, a queda do desemprego e os novos recursos que devem ser injetados na economia decorrentes da Proposta de Emenda à Constituição – a chamada PEC dos Benefícios - contribuam para o consumo nos lares.

“Estamos confiantes na sinalização dos analistas de mercado para uma inflação em menor patamar para o próximo mês, o que pode diminuir o preço da cesta de alimentos”, disse Milan.

Segundo dados da Abras, o valor da cesta de 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza) sofreu reflexo da queda da inflação de maio. A variação em maio foi de 0,94%, sendo a menor alta desde janeiro. Com isso, o preço médio da cesta nacional passou de R$ 758,72 em abril para R$ 765,82 em maio. Já no acumulado do ano houve alta de 9,32% e, em 12 meses, a variação foi de 17,20%.

As maiores altas de janeiro a maio foram do feijão (28,46%), leite longa vida (28,04%), óleo de soja (22,57%), farinha de trigo (21%), café torrado e moído (14,63%), massa sêmola de espaguete (12,12%), margarina (8,94%), arroz (2,59%) e açúcar (0,61%).

No sentido contrário, aparecem os cortes da carne bovina que apresentaram queda em maio devido à baixa demanda: traseiro (-0,84%) e dianteiro (-0,07%). No entanto, no acumulado do ano os dois itens tiveram alta de 4,84% e 4,87%.

No grupo de higiene e beleza, os produtos com maior variação positiva nos preços foram o sabonete (12,64%), xampu (6,31%), creme dental (6,24%) e papel higiênico (5,26%). Na categoria limpeza, as maiores variações foram puxadas por sabão em pó (10,62%), detergente líquido para louças (6,24%), desinfetante (4,78%) e água sanitária (4,66%).

A Região Sul apresentou a maior variação no preço médio da cesta, com alta de 2,10%, passando de R$ 842,49 em abril para R$ 860,15 em maio. Em 12 meses, a variação é 21,22%, a maior dentre as cinco regiões do país.

Já a região Sudeste teve recuo de 0,10%. O preço médio da cesta caiu de R$ 748,05 em abril para R$ 747,31 em maio. Nos últimos 12 meses, a variação é de 19%.

Nas outras regiões, as variações no acumulado dos 12 meses foram: Nordeste (18,17%), Centro-Oeste (15,35%) e Norte (12,03%).

Crescimento da economia

O governo federal aumentou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) este ano. Com a nova estimativa, o crescimento da economia passou de 1,5% para 2%. Para o próximo ano, foi mantida a projeção de crescimento de 2,5%. As informações constam do Boletim Macrofiscal, divulgado hoje (14) pelo Ministério da Economia.

Além da expectativa de alta do PIB, o governo diminuiu a previsão da inflação para este ano medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 7,9% para 7,2%. Essa projeção já incorpora o impacto de medidas legislativas aprovadas nos preços de combustíveis, energia elétrica e comunicação.

Apesar da redução, a inflação ainda está acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 3,5%, com intervalo de variação de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.

No ano, o IPCA acumula alta de 5,49% e, em 12 meses, o índice registra alta de 11,89%. Já para o próximo ano, o resultado da inflação foi reavaliado de 3,6% para 4,5%. A meta estabelecida pelo CMN é de 3,25%, com o mesmo intervalo de tolerância.

Segundo o boletim, entre outros fatores, a revisão positiva para o PIB está relacionada ao desempenho da atividade econômica. Pesquisas mensais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram um crescimento me´dio mensal na margem nos meses de abril e maio da indústria geral de 0,2% e na indústria da transformac¸a~o de 0,4%.

“Outra e^nfase que fundamenta a mudanc¸a da projec¸a~o do PIB neste ano se da´ pelas alterac¸o~es no mercado de trabalho, cuja variac¸a~o da populac¸a~o ocupada (PO) no trimestre mo´vel findo em maio de 2022 e´ de 10,6% em relac¸a~o ao mesmo peri´odo do ano anterior. Essa variac¸a~o interanual significa um incremento da populac¸a~o ocupada de 9,4 milho~es de trabalhadores”, diz o boletim.

O ministério destaca, porém, que o cena´rio internacional continua desafiador, com redução na perspectiva do crescimento global e o patamar ainda elevado dos prec¸os das commodities de energia e alimentos.

As estimativas de crescimento do PIB dos pai´ses desenvolvidos foram revisadas de 3,8%, no ini´cio do ano, para 2,6%, no final de junho de 2022. No caso dos países emergentes, cujas projec¸o~es foram alteradas de 5% no início do ano para 3,7% no final de junho, segundo a Bloomberg.

“Essas revisões, em grande medida, sa~o respostas a` deteriorac¸a~o do cena´rio geopoli´tico – guerra no Leste Europeu – e da piora das condic¸o~es financeiras, explicada pela elevac¸a~o da curva de juros. A taxa de juros mensal para cinco anos nos Estados Unidos atingiu o maior patamar desde 2008. Resultado semelhante ocorre para a Alemanha, Franc¸a e outros pai´ses europeus cujo ni´vel da taxa de juros esta´ no maior patamar desde a crise de 2012”, diz o boletim.