
Em partida realizada nesta quinta-feira (2 de outubro) no estádio Manoel Barradas, o Vitória venceu o Ceará por 1 a 0, com gol de Zé Marcos aos 19 minutos do primeiro tempo. O confronto foi válido pela 26ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A.
Vitória e Ceará entraram em campo com chances e objetivos distintos na temporada. O rubro-negro baiano está em situação delicada, ocupando o 18º lugar na tabela, com 22 pontos, e acumulando três derrotas nos últimos três jogos -- circunstância que coloca enorme pressão sobre o time que joga em casa. ge
Por outro lado, o Ceará ocupa a 11ª posição, com 31 pontos em 24 jogos, e chega embalado após vitória expressiva sobre o São Paulo, atuando no Morumbi.
O duelo no Barradão era visto como oportunidade para o Vitória reagir, valendo também como teste para a consistência do time em momentos de adversidade.
O estádio Barradão, casa do Vitória, tem capacidade para cerca de 30.793 espectadores, sendo palco frequente de decisões e dramas do clube baiano.
Como foi o jogo
Desde os minutos iniciais, o Vitória mostrou disposição ofensiva, tentando pressionar o Ceará e aproveitar jogos pelas laterais. O plano de Jair Ventura parecia vislumbrar um meio-campo mais leve com Matheuzinho assumindo funções de armação, o que permitiria a Aitor Cantalapiedra atuar mais adiantado.
Aos 19 minutos, ocorreu o momento decisivo: Zé Marcos, zagueiro do Vitória, aproveitou escanteio ou jogada de bola parada para abrir o placar, marcando 1 a 0 para o time da casa.
Após o gol, o Ceará tentou reagir, buscando espaços, mas esbarrou em uma defesa sólida e bem organizada do adversário. O Vitória se fechou com ordem, neutralizou bem os ataques adversários e explorou contra-ataques para manter o controle da partida.
No segundo tempo, o Ceará oscila entre risco e tática ofensiva, mas encontrou dificuldades para romper o bloco defensivo do Vitória. O time baiano, por sua vez, apostou em solidez, disciplina e pressão momentânea quando teve oportunidade.
Nas estatísticas do jogo, o Vitória venceu com 1 a 0 e não sofreu gols — uma combinação rara para um time que enfrenta tantas fragilidades defensivas ao longo da temporada. O Ceará teve posse de bola, tentou cruzamentos e ataques pelas pontas, mas não estabilizou jogadas que rompesse a muralha adversária.
Aos minutos finais, com o relógio como adversário, o Vitória soube administrar bem o resultado, segurando o Ceará e garantindo os três pontos no Barradão.
Análise técnica
Vitória: resiliência e estratégia bem executada
O grande mérito do Vitória nessa vitória residiu na combinação entre solidificação defensiva e exploração eficiente de bola parada. O gol de Zé Marcos é prova de que equipes com fragilidade ofensiva precisam capitalizar oportunidades mais fixas.
Jair Ventura acertou ao ajustar o sistema defensivo e escalar jogadores com perfil de combate e intensidade. O meio-campo teve presença, inteligência na cobertura e capacidade de transição rápida. A linha de quatro defensores foi compactada e eficiente para fechar as vias centrais.
Mesmo com limitações técnicas e elenco curto, o Vitória soube dosar suas ações, evitando se expor demais no contra-ataque e fazendo o jogo no momento correto. O domínio emocional em casa foi evidente: a torcida empurrou, o time reagiu à pressão externa e transformou o Barradão em fortaleza.
Ceará: dificuldade de adaptação e carência ofensiva
Apesar do momento favorável e da vitória anterior importante, o Ceará repetiu um problema frequente: falta de objetividade ofensiva contra adversários bem estruturados. Sem poder contar com Dieguinho, o meio-campo perdeu fluidez e criatividade.
O time cearense teve posse de bola parcial, transições pontuais, mas esbarrou em falta de articulação. Os alas e pontas tentaram agir, mas os cruzamentos não encontraram destinatários, e o centroavante não recebeu suporte suficiente.
Além disso, o Ceará não soube manter volume ofensivo constante. Quando pressionava, desorganizava-se defensivamente, o que permitiu ao Vitória explorar contra-ataques e bolas enfiadas. A alternativa mais eficiente seria insistir no jogo pelas laterais e tentar infiltrações diagonais, mas faltou wrap-around tático.
Consequências e implicações
Com a vitória, Vitória volta a sonhar com possibilidade de reação na Série A. Embora ainda esteja no Z-4, o clube ganha confiança e elementos para sua recuperação no segundo turno. A própria tabela favorece confrontos diretos, e o triunfo frente ao Ceará dá novo panorama ao plantel e à torcida.
Para o Ceará, o revés representa um tombo em suas aspirações de se aproximar da zona de classificação para torneios continentais. O time deixa de somar uma unidade longe de casa e mostra que ainda precisa ajustar mecanismo ofensivo para garantir regularidade.
Próximos compromissos
Para o Vitória, a missão será aproveitar o momento para confirmar em casa contra adversários diretos. A consistência será exigida para que a equipe consiga sair da zona crítica.
O Ceará volta para casa com a necessidade de reequilibrar o time, ajustar o modelo ofensivo e recuperar o moral na sequência da Série A.
O triunfo do Vitória por 1 a 0 sobre o Ceará é mais do que três pontos no retorno ao Barradão: é um alento para um clube em dificuldades e uma demonstração de que estratégias bem definidas e execução concentrada podem superar crises. Para o Ceará, é um alerta -- o futebol exige articulação ofensiva e resiliência mental para enfrentar os desafios longe de casa.
Vitória
Lucas Arcanjo; Lucas Halter, Camutanga e Zé Marcos; Raúl Cáceres (Claudinho), Baralhas, Ronald Lopes, Cantalapiedra (Matheusinho) e Ramon (Pepê); Erick (Osvaldo) e Renato Kayzer (Renzo López). Técnico: Jair Ventura
Ceará
Bruno Ferreira; Fabiano Souza, Marcos Victor, William Machado e Matheus Bahia; Richardson (Vina), Lourenço (Lucas Mugni) e Fernando Sobral (Vinícius Zanocelo); Galeano (Paulo Baya), Pedro Raul e Pedro Henrique (Aylon). Técnico: Léo Condé