Brasil

Petrópolis ainda tem 218 pessoas desaparecidas após temporal

A lista é divulgada pela secretaria estadual de Polícia Civil

O número de pessoas desaparecidas por conta da chuva que atingiu Petrópolis, na Região Serrana do Rio, na última terça-feira, 15, aumentou para 218 nesta sexta-feira, 18. Até quinta-feira, 17, o número estava em 116.

A lista é divulgada pela secretaria estadual de Polícia Civil. Segundo a assessoria da pasta, a atualização ocorreu pela própria evolução do serviço dos agentes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros, que estão indo aos abrigos para ouvir pessoas atingidas pela chuva e registrar eventuais desaparecidos

Quem quer registrar o desaparecimento de alguém também pode ir à Polícia Civil, mas, diante das dificuldades de locomoção que permanecem em Petrópolis e da própria situação emocional das pessoas, muitas vezes é mais fácil os policiais irem ao encontro delas.

A tempestade causou a morte de pelo menos 122 pessoas. Outras 24 pessoas foram resgatadas com vida, mas ainda há buscas na região e alerta climatológico.

Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro sobrevoou na manhã desta sexta-feira, 18, uma parte da cidade de Petrópolis, atingida fortemente pela chuva na última terça-feira, e classificou a região como um cenário "quase que de guerra".

Ao lado de ministros de Estado, do governador do Rio e de outra autoridades, Bolsonaro afirmou que mobilizou diversos ministérios para auxiliar em ações para diminuir os estragos.

A estimativa anunciada para ações contra os efeitos das chuvas foi de R$ 2 bilhões, mas não foi detalhado se ficará restrito a medidas na região de Petrópolis ou se será aplicado também em outras cidades atingidas no País. 

Sobre o voo de helicóptero pela cidade, o presidente se demonstrou impactado. "Vimos um ponto localizado, mas de intensa destruição. Vimos também regiões que existiam casas e, perifericamente ao estrago causado pela erosão, imagem quase que de guerra. É lamentável. Tivemos uma perfeita noção da gravidade do que aconteceu aqui em Petrópolis", afirmou Bolsonaro.

Questionado sobre se houve falhas em gastos com ações preventivas, o presidente jogou a responsabilidade na execução do orçamento, que, ele recordou, é votado pelo Congresso todos os anos.

"As medidas preventivas são previstas no orçamento. Ele é limitado, existem os orçamentos federal, estaduais, municipais. Agora, na questão emergencial, o tratamento é diferente. Muitas vezes nós não temos como prever tudo que possa acontecer nestes 8,5 milhões de quilômetros quadrados (do Brasil). A população, logicamente, tem razão em criticar, mas aqui é uma região bastante acidentada. Infelizmente, tivemos outras tragédias aqui. A gente pede a Deus que não ocorram mais, e vamos fazer a nossa parte", sustentou.

Ao seu lado, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, reforçou a fala dizendo que "nós temos que trabalhar a execução orçamentária em cima do que nos é apresentado", mas declarou que o governo federal irá investir mais de R$ 2 bilhões "para ações extraordinárias" em virtude das chuvas. Os valores partirão de ações de diferentes ministérios.

Em rápida fala, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), disse no início que "não adianta gente demais aqui". A mensagem foi uma resposta a cobranças por parte da população sobre a ausência de autoridades no munícipio. Castro afirmou que a cidade apresenta vias com problemas de tráfego, e que por isso quem deve ir para lá são técnicos e especialistas no tema.