A Rússia quebrou mais uma vez seu recorde de mortes diárias causadas por Covid-19 ao registrar 1.211 óbitos em um período de 24 horas, informaram as autoridades sanitárias do país nesta terça-feira (9).
A nação, que vem atingindo repetidamente novos recordes de mortes por Covid-19, teve outra alta na quantidade de óbitos poucos dias depois do fim da semana de feriado decretada pelo presidente Vladimir Putin.
Esse período de folga imposto na Rússia, que durou entre os dias 30 de outubro e 7 de novembro, tinha como objetivo tentar diminuir os números da pandemia de Covid-19.
Na capital Moscou, cidade mais afetada do país, diversos serviços considerados "não essenciais" ficaram fechados, como salões de beleza, lojas e academias.
Em um comunicado, o Kremlin argumentou na última segunda-feira (8) que ainda é muito cedo para dizer se medida surtiu o efeito desejado.
A alta dos números vem sendo ocasionada por uma combinação de três fatores: a falta de regras sanitárias mais rígidas, a ausência de um maior monitoramento dos surtos e a estagnação da campanha de vacinação contra a Covid-19.
A Rússia foi um dos primeiros países a elaborar um imunizante contra a doença, que foi a Sputnik V, aprovada no mês de maio, mas não conseguiu convencer boa parte da sua população a tomá-la.
No geral, a Rússia tem mais de 8,7 milhões de casos de Covid-19 e quase 245 mil óbitos causados pela doença.
Na Itália
A Itália registrou 68 mortes por Covid-19 nas últimas 24 horas, no maior número registrado no país desde 15 de setembro, quando foram contabilizadas 73 vítimas. Com isso, são 132.491 óbitos confirmados desde o início da pandemia, conforme o boletim divulgado nesta terça-feira (9) pelo Ministério da Saúde.
O alto número também é fruto de revisões em duas regiões italianas: a Campânia informou que os oito óbitos informados nesta terça ocorreram entre 25 de agosto e 31 de outubro; a Sicília divulgou que as 11 vítimas reportadas faleceram entre 1º e 7 de novembro.
Foram ainda 6.032 novos contágios, elevando para 4.818.705 as infecções desde o início da crise sanitária. Os curados somam 4.586.009.
O país também voltou a passar dos 100 mil casos ativos, que descontam curas e mortes com, exatamente, 100.205 pacientes.
Desses, a imensa maioria está em isolamento domiciliar (96.348 pessoas) com sintomas leves ou assintomáticos.
No entanto, preocupa a alta leve, mas constante das internações: são 3.436 sob observação médica (eram 3.362 na segunda-feira) e 421 em unidades de terapia intensiva (eram 415 ontem). Os dados estão no nível que foi registrado entre agosto e setembro, mas bem abaixo dos picos de 2020 - quando eram mais de dois mil internados em UTIs.
A boa notícia é que a taxa de positividade nos mais de 645,6 mil testes para detectar o coronavírus Sars-CoV-2 caiu para 0,9% - contra 1,7% registrados ontem em 249,1 mil exames.
Porém, as médias móveis dos últimos sete dias continuam com a tendência de alta: a de casos foi para 5.810 (alta de 59% na comparação com o mesmo dia da semana passada) e a de mortes foi para 47 (33% a mais do que há uma semana).
A vacinação segue em ritmo lento, com mais de 83,67% dos cidadãos acima dos 12 anos com ao menos uma dose e 86,58% com o ciclo completo
Em outros países
Segundo a Organização Mundial da Saúde, 56 países, de todas as regiões, registraram na última semana um aumento de mais de 10% das mortes por Covid-19. "Isso não deveria estar acontecendo", disse diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Segundo ele, o mundo tem todas as ferramentas para prevenir a transmissão do coronavírus e salvar vidas.
A OMS informou que todos os países da Europa e da Ásia Central estão enfrentando a ameaça de uma nova onda de Covid-19.
Os casos de Covid-19 estão atingindo níveis recorde em vários países, com a variante Delta dominando as transmissões. Na última semana, foram registrados 1,8 milhão de novos casos na região e 24 mil mortes.
Houve 55% de aumento dos novos casos de Covid-19 na Europa no último mês. Entre as vítimas, adultos com 65 anos ou mais representam 75% das fatalidades.
A agência fez um alerta: se a trajetória continuar, é possível que mais meio milhão de pessoas morram pelo coronavírus até fevereiro na Europa e Ásia Central.
A explicação pela alta de novos casos e de mortes está em dois fatores: apenas oito países europeus têm mais de 70% da população totalmente vacinada, como Portugal, que já imunizou mais de 86% dos habitantes.
Por outro lado, nos Balcãs, em países da Europa central e do leste, as taxas de vacinação ainda estão baixas. A OMS destaca que é importante considerar uma dose adicional da vacina para as pessoas acima de 60 anos.
Outro problema está no relaxamento das medidas de proteção social. A OMS reforça que ter 9% de uso universal de máscaras na Europa e Ásia Central pode salvar 188 mil vidas nos próximos meses.
A agência recomenda que as pessoas façam o teste, que continuem fazendo o distanciamento social e lembra a importância da ventilação em espaços fechados.
A situação é diferente nas Américas, onde casos e fatalidades continuam diminuindo. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, os países da região registraram na última semana 745 mil novos casos e 18 mil mortes.