Bahia / Nordeste

Taxa de paternidade na Bahia é terceira mais elevada do País

7 em cada 10 homens na Bahia (67,1% ou 3,8 milhões) já haviam tido filhos, em 2019

Em 2019, quase 7 em cada 10 homens baianos de 15 anos ou mais de idade (67,1%) já haviam tido pelo menos um/a filho/a. O percentual era o 3o mais elevado entre os estados e representava 3,771 milhões de pais na Bahia.

A “taxa de paternidade” no estado era maior que a do país como um todo (64,6%) e ficava abaixo apenas das verificadas em Mato Grosso do Sul (69,8%) e Goiás (67,7%). No outro extremo estavam Distrito Federal (59,8%), Amapá (60,6%) e Ceará (61,8%).

A proporção de homens que já tiveram filhos cresce com o aumento da idade, ficando na faixa de 90% entre aqueles de 60 anos ou mais. Isso ocorre no país como um todo e em todas as unidades da Federação. Mas a Bahia se destacava nacionalmente com um percentual relativamente alto de pais entre os homens de 15 a 29 anos, revelando a importância da paternidade jovem no estado. 

Nesse grupo etário, em 2019, 25,7% dos homens baianos já haviam tido filho/a em 2019 (406 mil em números absolutos), 5o maior percentual do país e acima do nacional (19,0%). Roraima (27,2%), Amazonas (27,0%) e Maranhão (26,8%) tinham as maiores “taxas de paternidade” entre os mais jovens; São Paulo (12,8%), Rio Grande do Sul (14,4%) e Minas Gerais (15,4%) tinham as menores. 

Na faixa etária seguinte, de 30 a 39 anos, na Bahia, a proporção de homens que já tinham sido pais aumentava significativamente, para 75,0%. Chegava a 83,4% entre os homens de 40 a 59 anos e a 92,2% entre os idosos (60+).

Os homens baianos de 15 anos ou mais de idade que já eram pais em 2019 tinham, em média, 2,1 filhos. O número era maior do que o estimado para o Brasil como um todo (1,7 filho) e estava entre os mais altos do país. 

Maranhão e Alagoas lideravam, com uma média de 2,2 filhos por homem. Em seguida vinham Tocantins, Piauí e Bahia, todos com 2,1 filhos. No outro extremo estavam Rio de Janeiro (1,4 filho em média por homem), Distrito Federal, Rio Grande do Sul e São Paulo, cada um dos três com média de 1,5 filho por homem. 

A média de filhos tidos por homens na Bahia (2,1) indica que a “taxa de paternidade” no estado era mais elevada que a taxa de fecundidade estimada pelo IBGE para 2019, de 1,68 filho por mulher em idade fértil (15 a 49 anos).

Na Bahia, em 2019, os homens que eram pais haviam tido o/a primeiro/a filho/a, em média, com 25,4 anos de idade. A idade estava bem próxima da estimada para o Brasil como um todo (25,8 anos) e era a 8a mais alta entre os estados. 

Minas Gerais (27,0 anos), São Paulo (26,5) e Rio Grande do Sul (26,4) tinham as maiores médias de idade dos homens quando tiveram o/a primeiro/a filho/a; Maranhão (24,1 anos), Amapá (24,1) e Pará (24,2), as menores.

O tema da paternidade foi investigado pela primeira vez na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) em 2019. Anteriormente, esse assunto só havia sido tratado pelo IBGE nos anos 1960. 

Apesar de muitos serem pais e terem mais filhos que a média, os homens baianos estão entre os menos participativos no acompanhamento pré-natal das parceiras. 

Em 2019, no estado, 6 em cada 10 homens de 15 anos ou mais de idade (63,4%) disseram ter participado do acompanhamento pré-natal da gestação da companheira grávida ou da gravidez do/a último/a filho/a com menos de 6 anos. A proporção ficou bem aquém da verificada no Brasil como um todo (76,7%) e foi a 3a menor entre as 27 unidades da Federação. 

Ficaram abaixo dos baianos apenas os pais de Sergipe (59,5% disseram ter participado do pré-natal da companheira) e de Alagoas (62,9%). No outro extremo, São Paulo (86,0%), Santa Catarina (84,9%) e Paraná (84,0%) tinham os maiores percentuais de homens que informaram ter participado do pré-natal da companheira em gravidez atual ou do último filho com menos de 6 anos.

Em 2019, na Bahia, 7 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva (de 15 a 49 anos) disseram que já tinham ficado grávidas em algum momento da vida: 69,0% ou 2,719 milhões, em números absolutos. 

A proporção estava acima da verificada no país como um todo, era a maior do Nordeste e a 6a mais elevada dentre as 27 unidades da Federação. 

No Brasil, em 2019, 64,7% das mulheres de 15 a 49 anos de idade disseram já ter ficado grávidas em algum momento da vida. Os percentuais eram maiores em Mato Grosso (73,2%), Rondônia (73,1%) e Roraima (73,1%) e menores no Distrito Federal (59,5%), Rio de Janeiro (59,6%) e Amazonas (60,8%). 

Na Bahia, havia uma importante desigualdade nesse indicador por cor ou raça da mulher. Dentre as que se declaravam pretas, 73,5% afirmaram já ter ficado grávidas em algum momento, proporção que caía entre as pardas (67,8%) e era 10 pontos percentuais menor entre as mulheres declaradas brancas (63,3%). 

Em 2019, as mulheres pretas eram 1/3 de todas as mulheres baianas que já haviam ficado grávidas em algum momento (901 mil de 2,719 milhões, ou 33,2%), o que revela uma sobrerrepresentatividade delas nesse grupo, frente à sua participação no total de mulheres no estado, em 2019 - que era de 22,4% segundo a PNAD Contínua, do IBGE. 

Apesar de apresentar percentuais elevados de homens que já tiveram filhos e mulheres que já haviam ficado grávidas, a Bahia também tinha uma proporção importante de mulheres sexualmente ativas e em idade reprodutiva que faziam uso de algum método para evitar a gravidez. 

O uso de algum método contraceptivo foi informado por 82,2% das baianas de 15 a 49 anos que ainda menstruavam e haviam tido relações sexuais entre 2018 e 2019 - o que representava 2,483 milhões de mulheres. O percentual estava um pouco acima do nacional (80,5%) e era o 7o maior dentre os 27 estados. 

Minas Gerais (84,5%), Piauí (84,4%) e Mato Grosso (84,4%) lideravam nesse ranking; Alagoas (73,3%), Distrito Federal (74,9%) e Paraíba (75,1%) tinham os menores percentuais. 

De uma forma geral, no Brasil e na maioria do estados, a proporção de mulheres que fizeram algo para evitar gravidez subia conforme aumentava a faixa etária. 

Na Bahia, 73,9% das jovens de 15 a 24 anos sexualmente ativas haviam usado algum método contraceptivo, 6o menor percentual dentre os estados e abaixo do nacional (76,1%). A proporção subia para 83,0% na faixa de 25 a 34 anos, 5o maior percentual e acima do nacional (81,2%), e chegava a 86,4% entre as mulheres de 35 a 49 anos, 4o maior percentual e acima do nacional (82,3%). 

No Brasil como um todo e na Bahia, a pílula foi o método contraceptivo mais informado, por 40,6% das brasileiras de 15 a 49 anos sexualmente ativas e que fizeram algo para evitar gravidez e por 36,4% das baianas na mesma condição. 

A ligadura de trompas ou vasectomia do parceiro vinha em seguida, tanto no Brasil (22,9%) quanto na Bahia (21,6%). Bem próximo, em 3lugar, ficava o uso de camisinha masculina, informado por 20,4% das brasileiras e 21,2% das baianas.

Em 2019, 6 em cada 10 baianas de 50 a 69 anos de idade tinham realizado mamografia havia menos de 2 anos: 60,3% ou 1,015 milhão de mulheres. O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia seja realizada, no mínimo, a cada dois anos nesse grupo de idade. 

O percentual baiano pode não parecer tão elevado, já que deixa de fora quase 40% das mulheres na faixa recomendada, mas era um pouco superior ao nacional (58,3%) e o 5o maior entre os estados. 

São Paulo (69,3%), Espírito Santo (67,2%) e Rio de Janeiro (62,5%) tinham as maiores proporções, enquanto Amapá (34,9%), Roraima (37,4%) e Maranhão (38,4%) tinham as menores.

Na Bahia, a proporção de mulheres de 50 a 69 anos que haviam feito mamografia conforme as recomendações do Ministério da Saúde crescia à medida que aumentava o nível de instrução e a renda. 

Ia de pouco mais da metade das que não tinham instrução até fundamental incompleto (53,3%) a 84,7% entre aquelas com nível superior. De forma semelhante, chegava a 9 em cada 10 mulheres nas duas faixas de rendimento domiciliar per capita mais elevadas (acima de 3 salários mínimos) e ficava em menos da metade (48,4%) das mulheres com renda de 1/4 a 1/2 salário mínimo.

O exame de prevenção ao câncer de colo de útero (Papanicolau) era proporcionalmente mais realizado do que a mamografia. Entre 2016 e 2019, 81,5% das mulheres baianas de 25 a 64 anos de idade informaram ter realizado o preventivo (3,398 milhões).

O percentual da Bahia ficava bem próximo do nacional (81,3%) e era o 10o mais elevado entre os estados. Rio de Janeiro (86,1%), Santa Catarina (85,8%) e Paraná (85,6%) tinham as maiores proporções, enquanto Paraíba (66,5%), Alagoas (71,3%) e Ceará (72,6%) tinham as menores.

A realização do exame do colo do útero também aumentava conforme se elevavam o nível de instrução e o rendimento domiciliar per capita. 

Dentre as mulheres baianas de 25 a 64 anos com nível superior completo, 95,1% haviam feito aos menos uma vez o Papanicolau, entre 2016 e 2019 - maior percentual do país para esse nível de instrução-, frente a 72,2% das mulheres sem instrução ou com até o fundamental incompleto. 

A realização do exame também foi informada por mais de 95% das mulheres nas duas faixas mais elevadas de renda per capita, enquanto caía para 70,2% entre aquelas sem rendimento ou com renda de até 1/4 de salário mínimo. 

Em 2019, 1 em cada 10 pessoas de 2 anos ou mais de idade na Bahia (10,3%) tinha alguma deficiência física ou intelectual. 

Isso significa que 1,485 milhão de baianas e baianos, mesmo se usassem aparelhos de auxílio, tinham muita dificuldade ou não conseguiam de modo algum realizar pelo menos uma das seguinte atividades: enxergar, ouvir, se locomover, movimentar os membros superiores ou fazer tarefas habituais em decorrência de limitações nas funções mentais ou intelectuais. 

A Bahia tinha o 4o maior percentual de pessoas com deficiência do país, bem próximo de Ceará (10,6%) e Paraíba (10,7%), que ficavam, respectivamente, com a 3a e 2a posições. 

Sergipe liderava esse ranking, com 12,3% da população relatando alguma deficiência. No outro extremo, Distrito Federal (5,2%), Mato Grosso (5,6%) e Roraima (5,9%) tinham os menores percentuais da população de 2 anos ou mais de idade com alguma deficiência. 

No Brasil como um todo, 8,4% das pessoas nesse grupo de idade (17,258 milhões, em termos absolutos) informaram alguma deficiência.

A ocorrência de alguma deficiência aumentava com o avanço da idade, em todo o país - e na população baiana não era diferente. Mas, frente aos outros estados, a Bahia se destacava como um dos líderes nos percentuais de crianças ou adolescentes e jovens com alguma deficiência.

A proporção da população baiana com deficiência era de 1,7% entre as crianças de 2 a 9 anos. Quase dobrava na faixa etária seguinte, indo a 3,3% entre as pessoas de 10 a 17 anos de idade, sendo a 3a mais elevada entre os estados nesse grupo. Chegava a 4,0% entre os jovens de 18 a 29 anos, 2a maior proporção entre os estados, e era de 5,3% na faixa de 30 a 39 anos. 

Depois, mais que duplicava entre as pessoas 40 a 59 anos, ficando em 13,3%, e chegava a 27,5% entre os idosos de 60 anos ou mais de idade. Isso significa que pouco mais de 1 em cada 4 pessoas idosas na Bahia tinha alguma deficiência física ou intelectual (654 mil em números absolutos). Ainda assim, essa proporção era apenas a 11a entre as 27 unidades da Federação.

A correlação com a idade acaba levando a uma maior ocorrência de deficiência em grupos populacionais que costumam viver mais, como as mulheres (11,8% com alguma deficiência, frente a 8,5% dos homens) e as pessoas de cor branca (12,0%, maior percentual do país, frente a 9,9% dos pardos e 9,5% dos pretos).

A ocorrência de deficiência diminuía conforme aumentava o nível de instrução e nas faixas mais elevadas de rendimento domiciliar per capita. 

Entre aqueles sem instrução ou com até o ensino fundamental incompleto, 1 em cada 5 pessoas (20,2%) tinha alguma deficiência. Essa proporção se reduzia paulatinamente e chegava a 3,0% entre quem tinha nível superior completo. 

A proporção de pessoas com deficiência era de 8,2% entra as pessoas sem renda domiciliar até 1/4 de salário mínimo per capita; subia e chegava ao seu ponto máximo, 14,3%, entre aqueles com entre 1/2 e e 1 salário mínimo; depois recuava progressivamente, atingindo só 2,7% dos que estavam na faixa de renda mais alta (mais de 5 salários mínimos per capita).

Ainda tratando de questões mais específicas da saúde das pessoas de 60 anos ou mais de idade, a PNS verificou que, na Bahia, entre 2018 e 2019, 17,1% dos idosos sofreram alguma queda - o que representava 406 mil pessoas. 

O percentual de idosos que tinham caído na Bahia estava um pouco acima do nacional (15,5%) e era o 6o mais elevado dentre os estados, empatado com o verificado no Maranhão.

A ocorrência de queda foi maior entre as mulheres no Brasil como um todo e em todas as unidades da Federação. Na Bahia, 1 em cada 5 idosas de 60 anos ou mais de idade (20,0%) havia caído entre 2018 e 2019, frente a 13,5% dos homens.

Quanto mais velhos eram os idosos, maior a ocorrência de quedas. A proporção mais elevada foi verificada entre aqueles de 75 anos ou mais de idade: 19,2% haviam caído entre 2018 e 2019, na Bahia. 

Por serem uma população mais vulnerável a uma série de doenças e problemas de saúde, o uso contínuo de medicamentos era bastante comum entre os idosos. 

Em 2019, na Bahia, 75,4% das pessoas de 60 anos ou mais de idade (1,789 milhão) faziam uso contínuo de algum medicamente prescrito por médico/a. A proporção baiana era idêntica à nacional e a 7a maior entre os estados.

O uso contínuo de medicamente prescrito era bem maior entre as mulheres idosas (82,0%) do que entre os homens na mesma faixa etária (67,0%). Também foi informado por 84,2% das pessoas de 75 anos ou mais de idade. 

A imunização contra a gripe foi menos comum entre os idosos na Bahia. Entre 2018 e 2019, 7 em cada 10 pessoas de 60 anos ou mais tomaram a vacina no estado: 69,9% ou 1,660 milhão. Era o 10o menor percentual do pais e abaixo do nacional (72,3%).

Mais uma vez, a proporção de pessoas imunizadas era maior entre as mulheres (71,2%) do que entre os homens (68,4%) e entre quem tinha 75 anos ou mais de idade (73,2%).