Bahia / Nordeste

Baleias jubarte já podem ser vistas nas águas quentes do mar da Bahia

As jubartes impressionam pelo seu tamanho

Foto: Pixabay/Creative Commons
Um comportamento costumeiro é o de nadar com parte da cauda para fora da água

É possível ver esses enormes e gentis animais da costa da cidade de Prado, na Bahia, até o final de outubro.

As praias de Prado estão localizadas em uma região conhecida por Costa das Baleias, nome que se dá por causa da migração de baleias jubartes entre julho e novembro na região. Os animais descem das águas polares até a costa brasileira para acasalarem nas águas quentes do Oceano Atlântico. 

As jubartes impressionam pelo seu tamanho. Medindo de 12 a 16 metros e peso que varia de 35 a 40 toneladas, são uma das maiores espécies de baleias conhecidas. Mesmo com o grande volume de seu corpo, elas conseguem arremessá-lo praticamente todo para fora da água. Outro comportamento costumeiro é o de nadar com parte da cauda exposta para fora da superfície da água, o que encanta os turistas.

A baleia jubarte, cujo nome científico é Megaptera novaeangliae – “grandes asas da Nova Inglaterra”, referência às enormes nadadeiras peitorais e à região dos Estados Unidos na qual a espécie foi identificada pela ciência pela primeira vez é uma das mais conhecidas e mais queridas dentre as grandes baleias que habitam os mares do planeta.

Elas são facilmente identificáveis pela coloração quase negra do corpo, pela nadadeira dorsal típica da espécie, pelas já referidas grandes nadadeiras peitorais, que podem chegar a ter 1/3 do comprimento do corpo e são geralmente brancas, e pela cauda cuja face inferior possui padrões de coloração em branco e preto, que são únicos para cada indivíduo, permitindo sua identificação individual.

As baleias jubarte são parte do grupo dos misticetos ou “baleias de barbatana”, ou seja, animais que ao invés de dentes possuem em ambos os lados da boca uma cortina de cerdas filtradoras – as “barbatanas”, muito semelhantes a escovas.

Esse aparato permite às jubartes se alimentar de pequeninos organismos do plâncton marinho, o krill, especialmente aqui no Hemisfério Sul, o krill é um diminuto  crustáceo semelhante a um camarão extremamente abundante nos mares ao redor da Antártica.

As barbatanas também facilitam a captura de pequenos peixes de cardume como sardinhas e similares. Abrindo sua enorme boca e expandindo suas pregas ventrais, a jubarte “abocanha” grande quantidade de água, que é então expelida através das barbatanas, retendo apenas o alimento.

Como todos os mamíferos, incluindo os seres humanos, as jubartes respiram ar. O “esguicho” característico das baleias, a que damos o nome de borrifo, não é água jorrada para cima, mas sim ar quente expelido a grande velocidade quando o animal expira, e água vaporizada que se acumulou sobre seu orifício respiratório.

Ao longo de milhões de anos de evolução, a partir de ancestrais terrestres, as baleias e outros cetáceos – grupo que inclui também os botos e golfinhos – tiveram suas narinas movidas para o alto da cabeça, o que facilita sua respiração no meio aquático.

Estima-se que as jubartes possam permanecer até cerca de 30 minutos submersas, e alcançar mais de 600 metros de profundidade em seus mergulhos, mas no geral aqui no Brasil são avistadas fazendo intervalos respiratórios bem mais curtos e mergulhos bem mais rasos.


Fonte:baleiajubarte.org.br

Após 11 meses de gestação, a baleia jubarte fêmea dá à luz um único filhote, que nasce aproximadamente com 4 metros de comprimento e pesa cerca de 1 tonelada.  Ingere até 100 litros de leite por dia, o desmame ocorre entre os 6 e 10 meses de vida do filhote. Com 1 ano torna-se independente e se separa da mãe.

A exposição da cauda

A baleia posiciona-se por até 15 minutos de cabeça para baixo, somente com a cauda e, às vezes, parte do pedúnculo acima da superfície do oceano. Depois desse período, voltam à posição horizontal, normalmente permanecendo em repouso, boiadas e respirando algumas vezes em intervalos curtos para logo em seguida repetir o comportamento.

Algumas baleias são observadas expondo a nadadeira caudal por até quatro dias consecutivos. Em nenhuma outra parte do mundo as jubartes permanecem nesta posição por períodos tão longos. Este comportamento permite aos pesquisadores realizar a fotoidentificação do indivíduo e aos turistas observar as baleias por mais tempo.

Tanto machos como fêmeas são observados realizando a exposição caudal parada. Somente os filhotes não exibem este comportamento, que pode ter mais de uma função. Pode ser, por exemplo, uma boa posição para amamentar o filhote, pois as fendas mamárias ficam mais próximas à superfície, facilitando ao filhote respirar; uma forma da fêmea evitar uma cópula, já que a abertura genital ficaria fora do alcance do macho ou, ainda, uma maneira do macho cantor ser melhor escutado pelas fêmeas, pois o som produzido a uma maior profundidade não sofre interferência do ruído das ondas na superfície.

A exposição caudal parada pode ainda ser somente uma maneira de velejar, como um movimento passivo, ou mesmo uma posição de descanso.

Outra hipótese mais ampla seria de que a exposição da cauda sirva como um mecanismo de termorregulação – a baleia pode ganhar ou perder calor através da cauda exposta.

A nadadeira caudal é altamente vascularizada e dependendo da posição do sol em relação a ela, da diferença de temperatura do ar para a água ou ainda da intensidade do vento, pode se aquecer ou se resfriar.

A cidade de Prado, na Bahia, é um dos melhores pontos de observação do mundo que atrai milhares de turistas ansiosos por esse espetáculo em alto mar todos os anos. Esse verdadeiro show das gigantes do mar pode ser admirado com passeios saindo de Prado, Cumuruxatiba ou Corumbau.

O que Prado tem

Com um movimento calmo durante todo o ano, Prado se torna um refúgio de belezas naturais. A riqueza vegetal preservada na cidade, grandes falésias de areia, vários coqueiros e as tradicionais canoas e jangadas coloridas, utilizadas para a pesca artesanal, são adicionais à paisagem da orla marítima e seus 84 km de extensão.

Por causa das águas mornas e cristalinas, que variam entre tons de azul e verde, Prado carrega o status de “Caribe Brasileiro”.

Grandes falésias de areia em meio a coqueiros na orla marítima, águas mornas, tranquilas e grande contato com a natureza são alguns dos destaques da cidade.


Praia na cidade de Prado (BA)

Os viajantes têm a experiência de visitar pontos turísticos marcantes na história do descobrimento do Brasil e da chegada das grandes embarcações. É em Prado que se encontra a primeira praia do Brasil, a Barra do Cahy.

O contato com os indios pataxós,  permite vivenciar uma cultura rica e viva e mergulhar em nossa história. Passeios ao Parque do Descobrimento e ao Parque do Monte Pascoal, primeira porção de terra avistada pela tropa de Pedro Álvares Cabral em 1500, são vivencias únicas e inigualáveis.

A culinária baiana é outro destaque, com pratos como a moqueca baiana, o acarajé, o bobó de camarão e o famoso azeite de dendê.