Cinema

Filme francês "Titane" leva a Palma de Ouro no Festival de Cannes

O filme provocou mal-estar durante exibição

Cena de Titane

“Titane” (titânio), foi o grande vencedor da Palma de Ouro da 74ª edição do festival de Cannes.

O filme narra a história de Alexia, vivida por Agathe Rousselle, uma jovem dançarina que tem um implante de titânio instalado no crânio, após um acidente de carro. O implante cria impulsos assassinos na jovem.

A diretora Julia Ducournau se torna a segunda mulher a receber o prêmio, depois da australiana Jane Campion, por “O Piano”, em 1983.

A noite de gala de premiação começou com uma menção especial para o curta “Céu de agosto”, da brasileira Jasmin Tenucci. O curta destaca o dia 19 de agosto de 2019, quando a tarde virou noite em vários locais do país, como São Paulo, por causa da fumaça de incêndios na Amazônia e no Pantanal. “O filme é principalmente sobre o sentimento do Brasil deste momento; eu coloco muitas coisas no ar, tensas, tangíveis e intangíveis, e que afetam a gente, tanto politicamente ou socialmente”, disse a diretora à RFI Brasil, em Cannes.


Cena de "Cé de agosto"

Além da menção honrosa para “Céu de agosto”, o curta “Cantareira”, de Rodrigo Ribeyro, 24 anos, ficou em terceiro lugar na premiação da Cinéfondation, que destaca produções feitas em escolas de cinema mundo afora. 

O Grande Prêmio do Júri foi dividido entre o iraniano Ashgar Farhadi, por “Um herói”, e o finlandês Juho Kuosmanen, por “Compartimento número 6”.

O francês Léos Carax recebeu o prêmio de melhor direção por “Annette”, um musical dramático com o americano Adam Driver e a francesa Marion Cotillard nos papeis principais.O prêmio de melhor roteiro foi para o japonês Ryusuke Hamaguchi, diretor de “Drive my car”, baseado em um conto de Haruki Murakami.

O australiano Caleb Landry Jones recebeu o prêmio de melhor interpretação masculina, no filme “Nitram”. A melhor atriz foi Renate Reinsve, por sua iluminada atuação no filme “Julia em 12 capítulos”, do dinamarquês Joachim Trier.

O Prêmio do Júri de Cannes foi para “Ahed’s knee” (O joelho de Ahed), do israelense Nadav Lapid, e “Memória”, do tailandês Apichatpong Weerasethakul.

O prêmio de melhor curta-metragem foi para a cineasta Tang Yi, de Hong Kong, com “All the crows in the world” (Todos os corvos do mundo, em tradução livre). A Câmera de Ouro foi para a croata Antoneta Alamat Kusijanovic, por seu primeiro longa “Murina”.

O italiano Marco Bellocchio, 81 anos, ganhou um prêmio especial pelo conjunto de sua carreira pelas mãos do conterrâneo Paolo Sorrentino, diretor de “A Grande Beleza”. Há dois anos, Bellocchio concluiu “O Traidor”, com locações na Itália, Alemanha e Brasil. A história do mafioso Tommaso Buschetta contou com Maria Fernanda Cândido no elenco.