Curiosidades / Televisão

SescTV exibe 'Piripkura' documentário sobre povos indígenas

A produção mostra as consequências geradas por conflitos e desmatamentos na vida dos índios

Foto: Divulgação

No dia 5 de junho, mês em que os olhos estão voltados com mais atenção para as questões ambientais, o SescTV exibe às 22h o documentário Piripkura (82 min. 2017), dirigido por Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge.

A produção inédita na TV, acompanha uma incursão na floresta amazônica em busca de Packyî e Tamandua, indígenas nômades remanescentes do povo Piripkura, que sobrevivem na mata até os dias atuais, em um território cercado por fazendas, e explorado por garimpos e madeireiras.

Uma expedição da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, liderada pelo servidor Jair Candor, localizou pela primeira vez em 1989 os indígenas Packyî e Tamandua, acuados em um fragmento da floresta amazônica, em Rondônia. A partir desse momento os encontros aconteceram nos anos de 1992, 2007, 2011 e o mais recente em 2016.

As expedições precisam ser feitas periodicamente, porque localizar e monitorar vestígios comprovando que a dupla está viva, bem e ocupando seu território, é o que permite manter a restrição de uso da área indígena, a única garantia de protegê-los.

O primeiro encontro entre o homem branco e os índios que vivem isolados deu-se em grande parte pela ajuda de Rita Tupi Kawahib, irmã de Packyî, tia de Tamandua, terceira e última remanescente de seu povo.

Após perder quase todos os seus parentes Rita conta que os índios precisaram deixar a região em que viviam. “Morreram todos, mulheres e crianças. Foi um branco que matou meus parentes e eu cruzei o rio em uma canoa de casca de jatobá, fugi.”, explica. Em algumas ocasiões Rita e seu marido Aripã Karaipuna acompanharam Jair em expedições na terra indígena Piripkura.

Piripkura acompanha uma busca por Packyî e Tamandua, realizada com sucesso por Jair e seus dois colegas, também servidores da FUNAI.

A incursão registrada pelo documentário aconteceu no ano de 2016, há seis meses do vencimento da interdição do território em que vivem os índios. “Esses caras vivem sem nada. Eles só querem uma tocha de fogo, um facão e um machado”, explica Jair, ao encontrar rastros da dupla nômade que se abriga em coberturas feitas com folhas de palmeiras, restos de fogueira e armadilhas para peixes, abandonadas. Segundo ele os dois só precisam disso e da floresta preservada.

No final do documentário Jair revela que havia encontrado Packyî e Tamandua pela última vez em 2011, e que ficou emocionado em saber que a dupla estava conseguindo driblar o fogo cruzado pela disputa de terras, que há em Rondônia. “A possibilidade de eles morrerem por alguma doença é muito pequena. Os dois são muito espertos e sabem sobreviver. A única coisa que me preocupa é se eles encontrarem madeireiros ou garimpeiros, porque se tiverem oportunidade matam os índios”, conta Jair.

 

Anote:

O Quê: Piripkura

Dia: 5/6, sábado, às 22h.

Classificação indicativa: 10 anos.

Direção: Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge.