
O Paris Saint-Germain carimbou nesta quarta-feira (9 de julho), seu passaporte para a decisão do novo Mundial de Clubes ao atropelar o Real Madrid por 4 a 0 no MetLife Stadium, em East Rutherford, diante de 77.542 espectadores.
A semifinal começou às 15h10 locais sob calor sufocante -- superior a 35 °C, segundo o serviço meteorológico -- e terminou com o time de Luis Enrique celebrando não apenas o placar elástico, mas também uma performance tática que encurralou o clube mais laureado da história da competição.
Antes dos 25 minutos, a partida já estava virtualmente resolvida. Fabián Ruiz abriu o marcador aos 6’, concluindo passe açucarado de Ousmane Dembélé depois de pressão alta bem-sucedida sobre a saída de bola espanhola. Três minutos depois, o ponta francês roubou de Antonio Rüdiger, arrancou sozinho e bateu no canto de Thibaut Courtois, ampliando para 2 a 0.
A tormenta continuou: aos 24’, Hakimi acionou Dembélé, que achou Ruiz na entrada da área; o volante finalizou de primeira, selando o 3 a 0 que silenciou a maioria madridista nas arquibancadas.
Com vantagem folgada, o PSG baixou um pouco o ritmo, mas manteve a posse -- terminou com 68,1 % contra 31,9 % do adversário -- e controlou o ímpeto de Kylian Mbappé, que enfrentava o ex-clube pela primeira vez desde a transferência sem custos há um ano. O antigo ídolo parisiense teve três finalizações bloqueadas, duas delas paradas por Gianluigi Donnarumma, e pouco espaço entre as linhas para suas tradicionais arrancadas. Já o capitão Jude Bellingham tentou articular, recuando para buscar jogo, porém esbarrou na dupla de volantes Vitinha e João Neves, incansáveis na recomposição. ESPN.com
Na etapa final, o PSG continuou ditando o ritmo e, aos 87’, Gonçalo Ramos converteu cruzamento rasteiro de, fechando a goleada. O quarto gol transformou o marcador em um dos maiores reveses merengues em torneios intercontinentais desde 2000. Até o apito final, Donnarumma precisou intervir apenas mais uma vez em chute de Vinícius Júnior, sinal da inoperância ofensiva madridista.
Os números explicam a superioridade francesa: 17 arremates contra 11, sendo 7 na direção do gol ante apenas 2 dos espanhóis; 4 escanteios a 6, mas maior eficiência nas originadas segundas bolas; só 1 cartão amarelo para o PSG, reflexo da disciplina defensiva, contra 2 do Real Madrid; e uma posse territorial que se concretizou em trocas superiores a 600 passes, quase o dobro do oponente.
Taticamente, Luis Enrique montou um 4-3-3 híbrido. Beraldo formou dupla sólida com Marquinhos, enquanto Hakimi abriu o corredor direito e Nuno Mendes alternou progressões e coberturas pela esquerda. No meio, Ruiz ganhou liberdade para infiltrar; Vitinha orquestrou a saída curta, e João Neves protegeu a frente da zaga. À frente, Khvicha Kvaratskhelia manteve amplitude pela esquerda, atraindo Dani Carvajal, e assim abriu clareiras para Dembélé atacar por dentro.
A estratégia sufocou o 4-3-1-2 madridista: sem laterais de origem, Federico Valverde precisou cobrir o setor direito, deixando Bellingham sobrecarregado na construção; os lançamentos longos se perderam nas interceptações de Marquinhos. ESPN.com
Fabián Ruiz foi eleito o melhor em campo. Além dos dois gols, completou 93% dos passes e percorreu 11,6 km, ocupando justamente o espaço às costas de Valverde que Luis Enrique identificara como vulnerabilidade.
O reencontro entre Mbappé e o PSG monopolizou parte da atenção pré-jogo. Na véspera, Luis Enrique desconversou quando questionado se o time atual seria melhor sem o astro: “Isso pertence ao passado. Hoje penso apenas no futuro”, comentou o técnico espanhol, sublinhando que enfrentar o “clube mais vencedor do mundo” e um ex-pupilo tornava a semifinal “ainda mais especial”.
Dentro de campo, o francês teve atuação apagada e saiu de cabeça baixa, aplaudido timidamente por torcedores que ainda guardam carinho, mas incapaz de alterar o roteiro.
O resultado coloca o PSG na final de domingo, novamente no MetLife, contra o Chelsea, que superou o Fluminense por 2 a 0 na terça-feira com dois gols do recém-chegado João Pedro. Será a primeira decisão europeia desde a expansão do torneio para 32 clubes, iniciativa que mexe com premiação recorde -- a FIFA pagará US$ 125 milhões ao campeão, valor confirmado pela organização, embora a distribuição exata entre participação e bônus por performance não tenha sido detalhada publicamente.
Para os franceses, a vaga coroa uma campanha quase perfeita: cinco vitórias em seis jogos, 16 gols marcados e apenas um sofrido. Também reforça a guinada do projeto catariano, que na temporada passada obteve a primeira Champions da história do clube e agora mira o título global.
Já o Real Madrid encerra sua participação com questionamentos. A defesa, que cedeu nove gols em sete partidas do Mundial, apresentou falhas crônicas no posicionamento lateral; e, embora o meio-campo repleto de jovens talentos tenha brilho individual, faltou compactação quando o PSG acelerou no terço final. A diretoria merengue estuda antecipar a volta de Trent Alexander-Arnold, ausente por lesão, e liberar o zagueiro Dean Huijsen após empréstimo à Roma, mas nenhuma movimentação foi oficializada até o momento.
Com a goleada, o PSG soma oito confrontos seguidos sem perder para clubes espanhóis, sequência iniciada em 2024 na Champions League e que inclui vitórias sobre Atlético de Madrid e Barcelona. O Real, por sua vez, não sofria derrota por quatro gols em competições da FIFA desde o 3 a 0 imposto pelo Milan na Copa Intercontinental de 1990; a diferença agora foi ainda maior, ampliando o incômodo histórico.
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