Helô Sampaio

Uma receita para quem está com saudade do ar e mar de Salvador

Elevador Lacerda
Elevador Lacerda - Foto: LEIAMAISba

Eu estou quase morrendo de tanta saudade de vocês, meus lindinhos. Afinal passamos quase três meses sem a nossa conversinha mole, sem esse nosso bate-papo. Não, não me digam que não sentiram a minha falta que eu dou um troço, morro de tristeza, pois vocês são muito importantes para mim.

Viajei para o interior por um problema de saúde na família. Problema que se agravou, mas que já está sendo resolvido, pois Lula, meu mano, ainda está internado, mas já está aqui em Salvador se recuperando e fora de perigo. Ainda bem que não foi a maldita Covid. Mas essas agonias são coisas da vida, meu lindinho, a que todos nós estamos sujeitos. O importante é terminar bem, o que estamos conseguindo, graças a Deus.

Com esta pandemia, eu ficava em Itabuna dentro de casa o dia todo com as irmãs Ana e Carmen. Uma agonia, mesmo estando em qualquer lugar, convenhamos, pois acho uma irresponsabilidade sair, nesta situação, para farrinhas ou similares, sem pensar na saúde – sua ou de familiares e amigos. Muitos estão  pagando um ‘preço’ cada vez mais alto. Fico assustada com o número de vidas ceifadas pela Covid. Pior do que uma guerra ‘braba’. Sai prá lá, coisa ruim.

Nunca mais eu tinha passado tantos dias fora de Salvador. Quando aqui cheguei, foi que senti, com toda intensidade, o grande amor que sempre tive por esta terrinha. Não me canso de sair dar uma volta pela orla, de parar em Piatã e ficar apreciando aquele coqueiral lindo – que também seduz em Jardim de Alá – em que a terra tem uma grama que parece um tapete para nos levar a praia. Praia que ainda não podemos ir por receio da Covid. De carro, passeio por toda a orla, o nariz colado no vidro, apreciando o marzão azul manso ou bravo, mas sempre atraente, convidativo, com suas variações de cores. Obra divina.

Faça uma coisa, meu querido lindo: tire um dia de folga na vida, mas antes de sair dê uns pulinhos, estire os braços, respire fundo e deixe todos os problemas em casa. Saia para a rua sem pressa, passeando pela nossa cidade como se fosse um turista que veio para conhecê-la. Só assim você vai ter olhos para descobrir as belezas que não vemos no dia-a-dia, pois não olhamos a nossa cidade com os olhos de um amante, que consegue descobrir encantos na pessoa amada todos os dias.

Faça esse ‘tour’ de preferência, com um amorzinho dengoso ao lado, mostrando que além das praias, temos belíssimos lugares, monumentos, igrejas, preciosidades antigas ou atuais, que se apresentam em cada curva, em cada bairro, em cada praça. Saia de Itapuã e chegue, pelo menos, até a ponta do Humaitá, olhando as pessoas, pensando como será a vida de cada uma delas, olhando a singeleza das casas, a beleza das ruas da cidade. Mas faça tudo isso evitando aglomerações, e sem esquecer a máscara na cara, lógico. 

Aproveite para dar uma descansada e saborear uma comida deliciosa – que vai encontrar por todo o percurso, pois o que não falta na nossa terra é comida variada e gostosa. Dificilmente você vai parar num restaurante que não tenha alguma delícia para servir. Temos o privilégio de uma culinária rica e variada. Siga meu conselho, meu lindinho, pegue o seu amorzinho e faça turismo pela nossa cidade. Com certeza, ela vai adorar.

Mas fui falar em comida, vamos preparar este bolo de tapioca delicioso, para deixar o nosso corpitcho feliz. É a dica da nossa loura linda e risonha, Elíbia Portela, que eu já enchi de beijinhos saudosos, virtuais. Gosto demais da minha amigona e, não tenho vergonha de dizer: abuso mesmo da paciência dela. Ligo na maior ‘cara-de-pau” para pedir receita gostosa para você, meu amorzinho. Tô certa ou tô certa? E ela manda na maior paciência, na melhor boa vontade com a amiguinha chata. Te amo, minha loura linda. E ainda vou te encher muito o saco pois nossos leitores merecem, não é verdade, meus lindinhos? Aventais a postos, vamos preparar o bolo mais típico da Bahia. Xero carinhos, meus neguinhos lindinhos.

Bolo de Tapioca da Bahia

Ingredientes:

-- 3 xícaras (cha) de farinha de tapioca
-- Uma xícara (chá) de farinha de trigo, peneirada com fermento
-- 2 xicaras (chá) de açúcar refinado
-- 4 ovos (deixar as claras separadas)
-- 400 ml de leite de coco
-- 200 g de manteiga
-- 2 colheres (sopa) de coco ralado (industrializado)
-- Uma pitada de sal.

Modo de preparar:

1 - Numa batedeira, bater a manteiga com o sal e o açúcar por 5 minutos. Acrescentar as gemas, uma a uma, e bater até formar um creme esbranquiçado. Adicionar a farinha de trigo e o leite de coco alternadamente, continuando a bater.

2 - Desligar a batedeira e misturar delicadamente a tapioca e o coco ralado. Por fim, agregar as clares.

3 - Levar ao forno médio, pré-aquecido, numa forma de buraco no meio (20 cm de diâmetro), untada com manteiga, sem polvilhar. Assar por 50 minutos ou quando enfiar um palito e o mesmo sair limpo.

4 - Desenformar depois de frio, cobrir o bolo com doce de leite pastoso ou um brigadeiro em ponto cremoso.

Servir e ficar aguardando os aplausos enquanto aprecia o bolo ir desaparecendo nos pratos dos convidados.