Arte popular, teatro, dança, ativismo, literatura, história, inspiração e resistência. A busca por uma definição sobre o que é o Subúrbio Ferroviário de Salvador passa muito por essas palavras e vai muito além disso. O Subúrbio é um local de fala e luta que em fevereiro de 2021 terá a sua própria Festa Literária.
Trazendo ícones da literatura e artes como Conceição Evaristo e Lázaro Ramos, a 1ª Festa Literária do Subúrbio (Flisu) acontece nos dias 26 e 27 de fevereiro trazendo uma série de ações para demarcar a cena literária suburbana em âmbito nacional.
A abertura do Evento será realizada com a companhia de Conceição Evaristo, no dia 26 de fevereiro. Uma das mais renomadas escritoras da literatura brasileira, Conceição tem sua obra marcada por discussões que trabalham o universo das relações de gênero, racismo e sexismo - temáticas presentes em seu volumes de contos Insubmissas Lágrimas de Mulheres ou em uma de suas obras mais conhecidas: Olhos D'Água.
Também no dia 26, o ator, apresentador, produtor, diretor, cineasta, roteirista e escritor Lázaro Ramos estará ao lado da pesquisadora Carla Akotirene na roda de conversa "Literatura e identidades: por uma estratégia de libertação", que será transmitida no dia 26 de fevereiro.
Já no dia 27, a programação também está recheadas de atrações, como a diretora Cássia Vale, vencedora do último prêmio Braskem na categoria espetáculo infantojuvenil com o Sarauzinho da Calu.
Ela estará na Roda de Conversa que vai falar sobre a literatura infantojuvenil e saberes emancipatórios.
A Flisu entende, no entanto, que não é possível fazer uma Festa Literária do Subúrbio sem os agentes que movimentam esse espaço. O evento tem uma curadoria formada por pessoas da Região, que são responsáveis por montar a grade do evento.
Suburbano e coordenador geral da Flisu, George Bispo explica que o projeto é uma ferramenta para evidenciar uma produção literária que já existe e está diretamente conectada com a realidade desses espaços urbanos que compõem o Subúrbio Ferroviário, com todas as suas características étnicas, culturais e ambientais.
Com uma programação composta de lançamentos de livros, rodas de conversa, palestras e intervenções artísticas, a Flisu tem como grande objetivo tornar visível sua produção cultural e mostrar que pessoas suburbanas possuem conhecimento, são leitores, escritores. Ainda, mesmo aqueles que não tiveram a oportunidade de serem alfabetizados, possuem conhecimento e o transmitem com sua bagagem oral e histórica.
Por conta da pandemia do coronavírus e as normas das instâncias públicas de vigilância sanitária a programação será online. Toda a programação será online e transmitida via canais da Flisu no Instagram (@flisuoficial)e Facebook (https://www.facebook.com/Flisuoficial).
A 1ª Flisu tem a DiPreta Produções na coordenação de Produção, George Bispo na coordenação geral e Simone Braz na produção executiva.
Projeto contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
ANOTE
PROGRAMAÇÃO FLISU 2021 / TODA ONLINE
ÂNCORAS
Larissa Libório
Mc Feijão
26 de fevereiro | Sexta
--10h às 10h30: Performance Literária: Eddy Veríssimo
--10h30 às 12h: Conferência de abertura (master class)
Conceição Evaristo
--13h30 às 15h: Roda de conversa "Estética suburbana e representatividade" .
Ementa:
As narrativas periféricas suburbanas, marcadas pela presença das populações negras e pobres, por vezes são estereotipadas. Nesta roda conversaremos sobre as belezas construídas e narradas por autores e escritores que contribuem para revelar um outro subúrbio, vivo, latente e visceral.
Convidados
Leandro Vilas Verde
Sérgio Vaz
Mediação Ana Vaneska
15h às 15h30: Performance Literária: Akins Kinté
Pelo Instagram @flisuoficial
--15h30 as 17h30: Roda de Conversa "Literatura e identidades: por uma estratégia de libertação"
Convidados
Lázaro Ramos
Carla Akotirene
Mediador Jairo Pinto
Ementa:
A frase "liberdade é não ter medo" de Nina Simone, saudosa artista estadunidense, contribui para refletir as possibilidades de expressar identidades sem restrições. As expressões literárias como possibilidades de libertação e visibilização de pensamentos estarão na tônica desta conversa, que reúne pensadores e escritores que vêm revelando a importância da literatura para a afirmação de identidades e resistência do povo negro.
--17h30 as 18h30: Lançamento de Livros (formato de live)
1- “A contribuição dos tios e tias na vida dos sobrinhos” (84 páginas/ Editora CRV) de Maria Madalena Lima Silva
2- “Vozes Poéticas” livro do Coletivo Água da Fonte
3- "Quintais Urbanos: Um estudo psicológico da relação família e ambiente" de Wanderlene Reis
--18h30 as 19h30: “Sarau da FLISU"
Sarau do Cabrito: Fabricia
Sarau Da Onça: Sandro Sussuarana -
Sarau da Jaca: Marcos Paulo
Slam das Minas: Nega Faya
Sarau do Beco: Suêide
--19h30 as 20h: Apresentação musical: Busta Mavi
27 de fevereiro | Sábado
--10h às 10h30: Performance literária Udi
--10h30 às 12h30: Roda de Conversa "Literatura Insurgente e lugares de fala"
Nelson Maca
Editora Ogum's Toques/ Guellwaar Adum
Mediação: Marina Lima
Ementa:
O conceito de literatura insurgente aparece como forma de revelar um perfil literário não contemplado na hegemonia. Um tipo criado por quem transita nos lugares onde teoricamente não se faz de literatura. Tendo em vista os movimentos emancipatórios que contribuíram para revelar artistas e escritores que estão à margem, a literatura insurgente demarcou um lugar que não poderá jamais ser ocupado por quem não tem propriedade. Sendo assim nessa roda vamos conversar sobre os lugares de fala e as alternativas de emancipação dos artistas que estão na margem da literatura hegemônica padrão.
--14h às 14h30: performance Literária Nini Kemba Náy?`, contadora de estória negra infantil
--14h30 às 16h30: Roda de Conversa "Literatura Infanto-juvenil e saberes emancipatórios"
Cássia Vale
Ana Fátima
Rodrigo França
Mediação: Fabíola Cunha
Ementa: Enquanto houver dor, precisamos criar espaços de representatividade para uma sociedade igualitária, precisamos cuidar das crianças e oportunizar espaços e ferramentas de conhecimento onde elas se identifiquem e descubram que as suas narrativas importam. Por isso, convidamos escritores que tiveram um cuidado em produzir uma literatura para o público infanto-juvenil, acreditando no poder da representatividade positiva, como uma ferramenta de transformação social e de paradigmas para crianças e jovens negros.
--16h30 às 17h30: Sarau da FLISU:
Nelson Maca
Landê Onawale
Vera Lopes
Jocelia Fonseca
Juraci Tavares
--17h30 às 18h: Apresentação musical Samba de Roda de Tubarão