
Amaralina, em Salvador
O trecho de orla de um quilômetro de extensão entre o Quartel de Amaralina e o Largo das Baianas, completamente requalificado pela Prefeitura, foi entregue nesta sexta-feira (7 de agosto) pelo prefeito ACM Neto.
Com investimento de R$ 17,6 milhões, a intervenção faz parte do projeto que também engloba a orla no bairro da Pituba (até a Vila Jardim dos Namorados), prevista para ser concluída até o fim deste ano. Para os dois trechos, o investimento chega a R$38,8 milhões, dentro do Programa de Requalificação Urbanística (Proquali), financiado pela Corporação Andina de Fomento (CAF). O intuito é promover mais paisagismo e valorizar a região.
O prefeito salientou que a obra foi elaborada de maneira que estivesse à altura da importância do local e das pessoas que frequentam a região. “Aqui é uma das áreas mais utilizadas da orla de Salvador, tanto pelos moradores das imediações como o Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Rio Vermelho e Pituba, como também por pessoas de toda a cidade e turistas. Tem um ponto especialíssimo que é o Largo das Baianas, um lugar tão tradicional onde as pessoas vêm comprar um acarajé, tomar água de coco ou refrigerante, que ficou muito lindo. Aliás, a orla toda ficou especialíssima”, relatou ACM Neto.
O chefe do Executivo municipal também alertou para o uso do espaço durante este momento de pandemia do novo coronavírus. “A praia ainda não está aberta, mas pode vir para a orla, seguindo as recomendações do uso da máscara, higienização e distanciamento das demais pessoas, evitando aglomerações”.
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A orla de Amaralina, vista do alto
Melhorias – As intervenções envolveram a instalação de acessos à praia em todas as paradas de ônibus, além de rampas, escadas e pérgula. Tudo atendendo a quesitos de acessibilidade universal. Também houve implantação de guarda-corpo e muretas, além de semáforos inteligentes e iluminação em LED.
A Praça João Amaral, também conhecida como Budião, ganhou o Espaço de Esportes Antônio César Pitta (Cesinha), em homenagem ao auxiliar de enfermagem bastante querido pelos moradores do Nordeste de Amaralina e que foi o primeiro profissional de saúde de Salvador que faleceu devido à Covid-19. “É muita emoção, não sabia que o meu filho era tão querido. Só tenho a agradecer”, disse bastante emocionada a mãe, Augusta Maria Pitta.
O local possui quadra poliesportiva, parque infantil, quiosques de coco e acarajé, equipamentos de ginástica, paraciclo e ponto para surfistas. Houve, ainda, tratamento do piso com plataforma única, ou seja, não há mais desnível entre passeio e meio-fio, e o revestimento é composto por blocos de concreto intertravado. Este tipo de intervenção é uma das características comuns a todos os trechos da orla que já foram requalificados em Salvador pela atual gestão municipal.
Além disso, a Prefeitura construiu a primeira Colônia de Pescadores de Amaralina, que possui 87 m². A estrutura dará suporte a 20 pescadores que atuam na região.
Espaço das baianas – Com a intenção de devolver ao Largo das Baianas a importância turística e histórica, a Prefeitura instalou uma escultura em homenagem a essas quituteiras, símbolos do estado. A estátua consiste em uma baiana vestida com babados e saia rodada, torço, panela entre as pernas e colher de pau em punho, preparando massa de acarajé. A peça foi confeccionada pelo artista Bel Borba e mede quatro metros de altura, com peso de 16 toneladas.
O largo ainda conta com piso em pedra portuguesa nas cores vermelha, branca e preta e quiosque em madeira com acomodação para dez baianas de acarajé, além de espaço para roda de capoeira, que homenageia o Mestre Bozó Pretto, uma das referências na região. No local, também foram implantados parque infantil, equipamentos para academia de ginástica e quiosque para a comercialização de coco.
“Amaralina estava precisando de uma intervenção como essa. O Largo das Baianas é um dos pontos mais antigos de venda de acarajé da cidade e carecia de uma requalificação. Com a entrega da obra, a nossa expectativa é atrair mais a clientela”, projetou a baiana Sueli Bispo, 44 anos, que herdou o mesmo ofício da mãe, a quem ajudava a fazer os bolinhos fritos no dendê, há pelo menos três décadas.
Líder comunitário do Complexo do Nordeste de Amaralina, Alan Santos, 36 anos, destacou que a região voltará a ser valorizada. “Era um trecho de orla que estava bastante degradado. A requalificação proporcionará lazer para moradores de todo o entorno e para os turistas, o que vai alavancar a economia da cidade”.