Segure o juízo, lindinho, e não pense que sair correndo nu pela rua vai resolver algum problema, que não vai. O bicho tá pegando mesmo. Está todo mundo atolado nesta pandemia, indo da sala para o quarto, pro banheiro, pra cozinha – ah! aí a gente sempre encontra um atrativo, quase sempre ‘engordaite’, mas gostoso – volta pra sala, para o quarto... É, fio, a gente caminha a casa toda e não chega a lugar nenhum, a nenhuma conclusão. Essa solidão é coisa do ‘demo’ que quer deixar todo mundo pirado, rasgando dinheiro e comendo chuchu. E ponto.
Falar em dinheiro, já deu para perceber a sua grande insignificância? Deu pra ver que só serve para comprar os alimentos e produtos para casa. Ah! E pagar os débitos. Sem podermos viajar, sair para fofocar, ir a shopping, a restaurantes, barzinhos, praia (até para ir ao trabalho temos limitação), diz aqui, pra que serve o dinheiro? Tudo que podemos gastar é com comida na mesa, telefone, computador, televisão, jornais e revistas que chegam. O resto, está adiado para quando chegar a vacina do coronavírus, esta praga que está aterrorizando o mundo e matando sem dó os justos e os pecadores. Coisa do capeta, mesmo. Vade retro, satanás. Sai pra lá.
Mas não podemos pendurar as chuteiras. Nã-nã-ni-nã-não. Ouço o agradável ruído da fonte com a água caindo enquanto escrevo aqui, na minha varanda. E constato que a vida é bela e o sol nasce todo dia. Com chuva ou sol, seja dia ou noite, a Vida se faz presente. Olho para o céu, vejo o azul lindo emoldurado pelas nuvens com os criativos e mágicos desenhos com que Deus se diverte, como se fosse uma pintura. Tem dias que Ele está inspirado e traça situações maravilhosas, faz desenhos incríveis.
Em outros momentos, acho que Ele se enfada e vem brincar com os oceanos, aumenta a maré, diversifica as ondas, mexe com as cores das águas, deixando verde, azul, cinza – claro ou escuro; brinca com os peixinhos, mexe com a areia, com o vento, com os coqueiros; clareia o sol ou o recolhe atrás de nuvens plúmbeas; mas depois sempre abre aquele céu azul limpo e belo, cheio de energia. Ele deve se divertir muito cuidando deste mundo velho sem porteira.
E cabe a nós, meu amorzinho, seguir o exemplo d’Ele e não deixar que as nuvens escuras permaneçam no nosso horizonte. Dificuldades sempre existirão – porque também ia ser muito chato, ia ser tedioso não ter alternância de emoções na nossa vida – mas temos que saber enxergar a Beleza, o Amor, a Alegria que recebemos todos os dias, e superar as dificuldades – que talvez sirvam para nos fazer valorizar a Felicidade. Ih! Hoje estou filosofando demais.
Voltando ao mundo real, já estou marcando esquemas com Ivete e Ana, minha irmã, para quando o mundo estiver liberado para viver sem medo. No roteiro já está Juazeiro, pois quero me banhar no Velho Chico; depois vamos ‘baixar’ em Cachoeira para saborear uma maniçoba; e voltar ao Oeste, ir até Luiz Eduardo Magalhães para ver Tito, meu irmãozinho da vida e conhecer mais a região. Ah! Iremos também rever Lençóis, fazer excursões pela redondeza para conhecer os morros, as grutas e cachoeiras da região, que eu adorei quando lá estive, faz tempo.
Na época, cismei de fazer um congresso de jornalismo em Lençóis, pois eu queria que os coleguinhas conhecessem a região. E foi a melhor decisão. Todo mundo amou. Ficamos no melhor hotel da cidade, o Portal Lençóis, graças ao proprietário Marcos Pedreira, meu querido amigo, que deixou a diária cá embaixo (ele baixou 50% do valor, eu baixei mais 30%, he-he) para eu poder levar os coleguinhas (mais de cem jornalistas, velho). Todo mundo saiu feliz. Xero, Marquinhos, foram dias maravilhosos!
Viajar, para mim, ainda é uma das melhores coisas que fazemos na vida. Conhecer gente, lugares pitorescos, culturas diferentes, isso é coisa que enriquece a nossa vida, nos enche de conhecimento, nos dá experiência. Cada lugar tem os seus costumes, seus hábitos, sua culinária, tem a sua cultura.
Quando viajo, largo os meus gostos em casa. Viajo para conhecer, para viver o diferente, vivenciar o novo. Quero conhecer todos os lugares, falar com gente diferente, provar da culinária local. Isso é maravilhoso. Quando viajar, experimente o novo, meu lindinho, e verá que o feijão com arroz é muito bom, mas tem surpresas deliciosas também fora do seu habitual.
Falar em surpresa, estou eu reclusa em casa, quando chega a minha amiga querida Selma Macedo, com um pacote na mão. Tinha conversado comigo pelo telefone e achou que eu não estava em bom astral. E me trouxe de presente... uma cachorrinha Shitzu, linda, com 40 dias de vida. Uma gracinha! Me apaixonei na hora. Loly tem sido a minha distração nesta quarentena.
Voltei então às visitas a minha amiga Suzana, veterinária (quando precisar: fone 71 99604 6519), que está cuidando da minha filhota. E outro dia, durante uma consulta, Suzana me serviu uma ambrosia que estava divina, e que ela faz desde os 13 anos de idade. Lógico que peguei a receita da família.
Vamos para a cozinha executar esse docinho de leite da avó de Suzana que também recebeu dos antepassados. Suzana diz que está fazendo um especialmente para mim. Muito prestigio, não é, lindinho? Mas vá para a cozinha fazer o seu, pois é ‘facinho’. Aventais a postos.
Ambrosia de Suzana veterinária
Ingredientes
-- Um litro de leite
-- 3 ovos batidos em neve – depois adiciona as gemas
-- 3 xicaras rasas de açúcar
-- Meio copo de suco de laranja espremido, puro, sem água
-- 5 dentinhos de cravo.
Modo de fazer
1 – Levar ao fogo tudo junto e esperar ferver. Quando ferver, começa a fazer ‘as bolas’, quando tem que ficar atento para não derramar, pois começa a subir. Aí, tem que abaixar o fogo, depois subir o fogo. Pode até mexer, diz Suzana.
2 - Eis que começam formar as bolas bonitas, amarelas. O ponto de desligar o fogo é quando a calda fica em ponto de fio. Não esqueça: não pode deixar secar. A ambrosia é irresistível.
Depois disso, é só saborear com um beijo e um queijo, recomenda Suzana. E eu também, com mais um xero no cangote.