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Pesquisadores testam órgãos de porcos em macacos para transplante

Experimento pode ajudar a resolver o problema da escassez de órgãos humanos

Foto: Pxhere.com/Creative Commons
Macaco
Segundo o hospital, o macaco que recebeu o coração viveu sete dias

Uma equipe de pesquisa chinesa anunciou que transplantou órgãos de um porco geneticamente editado para três macacos, estabelecendo um novo recorde, já que um deles sobrevive atualmente há 18 dias.

O experimento indica que os transplantes entre espécies diferentes podem ajudar a resolver o problema da escassez de órgãos humanos.

O experimento foi conduzido por pesquisadores e clínicos do Hospital Xijing, afiliado à Universidade Médica da Força Aérea em Xi'an, Província de Shaanxi, no noroeste da China.

Em 13 de junho, depois de eliminar 13 dos genes do porco resistentes à infecção viral e rejeição aguda, os cientistas transplantaram seu fígado, coração e rins em três macacos.

Segundo o hospital, o macaco que recebeu o coração viveu sete dias, e aquele que recebeu os rins sobreviveu apenas um dia.

O macaco que recebeu o fígado do porco, entretanto, está em boas condições de saúde desde a operação, quebrando o recorde anterior de sobrevivência de 15 dias.

Dou Kefeng, pesquisador chefe e hepatologista do hospital, disse que o transplante de órgãos de animais em corpos humanos é uma tendência em bioengenharia e que os porcos são a melhor fonte possível devido às semelhanças de tamanho e fisiologia com os seres humanos.

Além disso, os macacos compartilham cerca de 94% do DNA humano, indicando que o experimento se aproxima dos transplantes de órgãos animal-humano.

Este não é o primeiro transplante de órgão de porcos para macacos realizado pelo hospital chinês. Em 2013, um macaco que recebeu o fígado de um porco sobreviveu 14 dias.

Um ano depois, uma equipe de pesquisa dos EUA bateu o recorde com um macaco que sobreviveu 15 dias, disse Dou à Xinhua.

Cerca de 300 mil pacientes chineses estão esperando por transplantes de órgãos, mas apenas 20 mil têm sorte a cada ano, pois a falta de doadores limita a transferência de órgãos.

A escassez de órgãos humanos é um problema mundial. Os cientistas esperam há muito tempo que o problema possa ser resolvido usando órgãos animais adequados para transplante, um conceito chamado xenotransplante.

Muitas equipes de pesquisa no país e no exterior estudaram o transplante de órgãos, incluindo a córnea e a pele de porcos geneticamente editados para seres humanos.

"O xenotransplante pode ajudar a aumentar a disponibilidade de órgãos para milhares de pessoas em listas de espera para transplantes de órgãos que salvam vidas", disse Dou.