Hugo Brito

Os que aos 27 deixaram o palco vazio (mas não nossas lembranças)

Hoje aqui no nosso "Encontro Sonoro" semanal não escrevo uma ode à morte


Foto: pxhere/Creative Commons

Em um dia como hoje, 3 de julho, no ano em que eu nascia, 1971, Jim Morrison foi encontrado morto em Paris. Jim estava com 27 anos e acabava de entrar para o clube dos 27. Para quem nunca ouviu falar desse clube, nele estão celebridades que morreram aos 27 anos.

Hoje aqui no nosso “Encontro Sonoro” semanal não escrevo uma ode à morte, nem quero ser mórbido pois morbidade nesse tempo em que vivemos já tem de sobra.

O que trago aqui hoje é uma homenagem a alguns desses artistas que nos deixaram com 27 anos e que tanta música nos trouxeram e, até hoje, trazem, e junto um convite para você viajar comigo clicando nos vídeos e dividindo a emoção de vê-los.

Jim

Sempre que escrevo essa nossa conversa semanal, o faço com fundo musical. Quando comecei estava ouvindo Jim Morrison na espetacular “People are strange” em uma apresentação do “The Doors” no Ed Sulivan Show de 1969.

Impossível falar deles e não ouvir as psicodélicas “Light my fire”

e “Break on Through (to the other side)”,

onde o som da “The Doors” traz um Jim Morrison como  ele era... impressionante.

Jimi

Poucos meses antes, em setembro de 1970 na cidade de Londres, Jimi Hendrix também encerrava sua história aos 27 anos. Nesse trecho em que homenageio essa fera, mando um grande abraço aos amigos da banda “The Docs” que me deram o prazer de tocar a música que estou ouvindo agora, “Purple Haze”

e uma outra pancada dessa referência nascida em Seattle, EUA, “Hey Joe”.
 

Confesso, não foi fácil tentar tocar, mas foi grande o prazer de estar ali nessa tentativa de reproduzir músicas icônicas como essas, sim tentativa porque longe de mim tocar a terça parte do batera Mitch Mitchell.

Ouvindo ou tocando essas músicas é impossível não entrar em uma grande viagem imaginária para o Festival Woodstock (1969) e, arrepiando-se, pensar em como foi ver Hendrix tocando o hino americano no meio daquela época de liberação total e, ao mesmo tempo, em plena guerra do Vietnam lembrada pelos acordes distorcidos e cortantes de sua guitarra.

Puxando a brasa de baterista, se liguem nas loucuras que Mitch faz ao fundo sempre que Jimi entra nas distorções!!!!!!!  

Caramba... Confesso... Agora me emocionei.

Janis

Meu Deus! Menos de um mês depois de Jimi lá se ia essa voz que para mim nunca mais teremos igual. Janis Joplin. Aqui ouvindo e vendo ela ao vivo em 1969, cantando “Summertime” nem consigo dizer mais nada....

Nesse outro momento, cantando Kozmic Blues no Canadá em 1970, a entrega de Janis à canção é clara.
 

E fecho esse trecho dedicado a essa grande canora com uma de minhas preferidas, Maybe.
 

Janis é conteúdo obrigatório para quem canta pois é possível entender, sem dúvidas, o significado de interpretar de corpo e alma.

Kurt

É... Outra estrela que nos deixou aos 27, este no ano de 1994. Mas como falei essa viagem de hoje não é de tristeza, mas sim de homenagem a todos eles, curtindo momentos em que nos presentearam com sua arte.

A mais famosa de “Kurt Cobain” e do seu “Nirvana” é mesmo “Smells likeTeen Spirit”, que aqui tem uma clássica apresentação no Reading Festival de 1992, na Inglaterra, com Dancing Tony no palco e tudo (história para outra coluna – rsrs).

Nessa execução da música, cheia de erros de acordes quando Kurt toca, que há quem diga foram propositais, eles abrem com um trecho de “More than a feeling”, da banda “Boston”

que deixa um gosto de quero mais. Kurt, sempre surpreendente, nesse mesmo show pediu ao público para mandar uma mensagem para a mulher dele, a cantora Courtney Love, que sofria muitas críticas na imprensa. A pedido de Kurt o público gritou “Courtney we love you”.

Fecho minha homenagem a Kurt Cobain  lembrando do “Nirvana”  tocando “The man who sold the world”, de David Bowie, aqui em versão diferente da famosa executada no Acústico MTV, e que explode com a energia de Kurt.
 

Amy

Também em um mês como esse, julho, no dia 23, em 2011, aos 27, Amy se calava. Lá no início falei de Janis e muita gente diz que Amy Winehouse foi a Janis Joplin dos anos 2000. Eu particularmente não concordo com essa comparação, mas respeito quem pensa assim. Achismos e posições pessoais à parte, Amy e Janis se conectam para mim em uma coisa além da idade prematura em que se foram. A qualidade artística, cada uma em sua praia.

Fecho nossa viagem de hoje 3 momentos de Amy. O primeiro cantando Rehab e Back to black

Nesse outro, no Loolapalooza de 2007, em Chicago – EUA – ela manda ver em  “You know I’m no good”, com todo o poder de Amy, por Amy.
 

Bem, espero que tenham gostado do passeio amigos. Até a semana que vem aqui no nosso “Encontro Sonoro”. Se cuidem!! E curtam muita música para aliviar. Tudo vai passar!!!