O deputado estadual Capitão Alden (PSL) está sendo acusado de invadir na manhã desta quarta-feira (17 de junho), as dependências do Hospital Riverside, localizado em Lauro de Freitas, que é dedicado a pacientes com diagnóstico de coronavírus (Covid-19). A denúncia é da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
A unidade é uma área de isolamento respiratório e de contato, onde é proibido visitas e acompanhantes. De acordo com a secretaria, todo o momento, o deputado ameaçava os profissionais da unidade de dar voz de prisão e demonstrava estar armado.
Um dos seguranças do parlamentar posicionou-se na porta de um dos quartos, tendo acesso a uma paciente com as partes íntimas expostas devido ao banho no leito.
Em nota divulgada em seu site a Sesab disse ser "lamentável que o deputado e os seus seguranças coloquem em risco a própria saúde, sob risco de serem infectados com à Covid-19, bem como a de pacientes e profissionais". A secretaria informou que um boletim de ocorrência foi registrado para a apuração do crime cometido.
O outro lado
No programa de TV Brasil Urgente, da Rede Band Bahia, Capitão Alden afirmou que encaminhou um ofício desde o dia 20 de abril para a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, informando sobre o seu trabalho como parlamentar de fiscalizar o dinheiro público na área da saúde. Ele disse ter direito de acesso ao hospital porque o secretário de saúde Fábio Villas Boas o havia autorizado.
"Eu tenho que fiscalizar e atuar como parlamentar. A pandemia está servindo para algumas pessoas saquearem os cofres públicos. Estou denunciando contratos irregulares realizados pela Sesab. Esta empresa que está gerenciando o Hospital Riverside vai receber 10 milhões do Governo do Estado. Será que o dinheiro está sendo utilizado de forma correta? Será que realmente todos os leitos estão equipados devidamente e ocupados com os pacientes com Covid? Eu, como parlamentar eleito pelo povo, tenho o direito e o dever de fiscalizar o Governo do Estado da Bahia e aplicabilidade do dinheiro", disse.
Na entrevista, o deputado negou estar armado e criticou a atuação da Polícia Militar de Bahia, que foi chamada para contê-lo.
"É condenavel como o governo me tratou, não havia a necessidade de cinco viaturas. Eu estava fazendo meu papel de deputado estadual, zelando pelo bem público . Quem me conhece sabe que eu não tenho no meu registro nenhum histórico de abuso de autoridade. A gente vai adotar as medidas cabiveis contra o comando da Policia Militar" .