O Dia Internacional da Tireoide acontece hoje (25 de maio) e marca a conscientização das pessoas sobre problemas na glândula endócrina, localizada na parte anterior do pescoço, responsável pela produção de hormônios que regulam diversas funções.
Quando ela não funciona corretamente, pode liberar hormônio em excesso, conhecido como Hipertireoidismo, ou em quantidade insuficiente, o Hipotireoidismo.
O Hipotireoidismo adquirido é a endocrinopatia mais comum.
Podem haver casos diagnosticados após os 2 anos de idade que tem origem em um problema congênito (anomalias do desenvolvimento da glândula ocorridas durante a gestação), mas na maioria das vezes ele é adquirido.
Histórico familiar de doenças da tireoide autoimune, passado de cirurgia ou radiação em pescoço, uso de medicamentos que afetam o metabolismo dos hormônios tireoidianos e deficiência ou exposição prolongada à quantidade excessiva de iodo são os fatores de risco mais comuns.
Enquanto que a agenesia (atrofia) ou o não desenvolvimento adequado da tireoide no feto, durante a gestação, pode ser identificado a partir do "Teste do Pezinho" como Hipotireoidismo Congênito.
A endocrinologista pediátrica da Singular Medicina de Precisão, empresa baiana especializada em medicina genética, Silvia Lessa, explica que os sintomas clássicos do hipotireoidismo adquirido são sonolência, cansaço, ganho de peso, cabelos e unhas frágeis, intolerância ao frio e distúrbios da fertilidade. Mas nem sempre os sintomas são evidentes, alerta a especialista.
“Muitas vezes os sintomas são inespecíficos e podem ser diagnosticados somente durante um exame laboratorial de rotina. Além da história clínica, é necessário sempre checar a função da tireoide através dosagem dos hormônios que a regulam e os hormônios por ela produzidos", explica a profissional.
Tireoide e Coronavírus
O Departamento Científico de Endocrinologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta que distúrbios da tireoide, em geral, não são associados ao maior risco de adquirir infecções virais nem são associados à maior gravidade nas pessoas infectadas pelo Covid-19.
Mas pacientes com distúrbios tireoidianos mal controlados, pacientes com câncer de tireoide em uso de quimioterapia ou medicamentos corticoesteróides ou imunossupressores, devem ter mais atenção neste momento de pandemia.
Apesar de não existirem dados específicos a respeito do SARS-CoV-2 e complicações na tireoide, estudos realizados após a epidemia anterior de SARS mostraram que o Coronavírus pode afetar a função tiroidiana em pessoas previamente sem doenças que afetassem a glândula.
A orientação do Departamento Científico da SBP é que os pacientes com diagnóstico de hipotireoidismo ou hipertireoidismo devem manter as doses e esquemas da levotiroxina ou medicamentos antitireoidianos como recomendados em caso de infecção pelo coronavírus.
Uma exceção é se o paciente tiver efeito adverso ao uso desses medicamentos.
As consultas eletivas não são recomendadas, para evitar risco de contaminação em consultórios e hospitais com pessoas que podem estar infectadas.