À medida que o mundo combate a pandemia de COVID-19, o secretário-geral das Nações Unidas alertou nesta terça-feira (14) para uma “epidemia” paralela.
Segundo António Guterres, existe uma “perigosa epidemia de desinformação” que acompanha e ameaça o enfrentamento ao novo coronavírus.
Classificando a crise atual como a “mais importante que enfrentamos desde a Segunda Guerra Mundial”, Guterres lembrou que as pessoas estão assustadas com o avanço do novo coronavírus e buscando informações confiáveis.
“Este é o momento da ciência e da solidariedade. Mas a ‘pandemia global da desinformação’ continua a se alastrar. Estão proliferando conselhos danosos para a saúde e falsas soluções. As falsidades estão tomando as ondas de rádio. Há teorias da conspiração ferozes infectando a internet”, disse.
Guterres também alertou que o ódio está se tornando “viral”, com pessoas e grupos específicos sendo estigmatizados e difamados.
“O mundo tem também de se unir contra esta doença. A vacina é a confiança. Primeiro, confiar na ciência. Saúdo os jornalistas e outros pesquisadores que verificam as montanhas de histórias enganosas e publicações nas redes sociais”, acrescentou.
O secretário-geral das Nações Unidas destacou que as empresas de redes sociais precisam fazer mais para “erradicar o ódio” e as afirmações prejudiciais sobre a COVID-19.
Guterres também destacou a importância da confiança nas instituições, “fundamentada na governança e na liderança dinâmicas, responsáveis e baseadas em provas”.
Outro ponto que António Guterres ressaltou foi a confiança no próximo. “O respeito mútuo e a proteção dos direitos humanos devem ser a nossa bússola para enfrentar esta crise. Juntos, rejeitaremos as mentiras e os disparates que circulam por aí.”
Guterres destacou que a ONU lançará uma iniciativa de resposta no campo da comunicação, com o objetivo de “inundar a internet com fatos e com ciência, e combater o crescente flagelo da desinformação, um veneno que está colocando ainda mais vidas em risco”.
Ele pediu bom senso e atenção aos fatos para derrotar a Covid-19 e “construir um mundo mais saudável, mais equitativo, justo e resiliente”.
Confira a mensagem na íntegra:
“À medida que o mundo combate a mortal pandemia da Covid-19 – a crise mais importante que enfrentamos desde a Segunda Guerra Mundial – assistimos também a uma outra epidemia – uma perigosa epidemia de desinformação.
Ao redor do mundo as pessoas estão assustadas. Elas querem saber o que fazer e onde podem encontrar aconselhamento. Este é um tempo de ciência e de solidariedade.
Mas a “pandemia global da desinformação” continua a alastrar-se. Estão a proliferar conselhos danosos para a saúde e falsas soluções. As falsidades estão tomando as ondas de rádio. Há teorias da conspiração ferozes a infectar a internet. O ódio está a tornar-se viral, estigmatizando e difamando pessoas e grupos.
O mundo tem também de se unir contra esta doença. A vacina é a confiança. Primeiro, confiar na ciência. Saúdo os jornalistas e outros pesquisadores que verificam as montanhas de histórias enganosas e publicações nas redes sociais. As empresas das redes sociais devem fazer mais para erradicar o ódio e as afirmações prejudiciais sobre a Covid-19
Segundo, a confiança nas instituições – fundamentada na governança e na liderança dinâmicas, responsáveis e baseadas em provas. E a confiança no próximo. O respeito mútuo e a proteção dos direitos humanos devem ser a nossa bússola para enfrentar esta crise. Juntos, rejeitaremos as mentiras e os disparates que circulam por aí.
Hoje, anunciarei a iniciativa de Resposta das Nações Unidas sobre as Comunicações para inundar a internet com factos e com ciência, e combater o crescente flagelo da desinformação – um veneno que está a colocar ainda mais vidas em risco.
Tendo o senso comum e os fatos como causa comum, podemos derrotar a COVID-19 – e construir um mundo mais saudável, mais equitativo, justo e resiliente. Obrigado.”