Olá este é o podcast Curta de Casa e eu sou Doris Pinheiro. Hoje a gente vai falar sobre a Semana Santa, viajar para Jerusalém, ouvir contação de história com a lenda do coelhinho da Páscoa, e vai ser muito legal se você ouvir com as crianças, vai ganhar de presente duas receitas deliciosas e fáceis e vai refletir sobre a fé... Aquela sua, individual, que vive dentro de você.
E neste episódio, eu coloquei minha família para trabalhar. Ao meu cunhado João, um homem que vive a sua religiosidade de maneira muito verdadeira e lança seu olhar humano sobre tudo, eu encomendei uma breve narração dos fatos que levaram Jesus à cruz e à ressurreição.
É João que nos conta:
Na última semana da Quaresma, tempo preparatório para a maior celebração da cristandade, a Páscoa ou Ressurreição de Jesus Cristo, os cristãos fazem uma celebração especial à última semana de vida de Jesus.
Durante 30 anos Jesus viveu no anonimato como um cidadão de Nazaré da Galileia, carpinteiro, filho de José e de Maria. Seus 3 últimos anos, chamados de vida pública, foram inaugurados quando ele passou pelo ritual do batismo pregado por João Batista. A partir desse evento, ele a ter uma vida de intensas atividades como anunciador do Reino de Deus e profeta.
Esse ministério, marcado por curas e fatos miraculosos, grande sabedoria, coragem, simplicidade, pela defesa dos fracos e oprimidos e pela demonstração de grande amor, fazia de Jesus um mestre e líder de multidões. Falava de um Deus Pai e resumia seus ensinamentos em amor a Deus e ao próximo.
O número dos seus seguidores assustava, e seus ensinamentos incomodavam a elite religiosa e política da época, que se sentia ameaçada e sistematicamente fazia oposição a ele, o que culminou com a sua prisão e morte. O ponto culminante dessa tensão e confronto se deu na última semana, em Jerusalém.
Jesus não morreu por causa de um acidente ou doença nem foi assassinado. Ele foi legalmente condenado à morte por interesses políticos e religiosos, pelos podres poderes da época.
Mesmo sabendo o que lhe esperava em Jerusalém, viajou com seus amigos e amigas mais próximos. Estes ainda não entendiam a missão do seu Mestre e Profeta. Oscilavam entre o temor de tudo acabar em prisão e morte e a expectativa de que a nova ordem de um reino messiânico se concretizasse.
Antes de entrar em Jerusalém, Jesus descansou no sábado em Betânia, na casa de amigos. No domingo seguinte entrou em Jerusalém cercado de amigos e curiosos. A multidão o fez montar em um jumentinho e o aclamou como filho de Davi, o Messias. Hosana ao Filho de Davi!
Essa manifestação do povo soou aos poderosos como o máximo de provocação.
Foto: pxhere/Creative Commons
Na segunda-feira Jesus estava em Jerusalém, onde se dirigiu ao templo, e aí, indignado com o desvio da finalidade religiosa e o intenso comércio que havia, derrubou mesas e surrou os cambistas, vendedores e mercadores.
Na terça-feira se dedicou a esclarecer melhor a sua missão e fazer promessas consoladoras. Na quarta-feira Jesus continuou ensinando, enquanto Judas Iscariotes e dirigentes judaicos (o Sinédrio) tramavam como prendê-lo.
Na quinta-feira, querendo se despedir dos seus amigos, Jesus pede que seja feita uma ceia pascal. Nesta ceia, seguindo o ritual judaico, ele lava os pés dos discípulos e faz uma ceia tomando o pão e o vinho. Diz que são seu corpo e seu sangue, e que quem comesse o pão e bebesse o vinho estaria em comunhão com ele. Após a ceia, Jesus se retirou para orar no Jardim das Oliveiras onde entra em agonia ao contemplar o sofrimento que lhe aguardava. Em seguida, chegaram Judas Iscariotes e os soldados para prendê-lo.
Entre o final da noite da quinta-feira e a manhã da sexta-feira, Jesus foi preso, torturado, julgado e condenado à morte. Do meio-dia às três horas da tarde sofreu a agonia de morte na cruz. Às pressas sepultaram seu corpo, pois o sábado iniciava às seis horas da tarde, logo, não podiam fazer este trabalho.
Durante o sábado, seu corpo estava no sepulcro ofertado por José de Arimateia, e no início do domingo os seus discípulos atestaram o que Jesus lhes havia prometido: a sua Ressurreição!
E para refletir sobre a fé, eu convidei a psicanalista Maria Eunice Santos, membro da Psychanalyse Actuelle de Paris, coordenadora do EPIS - Espaço Psicanalítico Interdisciplinar de Salvador e que ministrou Teoria Psicanalítica na Universidade federal da Bahia.
-- Clique no Play aí em cima para ouvir a psicanalista Maira Eunice Santos (a partir dos 5 minutos e 6 segundos)
E aí, refletiu? Vai refletir sobre fé? Deixa aí decantando dentro de você e vamos fazer duas viagens virtuais a Jerusalém. Mais uma vez botando minha família para trabalhar, pedi à minha irmã Gina, que é arquiteta, professora doutora e pesquisadora, para explicar essa cidade pra gente.
Ela diz: Jerusalém, que em hebraico significa Cidade da Paz, nesta semana mais do que em outros momentos do ano é a Terra Santa. É uma das mais antigas cidades do mundo (cerca do quarto milênio antes de Cristo), e com tanta história para contar tornou-se sagrada para as três principais religiões abraâmicas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
A cidade antiga é dividida em quatro bairros, o armênio, o cristão, o judeu e o muçulmano, desde o século XIX. Em 1981 esta parte da cidade foi reconhecida pela Unesco como patrimônio da humanidade. Muito justo, pois abriga o monte e o muro do templo de Salomão, a Igreja do Santo Sepulcro, e a Mesquita de Al-Aqsa.
Aí ela selecionou duas viagens virtuais, a do programa Viaje Comigo, com o jornalista Peter Goldshimidt, que é de turismo e é bem instrutiva.
No vídeo
Conheça Jerusalém
E uma visita à igreja do Santo Sepulcro
No vídeo
Passeie pela Igreja do Santo Sepulcro
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Vamos continuar viajando, só que para o mundo da contação de histórias. Para isso nós chamamos Nairzinha professora, cantora, compositora, pesquisadora, brincante, poeta, contadora de histórias, e ela escolheu uma linda, que conta a lenda do Coelhinho da Páscoa.
-- Clique no Play aí em cima para ouvir Nairzinha contando a história do Coelhinho da Páscoa (a partir dos 9 minutos e 21 segundos)
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E agora vamos falar de comida e fazer comida. Mas já que estamos aqui, vamos entender porque durante a Semana Santa, em especial na Sexta-feira Santa, os cristãos não comem carne vermelha e de frango.
Bom, dentro da tradição da Igreja Católica, a Sexta-Feira da Paixão é um dia reservado para a prática da abstinência.
Essa tradição milenar do catolicismo faz com que ou as pessoas jejuem ou substituam o consumo dessas carnes pelo de peixe.
A abstenção de carne na Sexta-Feira Santa é associada ao derramamento do sangue de Jesus Cristo durante o seu sacrifício.
Núbia Gesteira, engenheira civil apaixonada por gastronomia, que que cria lindas cestas de café da manhã e encara a culinária como forma de arte também foi convidada por mim a participar do Curta de Casa. E ela manda muito bem com duas receitas fáceis e deliciosas : o Bacalhau Cremoso e o Brownie de Páscoa. Sinta só...
-- Clique no Play aí em cima para ouvir Núbia Gesteira ensinando 2 receitas para a Páscoa (a partir dos 13 minutos e 30 segundos)
Os contatos de Nubia são o telefone 71 99151-3200 e o Instagram @mimosdanubiag.
Bacalhau Cremoso
Antes de começar o preparo do seu bacalhau, lembre de dessalgá-lo corretamente. O bacalhau é um peixe que vem com uma grande quantidade de sal e retirar esse excesso é essencial.
Vamos aos ingredientes:
-- 5 colheres (sopa) de azeite extra virgem
-- 5 batatas cortadas em cubos pequenos (400g)
1 colher de sopa de creme de cebola (20g)
-- 2 cebolas fatiadas
-- 2 dentes de alho amassados
-- 1 quarto de xícara de azeitonas preta
-- 5 xícaras (chá) de bacalhau dessalgado desfiado (cerca de 500g)
-- 300 ml de água
-- 1 lata de creme de leite
-- Cheiro verde para finalizar
Modo de preparo :
1) Em uma frigideira grande, aqueça 3 colheres (sopa) de azeite, as cebolas e o alho e refogue até dourar.
2) Acrescente o bacalhau desfiado e as batatas e a água e cozinhe com a panela tampada por cerca de 15 a 20 minutos mexendo sempre para não pegar, sinta o ponto da batata.
3) Adicione o creme de leite às azeitonas e o cheiro verde.
É pratico rápido e fácil.
Brownie de Páscoa
-- 6 ovos
-- 0,5Kg de açúcar
-- 3,5 xícaras (chá) de farinha de trigo
-- 700g de achocolatado
-- 300g de manteiga com sal
-- 300g chocolate meio amargo (2 xícaras de chá)
Modo de preparo :
1. Numa batedeira coloque 6 ovos, ½ kg de açúcar, e 300 g de manteiga com sal e bata bem até formar uma mistura homogênea. Acrescente ás 3 ½ xícaras (chá) de farinha de trigo, 700 g de achocolatado
2. Coloque a massa numa assadeira (40 cm X 25 cm) untada e leve ao forno médio preaquecido a 180°C por +/- 30 minutos. Retire do forno e deixe esfriar.
3. Coloque numa panela, em banho-maria, 300 g de chocolate meio amargo e 3 colheres (sopa) de manteiga e misture até o chocolate derreter.
4. Coloque por cima do brownie criando uma camada de chocolate espere esfriar, corte os quadradros e sirva.
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A Páscoa Cristã é comemorada anualmente no primeiro domingo após a primeira lua cheia que ocorre no início do outono aqui em nossa terra. A data é sempre entre os dias 22 de março e 25 de abril.
Dentro do cristianismo, diferentes religiões e denominações celebram a Páscoa, cada uma à sua maneira. Mas a Páscoa já era comemorada antes do surgimento do Cristianismo, pelo povo judeu.
A Páscoa para os judeus - Pessach (“passar além”, na tradução do hebraico) é a celebração da libertação dos hebreus, que viviam como escravos no Egito, simbolizando o retorno à vida digna.Essa libertação coincidiu com o início da primavera, assim fundiram-se numa só festa, a renovação da natureza e o renascimento de Israel, como eram chamados os hebreus.
Segundo a Bíblia, Jesus teria participado de várias celebrações pascais. Quando tinha doze anos de idade foi levado pela primeira vez pelos seus pais, José e Maria, para comemorar a Páscoa, conforme narram algumas das histórias do Novo Testamento da Bíblia.
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E para encerrar eu chamo de volta Nairzinha para recitar, da autoria dela, "Tempo Ressurreição".
-- Clique no Play aí em cima para ouvir Nairzinha recitando "Tempo Ressurreição" (a partir dos 17 minutos e 45 segundos)
Este é o podcast Curta de Casa. Uma feliz Páscoa para você e sua família.