Outro dia chegamos para tocar e uma segunda banda vinha depois da nossa.
Qual não foi minha surpresa quando vi que o cantor do outro grupo era filho de um grande amigo.
Na conversa para ajustar os repertórios me veio a ideia desse nosso bate-papo de hoje, o primeiro de 2020.
Percebi ali que, pela música, a diferença de idade sumiu.
E ficou claro mais um dos grandes poderes dela.
O de sumir com a diferença de gerações unindo-as em torno de uma linguagem universal.
47- 26 = 0
Calma, matemáticos e engenheiros. A conta não está errada. Essa é a minha idade, 47, e a de Isaac, 26, que naquela noite não faziam diferença alguma.
De repente as nossas bandas se misturaram e lá pelas tantas já estávamos com baterista de uma com guitarrista de outra, eu e ele fazendo duetos de diversas músicas e nada, juro amigos, absolutamente nada havia sido sequer combinado, quanto mais ensaiado, mas a banda na qual canta Isaac, filho do meu amigo Radi e de Ana, a mãe orgulhosa e produtora, se conectou com a nossa.
Idades as mais variadas, mas música não tem preconceito e conecta almas que, por sua vez, não têm idade.
E o Gerações no público?
Lá também a mágica acontece.
Naquela noite quem assistia era um mix de pessoas mais jovens que curtem a ÊaJack e os mais vividos ligados na The Broadcasters, públicos que aliás depois de umas músicas já eram como se fosse apenas um.
Essa mesma sensação tive um outro dia quando tocamos, aí só a nossa banda, no Parque da Cidade, para uma festa de fim de ano.
No nosso repertório há de tudo um pouco, dentro do gênero Pop/Rock e, pude ver bem claramente – até porque era um dia de sol a pino que nos garantiu até um bom bronze, mas aí é outra história – que cada música atingia as gerações de modo diferente.
Pink Floyd ativava um público com mais estrada musical.
CPM 22, Raimundos e Detonautas aquela parte da plateia mais recém-chegada ao mundo.
Claro que em cada um desses momentos todos dançavam, mas o impacto variava para cada geração.
Trouxe esse sentimento até meio óbvio aqui porque há um grupo de músicas que são como um furacão, e unem todos no primeiro acorde.
Blockbusters?
Basta o primeiro acorde de uma música do Legião, as primeiras palavras de uma letra de Raul ou o riff de uma música dos Beattles que, do palco, a transformação de quem está assistindo é instantânea.
Você deve estar pensando: Mais uma obviedade: afinal as músicas foram estrondosos sucessos.
Claro que isso influencia, mas, acredito que há algo mais.
Para ajudar nessa defesa trago aqui outro superpoder louco presente em algumas músicas que, mesmo sem serem conhecidas de todos, conseguem incendiar quem ouve.
Das que tocamos uma que serve como exemplo desse efeito hipnotizante é a música “Killing in the Name” da banda americana “Rage Against The Machine”.
Ela, embora conhecida por apenas uma parte do público, faz todo mundo entrar numa contagiante vibração. Coisa bonita de se ver..., e de sentir também.
Sabe, acho que tudo o que falei hoje aqui prova que a música é realmente uma das formas mais poderosas de conectar as pessoas, de quebrar barreiras entre gerações, de fazer elas se conectarem e, sabem, sempre falo que quem está na plateia se diverte mas, no palco, a energia, a visão do prazer nos rostos, da conexão entre quem curte o show e a banda não tem preço.
Encontros Sonoros por aí
Micareta Saco de Vacilo – Ao som de Ivan Motoserra Surf Trash – no Bardos Bardos, nesta sexta, 10 de janeiro, às 19h, Rio Vermelho, com ingresso colaborativo.
Duda Spínola – Lançamento do novo CD dele que já foi guitarrista da Adão Negro. Acontece também no Bardos Bardos – Rio Vermelho, neste sábado, 11, às 19h e tem couvert sugerido de R$ 10.
Fernando Nunes - Ex-baixista de Cássia Eller e que já tocou com Nando Reis, Ivan Lins, Zeca Baleiro e Caetano Veloso, entre outros, e que nesse show em formato tri-power passeará por várias fases da sua carreira, trazendo convidados. Na Varanda do SESI, Rio Vermelho, sábado 11/01, 22h. Couvert R$ 35.
The Broadcasters – Puxando um pouco a brasa pra minha banda, vamos tocar muito Pop/Rock dos anos 80, 90, 2000 na Varanda do Sesi, Rio Vermelho, dia 16/01 às 22h. Ingresso antecipado, R$ 25; no evento, R$ 35. Para antecipado inbox no Intagram @thebroadcastersoficial.
Dire Straits Tribute – Hits dessa super banda com as guitarradas inconfundíveis de Mark Knopfler. É no sábado 18/01 às 22 h na Varanda do Sesi. Couvert, R$ 35.