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Mortes violentas caem em todo o País nos primeiros 7 meses de 2019

A maior queda foi registrada no Ceará: 52,4%

Os números foram revelados pelo Monitor da Violência, um índice nacional criado pelo G1 em parceria com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A redução é de 22,6%.

Em julho de 2019, por exemplo, houve 3,1 mil assassinatos, contra 4,1 mil no mesmo mês de 2018 Já no período que engloba os sete meses, foram 24,4 mil mortes violentas — 7,1 mil a menos que o registrado de janeiro a julho de 2018.

Apesar da queda, o número de assassinatos continua alto: 1 a cada 12 minutos, em média, neste ano.

A redução do número de mortes violentas foi comemorada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro, que advertiu: "É preciso cair mais". Moro citou números favoráveis do programa Em Frente Brasil, projeto pioneiro do Governo Federal em parceria com governos estaduais e municipais, para redução da criminalidade. Nos primeiros 30 dias houve queda de 53% dos assassinatos e de 40% dos roubos nos municípios onde o programa está sendo aplicado, as cidades de Ananindeua (PA), Cariacica (ES), Goiânia (GO), Paulista (PE) e São José dos Pinhais (PR).

Moro atribui a queda no número de mortes violentas no país a esforços de governos locais e do governo federal, citando recordes de apreensão de drogas e transferência de chefes de facções criminosas para presídios federais como medidas que surtiram efeitos nos índices de criminalidade. Moro também afirma que o governo está com uma política de tentar retomar o controle de vários presídios do país.

Ouvidos pelo G1, Samira Bueno e Renato Sérgio de Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, atribuem a queda a melhorias da gestão pública, integração de programas de prevenção social com as políticas de segurança, melhoria da qualidade da investigação policial, maior integração entre agências, em especial as polícias Civil e Militar, e o fortalecimento de políticas de controle de armas.

O Atlas da Violência produzido pelo Ipea-Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas sugere ações para a redução da violência no País, "incluindo o uso mais inteligente e qualificado do sistema coercitivo para retirar de circulação e levar ao sistema de justiça criminal homicidas contumazes, líderes de facções criminosas, milicianos e criminosos que representam maior risco à sociedade".

De acordo com o instituto, "é urgente repensar a política criminal, bem como o saneamento do sistema de execução penal". Sem isso, conclui, "o Estado não conseguirá ter o controle das prisões, fonte dinamizadora das facções criminais e da criminalidade violenta de dentro e fora dos cárceres".

O Ministério da Justiça e Segurança Pública também possui um sistema com dados de homicídios, roubos, furtos e outros crimes cometidos em todo o país desde 2015.

Disponível no site da pasta, o sistema reúne informações de boletins de ocorrência de todos estados e do Distrito Federal. Os dados são enviados ao ministério, que analisa e valida os números antes da publicação.

Neste momento, as informações disponíveis são de 2015 até outubro de 2018. De acordo com o ministério, atualizações com dados mais recentes serão feitas sempre na primeira quinzena de cada mês.