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Saiba por que Santo Antonio é considerado santo casamenteiro

Aproveita e vai lá bater um papo com Santo Antônio

Foto: YouTube/Reprodução
Santo Antonio de Lisboa
Santo Antonio de Lisboa

Você sabe por que Santo Antônio é considerado o santo casamenteiro?

Batizado de Fernando Bulhões, Santo Antônio era um frade franciscano, nascido em 1195, em Portugal, mas viveu durante a maior parte de sua vida em Pádua, na Itália.

Apesar de não ter em seus sermões nada específico sobre casamentos, Santo Antônio ficou conhecido como o santo que ajuda mulheres a encontrarem um marido por conta da ajuda que dava a moças humildes para conseguirem um dote e um enxoval para o casamento.

Reza a lenda que, certa vez, em Nápoles, havia uma moça cuja família não podia pagar seu dote para se casar. Desesperada, a jovem – ajoelhada aos pés da imagem de Santo Antônio – pediu com fé a ajuda do Santo que, milagrosamente, lhe entregou um bilhete e disse para procurar um determinado comerciante.

O bilhete dizia que o comerciante desse à moça moedas de prata equivalentes ao peso do papel. Obviamente, o homem não se importou, achando que o peso daquele bilhete era insignificante.

Mas, para sua surpresa, foram necessários 400 escudos da prata para que a balança atingisse o equilíbrio. Nesse momento, o comerciante se lembrou que outrora havia prometido 400 escudos de prata ao Santo, e nunca havia cumprido a promessa.

Santo Antônio haviera fazer a cobrança daquele modo maravilhoso. A jovem moça pôde, assim, casar-se de acordo com o costume da época e, a partir daí, Santo Antônio recebeu – entre outras atribuições – a de “O Santo Casamenteiro”.

Outra história que envolve a fama de Santo Antônio é a de que uma moça muito bonita, que havia perdido as esperanças de arranjar um marido, apegou-se a Santo Antônio.

Dizem que a mulher adquiriu uma imagem do santo e colocou-a em um pequeno oratório. Todos os dias, a jovem colhia flores e as oferecia a Santo Antônio sempre pedindo que este lhe trouxesse um marido.

Mas, passaram-se semanas, meses, anos… e nada do noivo aparecer.

Então, tomada pelo desgosto e pela ingratidão do santo, ela atira a imagem pela janela.

Neste exato momento, passava um jovem cavalheiro que é atingido pela imagem do Santo. Ele apanha a imagem e vai entregar à jovem, que se apaixona por ele e atribui a sua chegada a fé por Santo Antônio.

A partir daí, as moças solteiras que querem casar começaram a fazer orações pedindo ajuda ao santo e cultuando sua imagem.

Entre as simpatias mais populares, acredita-se que as jovens devem comprar uma pequena imagem do Santo e tirar o Menino Jesus do colo, dizendo que só o devolverá quando conseguir encontrar o amor, ou ainda, virar o Santo Antônio de cabeça para baixo.  

No vídeo - Maria Bethânia canta a canção "Santo Antonio"

Saiba onde acontecem festejos em homenagem ao Santo:

Missas, Procissões & Música

Santo Antônio Além do Carmo - no último dia da Trezena, haverá alvorada às 6h e missas às 7h, 9h30, 11h pela cura e libertação e às 16h30.

A partir das 17h30, os devotos sairão em procissão de Santo Antônio, juntamente com as Irmandades de Santo Antônio e a do Divino Espírito Santo, que juntos percorrerão as principais ruas dos bairros de Santo Antônio Além do Carmo e Barbalho, retornando para a Paróquia.

Logo após a procissão, o bispo auxiliar da Arquidiocese de São Salvador, Dom Estevam dos Santos Silva Filho, presidirá a Missa campal.

Depois dos ritos religiosos os festejos continuam com música. Dinho do acordeon e DJ Guerreiro se apresentam no Largo em Frente à igreja a partir das 19h. Evento gratuito.

Cosme de Farias - A Paróquia Santo Antônio do bairro, também festeja o santo com o tema “Uma comunidade em saída, nos passos de Santo Antônio”.

No dia 13, na Matriz (Praça Cosme de Farias, s/n) acontece o ápice dos festejos, quando haverá alvorada às 6h; procissão saindo da Igreja Senhor Bom Jesus dos Milagres, às 18h, e seguindo até a Matriz.

A Missa Festiva será presidida pelo bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, Dom Hélio Pereira dos Santos, às 19h30.

Portão, Lauro de Freitas – na região metropolitana da capital, os devotos de Santo Antônio também celebram o padroeiro, na Matriz (Rua Santo Antônio, 133, Portão).

Na quinta-feira (13), a programação terá início com a alvorada às 6h. Por volta das 8h30 os devotos recitarão o Ofício de Santo Antônio e às 10h participarão da primeira Missa do dia.

Já às 19h terá início a procissão, que sairá da Comunidade Sagrado Coração de Jesus (Queira Deus) e seguirá até a Matriz, onde será celebrada a Missa Solene, presidida pelo padre Diego Jesus dos Santos.

Exposição

Santo Antônio possui três igrejas diferentes em Salvador. São João tem uma, na Av. Vasco da Gama. Já São Pedro se chamava Simão até ser renomeado por Jesus.

Estas e muitas outras curiosidades serão apresentadas ao grande público, a partir do dia 11 de junho, na exposição “Santos Juninos – História e Tradição”, em cartaz no Museu da Misericórdia, da Santa Casa da Bahia, até 28 de julho.

Além de painéis com informações sobre os santos, que possuem festejos tradicionais na Bahia, a mostra reúne 23 peças, entre imagens, gravuras e oratórios.

“Com o objetivo de celebrar e manter viva a tradição que atravessa gerações, os santos serão homenageados em diferentes formas e materiais, em uma conexão entre o antigo e o moderno”, afirma a museóloga do Museu da Misericórdia, Osvaldina Cezar.

As esculturas dos santos são de madeira policromada, madeira natural, barro cozido, resina e gesso policromado, que datam do século XVIII ao XXI, desde as composições mais tradicionais até as mais populares.

A exposição, que já faz parte da programação anual do Museu, apresenta uma novidade este ano. Fotografias das fachadas das igrejas da capital baiana dedicadas aos santos, incluindo uma capela de São Pedro já demolida, compõem a mostra. Outro ponto de destaque é o Oratório de Santo Antônio, localizado na fachada do Museu da Misericórdia, que é um espaço devocional e de colocação de ex-votos.

Para a montagem da exposição, o Museu da Misericórdia contou com o apoio da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, da Catedral Basílica do Salvador, da Irmandade de São Pedro dos Clérigos, da Paróquia de Santo Antônio Além do Carmo, Paróquia de Santo Antônio da Barra, Paróquia de Santo Antônio da Mouraria, Paróquia de São Pedro e Paróquia de São João Batista.

Também colaboraram com a mostra o artesão Rodrigo Guedes, os museólogos Guilherme Figueiredo e Jorge Fernandes, o arquiteto Luiz Humberto de Carvalho e a Brasil Açu Arte e Artesanato.

O Museu da Misericórdia funciona de terça a sexta-feira das 8h30 às 17h30, aos sábados, das 9h às 17h, e aos domingos e feriados, das 12h às 17h. O ingresso custa R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia).

Anote

O que: Exposição “Santos Juninos – História e Tradição”
Quando: 11 de junho a 28 de julho
Onde: Museu da Misericórdia - Rua da Misericórdia, 06, Pelourinho
Horário: 8h30 às 17h30 (terça a sexta), 9h às 17h (sábados) e 12h às17h (domingos)

Para reforçar o pedido, vale a pena realizar algumas simpatias. Confira:

Dizem que as simpatias evocadas em nome de Santo Antônio dão certo. Claro que tudo isso faz parte das superstições características do nosso povo.  Mas, na dúvida, vamos tentar.

1 – Uma das mais antigas tradições diz que, para descobrir o futuro companheiro, é preciso escrever os nomes dos candidatos em vários papéis. Um deles deve ser deixado em branco. À meia-noite do dia 12 de junho, eles devem ser colocados em cima de um prato com água, que passará a madrugada ao relento. No dia seguinte, o que estiver mais aberto indicará o escolhido.

2 – Aqueles que têm pressa em arranjar um namorado devem comprar uma pequena imagem do santo. E para agilizar a conquista do pedido, fazer dois procedimentos: tirar o Menino Jesus do colo do religioso, dizendo que só devolverá quando conseguir um namorado, ou ainda, virar o Santo Antônio de cabeça para baixo.

 3 – O mais afoito tem ainda outro recurso. Deve ir a um casamento e dar de presente aos noivos uma imagem de Santo Antônio, sem o Menino Jesus. Depois, pedir no altar para se casar com alguém, especial ou não. Assim que a graça for alcançada, deve retornar à igreja e lá depositar a imagem do Menino Jesus.

4 – Os que já estão acompanhados, mas ainda não subiram no altar, também possuem práticas específicas. A pessoa deve amarrar um fio de cabelo seu ao do namorado. Eles devem ser colocados aos pés do santo, que, logo, logo, resolve a questão.

5 – Para a pessoa saber se o futuro companheiro será jovem ou mais velho, é preciso arranjar um ramo de pimenteira. De olhos fechados, ela deve pegar uma das pimenteiras. Se a escolhida for verde, ele será jovem. Caso contrário, o casamento acontecerá com alguém de idade avançada.

6 – A tradição popular acredita que há uma forma especial de fazer as pazes entre casais brigados. Para isso, é preciso um cravo e uma rosa. Os talos devem ser amarrados juntos com uma fita verde, na qual serão dados 13 nós. Durante o procedimento, o devoto deve pensar que Santo Antônio vai uni-los outra vez.

7 – Para descobrir se falta muitos anos para a grande data, na véspera do dia 13 de junho, à meia-noite, amarre uma aliança – que pode ser de qualquer parente – numa linha ou num fio. Coloque um copo sobre a mesa e segure o fio de modo que a aliança esteja dentro do copo. Pergunte, então, quantos anos faltam para o casório. O número de batidas informa quantos anos ainda restam para o Dia D.