Comportamento

Carnaval acabou: feliz ano novo!

Psicóloga explica por que pessoas têm a sensação de que o ano só começa depois do carnaval

Com o fim do carnaval, muitas pessoas aproveitam para colocar em prática atividades que pretendem realizar durante o ano: começar uma dieta, se matricular na academia, fazer um curso, procurar emprego.   

A psicóloga recém-formada Thais Alves, 24 anos, deixou para procurar emprego depois do Carnaval porque queria descansar. Ela terminou a faculdade em dezembro.  “O último ano foi muito conturbado em decorrência dos trabalhos de final de curso, além de estágios e eu precisava de um tempo para colocar a cabeça no lugar e relaxar um pouco”, diz.

A técnica em nutrição Jessica Santana, 21 anos, esperou o Carnaval acabar para começar a estudar para o vestibular da Escola Técnica (Etec) por considerar que o período que vai do final do ano até o carnaval é para descanso. Ela prefere planejar com antecedência as datas em que vai realizar alguma atividade. “É uma forma mais eficiente de elaborar e fazer com que os planejamentos deem certo e também me organizo melhor quando tenho datas definidas, já que quando não as determino, acabo procrastinando bastante”, afirma.


Mas a psicóloga Ligiana Koller Gorgonio alerta: o hábito de esperar pelo fim do carnaval para fazer alguma coisa pode ser uma forma de autosabotagem, em que a pessoa adia seus planos por medo de perdas ou até de ganhos. "Ou seja, ela pode postergar uma decisão por não ser capaz de abrir mão de algo ou porque não se sente preparada para ganhar algo como uma promoção no trabalho, casamento, gravidez etc”, explica.

Ligiana recomenda que as pessoas façam um exercício de autoconhecimento para entender os motivos de sempre deixar para depois o que pode ser feito no momento atual.  “O indicado para estes casos é psicoterapia e também ponderar sobre os motivos que a façam agir sempre postergando suas iniciativas, questionar-se sobre o que poderia estar por trás disso, mesmo que seja difícil fazer este tipo de exercício se a gente não se conhece bem”, ensina.