No dia 13 de novembro (terça-feira), às 19h, o projeto Fuxicos Futuros terá a Marcha do Empoderamento Crespo reunindo mais de 40 mulheres negras para uma grande roda sobre “Notas Feministas por uma Agenda de Emancipação Crespa”.
Num diálogo horizontal, todas as presentes poderão ser interlocutoras do debate. O evento acontece no Goethe-Institut Salvador-Bahia, com entrada franca e classificação livre.
“A atividade será um espaço de cuidado e construção política, onde, a partir dos nossos lugares de fala, de experiências e de construções, possamos compartilhar e debater questões, angústias, reflexões e proposições sobre qualquer assunto, sobre quaisquer notas feministas por uma agenda de emancipação crespa”, afirma a antropóloga Naira Gomes, organizadora do encontro e também da Marcha do Empoderamento Crespo de Salvador.
A Marcha do Empoderamento Crespo tem a missão de discutir e instrumentalizar os modos de subjetivação e formação da identidade dos sujeitos marcados pela estigmatização, para fins de tomar o olhar do diferente que antes os inferiorizava e fazer disso uma mola que possa resistir e subverter.
Contou com a participação de 4 mil pessoas pelas ruas do Centro de Salvador em 2015, 6 mil em 2016 e 10 mil no ano de 2017. Contabiliza 14 mil membros no seu grupo e 10 mil curtidas em sua página, ambos no Facebook.
Mobiliza grande participação da população nas suas atividades durante o ano, sobretudo em escolas, e tem repercussão importante na imprensa nacional e internacional.
Mais de 40 mulheres feministas e militantes confirmaram presença neste grande encontro reflexivo, incluindo outros membros da comissão da marcha: Ivy Guedes, Laíse Neres,
Lorena Lacerda e Maraíse Massena. Vilma Reis, ouvidora-geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia, é outra participação garantida. A diretora teatral Fernanda Julia, as atrizes Fabiola Nansurê e Fernanda da Silva, a psicóloga Alessandra Aligara, presidenta do Conselho Regional de Psicologia, e representantes de religiões afrodescendentes também estarão no debate.
FUXICOS FUTUROS – Composto por mulheres artistas e intelectuais, negras, indígenas, trans, bi e lésbicas, o Coletivo Transdisciplinar Fuxicos Futuros reúne conhecimento não-hegemônico e define uma agenda própria, focada em si e em suas demandas políticas emergentes.
O projeto-ação “Fuxicos Futuros” nasceu inspirado pela passagem de Grada Kilomba como residente do Programa de Residência Artística Vila Sul do Goethe-Institut Salvador-Bahia, no último bimestre de 2016.
A artista portuguesa, cuja obra aborda questões de gênero, raça, trauma e memórias, realizou três conversas performáticas que mobilizaram centenas de pessoas, especialmente mulheres negras, que se fizeram mais presentes na rotina do instituto alemão. Kilomba ativou debates e efervesceu a necessidade de espaços que estejam abertos à intelectualidade e vivência dessas mulheres.
Em seis edições mensais durante 2017, o “Fuxicos Futuros: Conversas no Pátio” se formatou como um ciclo de conversas protagonizadas por mulheres atuantes na Bahia. Entre trocas existenciais, políticas e artísticas, a iniciativa promoveu diálogos e a articulação da comunidade negra envolvida no debate da problemática racial e de gênero que atravessa a história da sociedade brasileira.
Já a temporada 2018, iniciada no mês de maio, parte da exibição das construções intelectuais e criativas de integrantes do coletivo.