Dez solos em formato de stripteases, que revelam não apenas corpos, mas também o resumo estético e erótico do trajeto de dez criadores contemporâneos da Bahia.
Este é “Strip Tempo”, espetáculo que estreia em temporada no Teatro do Goethe-Institut Salvador-Bahia, de 1º a 11 de novembro, de quinta a domingo.
Com direção do encenador, coreógrafo e realizador audiovisual Jorge Alencar, a obra acessa cenas, figurinos, trilhas sonoras e outros componentes estéticos utilizados na carreira dos artistas, desnudando suas inquietações enquanto se despem diante do público.
A obra cênica reúne Douglas Gibran, Fábio Osório Monteiro, Isaura Tupiniquim, Jaqueline Elesbão, João Rafael Neto, Jorge Oliveira, Leonardo França, Lia Lordelo, Neto Machado e Rainha Loulou
ngressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e já podem ser adquiridos em www.sympla.com.br/dimenti. A classificação indicativa é de 18 anos.
Contemplada pelo Edital Setorial de Dança, tendo apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Fundação Cultural do Estado da Bahia, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda da Bahia, a montagem tem dois volumes.
No primeiro, em cartaz de 1º a 4 de novembro, estão a dançarina e performer Isaura Tupiniquim, a bailarina e performer Jaqueline Elesbão, o performer e músico Leonardo França, o ator e dançarino Neto Machado e a drag queen Rainha Loulou.
No segundo, que será apresentado de 8 a 11 de novembro, os intérpretes são o bailarino e pilateiro Douglas Gibran, o ator e dançarino Fábio Osório Monteiro, o dançarino e ciclista João Rafael Neto, o dançarino Jorge Oliveira e a cantora e atriz Lia Lordelo.
“Strip Tempo” articula dança e memória, uma vez que toma como matéria de criação obras pré-existentes, produzidas ao longo dos últimos anos, fazendo deste repertório o motor de um novo trabalho artístico.
Assim, a peça cria visibilidade tanto para uma geração de criadores da cena baiana como para um dado contexto temporal e geográfico, constituído de produções singulares e heterogêneas.
O diretor Jorge Alencar ressalta o desejo de conectar arte contemporânea às ditas “artes da noite”: arte drag, striptease, burlesco etc.
“Em um momento histórico no qual o corpo nu nas artes volta a ser atacado por setores conservadores e fundamentalistas da sociedade brasileira, é um ato extremamente político celebrá-lo e trazê-lo à cena”, opina Jorge.
Ao revelar zonas normalmente ocultas do corpo, o striptease (do inglês strip, desnudar; e tease, provocar) é um gênero tão popular quanto marginal, presente das casas noturnas aos clássicos do cinema e até na TV brasileira, a exemplo de Rita Hayworth em “Gilda”; de Kim Basinger em “Nove Semanas e Meia de Amor”; e do Clube das Mulheres da telenovela “De Corpo e Alma”, escrita por Glória Perez. “Strip Tempo” vem justamente propor outras formas e significados a esse famoso gênero, nos dias atuais.