Estamos na Primavera! Estação das lindas flores, dos deliciosos carurus e, nos anos pares, das eleições, que podem ou não ter momentos hilários ou dolorosos. De qualquer forma, é a forma que temos para fazermos a escolha – acertada ou trágica – dos nossos dirigentes. Vamos ver onde vamos chegar com esses dois ferryboats que já determinamos para o segundo turno. Deixa isso pra depois e que Deus nos ilumine.
Voltemos à Primavera que, na verdade, aqui na Bahia deveria se chamar ‘primaverão’ pois a tal de estação que os povos chamam de ‘inverno’, aqui não existe. Temos um verão eterno de duas estações: com chuva ou sem chuva. Frio, nem em pensamento. Terra abençoada por Deus é assim: tempo bom o ano inteiro. Digo isso porque sou mulher de verão, meu lindo. Quem quiser que goste do frio: eu gosto do sol e da claridade, com aconchego e dengo. Frio, só quando viajo pra outras terras, e por pouco tempo. Sai pra lá, véio, que eu não gosto desse negócio de usar casaco o dia todo. Mas tive que usar nos dias passados no interior.
Fiquei quase um mês em Vitória da Conquista para esperar a chegada de Analua, a coisinha mais linda do mundo. Meu irmão, Paulo, está babando com a primeira netinha, presente da sua filha Mariah. E veio de São Paulo só para dengar a fofurinha. Eu também fui para lá, para também encher a neném (e o maninho) de mimo. Tem coisa mais linda do que criança, não. É um milagre de Deus que se renova a todo instante.
Apesar do frio, a cidade estava linda, com as árvores floridas e viçosas alegrando as ruas. Gosto muito de Conquista e penso às vezes em ir passar uns tempos lá. Mas fora do inverno (vai ser frio assim lá no Polo, fio) pois não acho nada engraçado ver a temperatura chegar a 9, 12 graus assim, de repente. E lá, chega ligeirinho. Os ‘nativos’ vão para a rua com apenas um casaquinho mas eu só faltava sair com o cobertor nas costas.
Na minha doce Salvador, a conversa é diferente. Moro em Itapuã, numa rua sem saída, com pouco trânsito. E durante as quatro estações fico sentada em paz, na minha varanda, lendo ou fazendo palavras cruzadas, e ouvindo os pássaros fazerem a festa nas minhas plantas e flores. Aqui, sem cerimônia, e com muita algazarra, eles fazem seus ninhos, se reproduzem, se alimentam, enfim, se sentem em casa. É um privilégio poder viver isso diariamente.
Penso algumas vezes em ir mais ao centro da cidade, porque sinto falta de ir ao teatro e de bater perna pelas ruas antigas, que eu amo muito. Mas quando lembro desta minha tranquilidade, desisto. No tempo da faculdade, eu transitava entre o Canela (onde morava na Residência Universitária), a Vitória (quando ia ‘paletando’ para almoçar e jantar no restaurante da UFBA) e a praça Castro Alves (quando comecei a estagiar e só saí aposentada) em A Tarde.
Este era o ‘centrão’, o coração da cidade, onde ocorria todo o burburinho, com os botecos e os restaurantes, mais bregas mais chiques da cidade. E eu ia a tudo que era lugar com a galera. Até fazíamos farra em casa de algumas ‘meninas’ da vida difícil, como em tia Esmeralda, onde se bebia e tratava as meninas com o maior respeito. Graças a Deus, curti tudo, pintei e bordei na Vida, vivi e fiz tudo o que eu quis e pude fazer.
Depois de tanta ‘arte’, recolhi-me à paz, à tranquilidade e à vizinhança maravilhosa que hoje vivo em Itapuã. Até parei de beber, de fumar e de outras coisas (já está pensando safadeza, né, ‘mente impura’? Falo de comer tudo que aparece. Ops, digo comida de prato, seu devasso). Mas ando com receio de ser canonizada ou de ficar chata, como a maioria das pessoas que não ‘viram o copo’. Ando tão certinha que, às vezes fico pensando que Helo, aquela criatura ‘boêmia’, era outra pessoa. Como é que eu podia ser uma ‘bom vivant’, sem abrir mão da minha responsabilidade com o jornal e como professora da universidade? Eu conseguia. E quer saber? Não me arrependo nem uma vírgula de todas as ‘artes’ que fiz.
Essa é a época boa de comilança do caruru dos santinhos, do dendê e do quiabo. Estreei indo logo ao caruru da Varjão Comunicação, onde atuam Léo e Elane, filhos do meu querido amigo Eliezer Varjão. Estão completando 25 anos de competente atuação no mercado, na área de assessoria e clipagem com monitoramento da informação. Trem bom demais.
Inda estou com o gosto na boca, gosto que foi mudado com o almoço do aniversário de Elíbia Portela, minha querida amiga, quando pude saborear esta delícia de tapioca (que ela fez para a filhota mas eu ‘ponguei’, he-he!). A amiga é do coração. Experimente, meu benzinho, e sirva ao seu amorzinho. Na boquinha. Xero.
Pudim de tapioca
Ingredientes
-- 500 ml de leite de vaca
-- 200 gr de farinha de tapioca quebradinha
-- 100g de coco fresco ralado.
Preparo
Combinar os três em uma tigela e reservar por 15 minutos.
No liquidificador, colocar: 2 latas de leite condensado, 5 ovos, 200ml de leite de coco, e 1 colher de sopa de queijo parmesão ralado. Bater por 2 minutos. Transferir o resultado para a tigela onde estão os demais ingredientes, misturando-os bem com uma espátula.
Assar em uma forma apropriada para pudim, com diâmetro de 24cm, revestida com calda de caramelo e coberta com papel alumínio. Usar banho-maria 180°C por 1 hora (a água do banho-maria deve estar quente). Deixar esfriar completamente antes de desenformar.
Para a calda de caramelo: usar 1 xícara de chá de açúcar granulado, 150 ml de água e 1 colher de sopa de glucose de milho. Ferver até o ponto de vidro, sem mexer. Espalhar enquanto quente, no interior da forma, com a ajuda de uma espátula.
Saborear com muita alegria (e nem precisa cantar ‘parabéns’. Xero.