Alberto Oliveira

Candidatos a governador na Bahia promovem conversa de surdos

Debate realizado pela Band local escancara a falência do modelo

O eleitor baiano foi levado na noite desta quinta-feira (16/8) a se plantar por duas horas e meia diante de um aparelho de TV ou a acompanhar pela internet um diálogo de surdos entre os 6 candidatos a governador no Estado.

Participaram do debate promovido pela TV Band, em Salvador: Célia Sacramento (Rede), João Henrique (PRTB), João Santana (MDB), José Ronaldo (DEM), Marcos Mendes (Psol) e Rui Costa (PT).

Os 150 minutos deixaram duas constatações: a falência desse modelo engessado de debates e a desunião das esquerdas no País.

Foi o representante do Psol (e não o do DEM, como se poderia esperar), que escolheu como estratégia o ataque direto, frontal e sem tréguas à gestão do petista Rui Costa.

Submetidos a regras que concordaram em seguir, os candidatos mostraram uma indisciplina alarmante, que transformou o encontro em uma conversa de surdos. 

As respostas dadas à equipe de jornalistas da Band pouco ou nada tinham a ver com as perguntas; indagados sobre seus programas de governo, ignoravam completamente a questão para tratar de tema o mais diferente possível.

Se era solicitada uma proposta para combate ao desemprego, respondia-se com uma queixa quanto ao tratamento dado aos quilombolas. 

E para tornar tudo ainda mais confuso, ao iniciarem uma resposta os candidatos eram interrompidos para ser informados de que poderiam iniciar a resposta.

O debate, ao fim de tudo, serviu apenas para que o atual governador do Estado pudesse falar sobre o que fez durante sua gestão e destacar pontos de seu Programa de Governo Participativo.

Seus adversários perderam a primeira chance de mostrar ao eleitorado que têm algo diferente a oferecer.

Se é que têm.

Ficou a impressão de que o número de postulantes ao governo da Bahia é maior que o de propostas.

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Esqueceu
O candidato do DEM ao governo da Bahia, o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo, esqueceu de levar ao primeiro debate seu programa de governo, cujas principais diretrizes apontam para a retomada do desenvolvimento da Bahia e recuperação emergencial de setores como Segurança, Saúde e Educação.

O programa foi divulgado na quarta-feira (15).

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LGBT
O deputado federal Bacelar (Podemos) assinou a Plataforma Eleições 2018 – Promoção da Cidadania LGBTI+, com as questões prioritárias para a garantia dos direitos e a consolidação da cidadania da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais.

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Preso
Um vereador de Riachão das Neves, na Bahia, foi preso nesta quinta-feira (16), acusado de abuso sexual a duas crianças.

Segundo a polícia civil, ele tirava fotografias das partes íntimas das crianças e as chantageava para que não o denunciassem.

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Instalada
Foi aberta na avenida Antônio Carlos Magalhães, 4655, em Salvador, a sede do comitê que vai concentrar as atividades da militância dos partidos que compõem a chapa majoritária PT, PSB, PSD, PP, PC do B, PR, PDT, PRP, PMB, PTC, PMN, Podemos, Avante e Pros. 

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Apelo ao TCM
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) fez um apelo ao Tribunal de Contas do Município no sentido de que as contas sejam analisadas no ano seguinte ao exercício fiscal, "para que tenham o papel pedagógico de orientar as correções necessárias na aplicação dos recursos públicos".

Segundo ela, “Salvador tem a pior arrecadação dentre as capitais do Nordeste e quase metade de suas contas é paga com verbas do Estado e da União, resultado da má administração do Executivo Municipal”.

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Com ressalvas
Na quarta-feira (15), a Câmara Municipal acatou, na tarde de quarta-feira (15), o parecer prévio do Tribunal de Contas dos Municípios recomendando a aprovação, com ressalvas, das contas de 2015 do prefeito ACM Neto.

Votaram contra a líder da bancada da oposição, vereadora Marta Rodrigues (PT), Aladilce Souza (PCdoB), Hilton Coelho (PSOL), Sílvio Humberto (PSB) e Igor Manassés (PSL).

Marta Rodrigues apresentou voto em separado na Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, recomendando a rejeição das contas por considerar graves as irregularidades apontadas nas seis ressalvas do TCM.

29 vereadores votaram pela aprovação.