Seu menino, esse mundo véi tá com a pá virada. Basta ligar a tevê ou o rádio que tem uma novidade chocante ou a descoberta de novo ‘rombo’, o que já não é novidade. A moda agora é presidente novo. Temos que trocar o cara que pendurar a faixa de presidente. Tanto faz se é atual, ex ou ‘mais pra trás’, home ou mulé. Ocupou o palácio, nóis grita de cá: Fora, todos!
E não adianta ficar latindo, porque a caravana passa. Mas os ‘milhões’ continuam se esvaindo dos cofres; a roubalheira, a malandragem, a molecagem permanecem. Ninguém mais ‘afana’ cem ou duzentos mil ‘real’. Isso agora é gorjeta para os ‘emissários’. Os ‘peixes-grande’ só abrem a boca para engolir milhão e bilhão.
E eu morrendo de complexo. Trabalhei como uma condenada e chego nessa idade sem nunca ter visto um milhão de real. Muito menos de dólar. Penso que ver aquele mundeiro de notas deve dar uma sensação diferente, quiçá sinta uma falta de ar ou fique com os olhos esbugalhados. Ou será que dá vontade de ‘mergulhar’ e ficar jogando as cédulas pra cima, como numa banheira de espuma? O pior é que tem que confiar (no ‘loure’?) de que é milhão mesmo, pois não dá prá contar, né, fio? Senta aí, e conta até um milhão, de grão em grão, prá ver o dia que termina. Mas o melhor é começar a gastar e viajar pra bem longe de Curitiba.
Ah! Se eu tivesse um pouco dessa dinheirama que os ‘home’ afanam com tanta competência... Eu me satisfazia até com o ‘trocadinho’ que eles dão aos ‘pombos-correio’. Ia pagar todas minhas continhas, comprar um monte de ‘avoador’, ximango, biscoitinhos de Conquista e carne do sol de Itororó (já viu que sou pobre até no pedir). Deixa os sonhos prá lá e vamos tratar da ‘real’.
E a real é que não sabemos o que queremos. Uma hora foi tirar Dilma; agora, é dá o fora Temer; já estamos ensaiando o ‘salta fora’ Rodrigo Maia, e o ‘Eunício, não’. E para onde vai a nossa política com um álbum de figurinhas carimbadas do tipo: Carainho, Bitelo, Freio de mão, Roda Presa, Bonitão, Padre, Gatinho, e Cia. Ltda. Acuda, mãe!
Inda bem que o Soberano e o Correria são bons de trabalho e estão realmente melhorando a nossa Bahia. Falta muita coisa, mas muito já está sendo produzido para aliviar as agruras do nosso povo. É obra por toda a Bahia e em toda Salvador (e esse ‘metrôzão’ tá vindo prá matar os ‘buzu’ de inveja).
Só não me conformo é com a ‘indústria da multa’, que tomou conta da cidade. Já não basta nos escorcharem com imposto de renda, de carro, de casa, de tudo que compramos? Não temos que nos preocupar com o trânsito, com gente, com carro encostando: temos que ficar atentos às placas de sinalização, que numa rua pode ser 60km, mudar pra 40km, logo adiante 50km ou 70km; numa avenida é 70km, noutra é 60km, outra 80km; enfim ou você olha pras placas ou cuida do volante. Ué! E sem querer, voltei a falar em molecagem e roubalheira. Xá prá lá.
Não vamos esquentar a cabeça, não, que as pesquisas estão dizendo que baiano é ‘preguiçoso’ na hora de fazer exercício. Não é só nessa hora, não, véi. Por que você acha que a gente é considerada um povo bacana, conversador, maravilhoso e bom de boca? É por que vivemos correndo, agoniados, arrancando os cabelos? Nâ-nã-ni-nã-não, meu bonito. É porque a vida é boa e pressa é coisa de mané. Temos tempo pra tudo. Agora, por exemplo, estou me batendo com as panelas para preparar este frango (receita que tirei no site da Tastemade). E só largo quando ficar pronto. Vem provar comigo, lindinho. Você vai adorar esse frango com um toque especial de mostarda e mel. (https://www.tastemade.com.br/videos/frango-na-mostarda-e-mel).
Frango na Mostarda e Mel
Ingredientes
-- 4 colheres de sopa de azeite
-- 700g de sobrecoxa desossada, cortada em cubos
-- 2 cebolas em rodelas
-- 2 colheres de sopa de mel
-- 1 xícara de mostarda
-- 400g de creme de leite
-- Sal
-- Pimenta do reino.
Modo de preparar
1. Aquecer o azeite e refogar o frango; adicionar a cebola e, quando estiver dourada, adicionar o mel.
2. Depois, adicionar a mostarda e o creme de leite. Temperar com sal e pimenta. Servir com arroz branco.
Depois de saborear sem pressa, sentar na varanda para um cochilo de meia hora antes de voltar para a correria da Vida.