Qual a cor de Iemanjá? Qual o seu perfume e presente favorito? Para quem vai à Praia do Rio Vermelho, em Salvador, as cores podiam, ser o azul, o branco ou o dourado.
O perfume, a alfazema, mas na falta desse, a água de cheiro de lavanda, jasmim. E o presente, as flores, frutas, espelhos ou simplesmente um banho de folhas de Aroeira ou São Gonçalino. Uma coisa em comum, contudo, uniu todos os gostos e credos: a devoção.
Atributos - Mãe dos peixes, divindade da fertilidade, maternidade e das águas dos rios. Protetora das crianças e idosos. Padroeira dos pescadores.
Símbolos - abebé prateado, alfange, agadá (espada), obé (espada), peixe, couraça de guerra, adê (coroa com franjas de miçangas),[2] idés (braceletes ou pulseiras de argola), pedras do mar e conchas
Sincretismo - Nossa Senhora da Conceição, em Pernambuco e São Paulo; Nossa Senhora da Glória, no Rio de Janeiro; Nossa Senhora dos Navegantes, na Bahia e no Rio Grande do Sul.
É o orixá dos ebás, divindade da fertilidade originalmente associada aos rios e desembocaduras. Seu culto principal estabeleceu-se em Abeocutá após migrações forçadas, tomando como suporte o rio Ogum de onde manifesta-se em qualquer outro corpo de água.
Também é reverenciada em partes da América do Sul, Caribe e Estados Unidos. Sendo identificada no merindilogum pelos Odus irossum, Ossá e Ogundá, é representada materialmente pelo assentamento sagrado denominado Ibá de Iemanjá. Manifesta-se em iniciados em seus mistérios (eleguns) através de incorporação ou transe.
Celebrada em Ifé como filha de Olocum a divindade dos mares, essa simbiose lendária foi enaltecida no processo da diáspora africana resultando na assimilação de Iemanjá dos atributos da água salgada, sendo o motivo para a sua associação aos mares no Novo Mundo.
Com o sincretismo de outras divindades e de influências europeias, foi imbuída de inúmeros atributos e poderes em uma grande variedade de cultos. O seu arquétipo maternal consolidou-se sobretudo como Mãe de todos os Orixás. Iemanjá nas palavras de D. M. Zenicola, "representa o poder progenitor feminino; é ela que nos faz nascer, divindade que é maternidade universal, a Mãe do Mundo".
No Brasil considerado o orixá mais popular festejado com festas públicas, desenvolveu profunda influência na cultura popular, música, literatura e na religião, adquirindo progressivamente uma identidade consolidada pelo Novo Mundo conforme pode ser observado em suas representações nos mais diversos âmbitos que em sua imagem reuniram as "três raças".
Figura na Dona Janaína uma personalidade à parte, sedutora, sereia dos mares nordestinos, com cultos populares simbólicos e acessíveis que muitas vezes não expressam necessariamente uma liturgia. Nessa visão, segundo T. Bernardo Iemanjá "(...)é mãe e esposa. Ela ama os homens do mar e os protege. Mas quando os deseja, ela os mata e torna-os seus esposos no fundo do mar"
No Brasil, a orixá goza de grande popularidade entre os seguidores de religiões afro-brasileiras e até por membros de religiões distintas. Em Salvador, ocorre anualmente, no dia 2 de fevereiro, a maior festa do país em homenagem à "Rainha do Mar".
A celebração envolve milhares de pessoas que, trajadas de branco, saem em procissão até o templo mor, localizado no bairro Rio Vermelho, onde depositam variedades de oferendas, tais como espelhos, bijuterias, comidas, perfumes e toda sorte de agrados. Todavia, na cidade de São Gonçalo, os festejos acontecem no dia 10 de fevereiro.
Outra festa importante dedicada a Iemanjá ocorre durante a passagem de ano no Rio de Janeiro e em todo litoral brasileiro. Milhares de pessoas comparecem e depositam no mar, oferendas para a divindade.
A celebração também inclui o tradicional "banho de pipoca" e as sete ondas que os fiéis, ou até mesmo seguidores de outras religiões, pulam como forma de pedir sorte à orixá. Na umbanda, é considerada a divindade do mar.
A tradicional Festa de Iemanjá na cidade de Salvador, capital da Bahia, tem lugar na praia do Rio Vermelho todo dia 2 de Fevereiro. Na mesma data, Iemanjá também é cultuada em diversas outras praias brasileiras, onde lhe são ofertadas velas e flores, lançadas ao mar em pequenos barcos artesanais.
A festa católica acontece na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, na Cidade Baixa, enquanto os terreiros de candomblé e umbanda fazem divisões cercadas com cordas, fitas e flores nas praias, delimitando espaço para as casas de santo que realizarão seus trabalhos na areia.
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Iemanjá nos tempos modernos | por Caó Cruz Alves