Um avião da Air India, voo AI-171, que fazia a rota entre Ahmedabad e Londres, caiu menos de dois minutoss após a decolagem nesta quinta-feira (12 de junho), com 242 pessoas a bordo.
A aeronave, um Boeing 787-8 Dreamliner, colidiu com um prédio residencial na região de Meghani Nagar, provocando um incêndio de grandes proporções.
Há pelo menos um sobrevivente: é Vishwash Kumar Ramesh, um britânico de 40 anos, que estava sentado na poltrona 11A. Ele havia viajado à Índia para visitar familiares e voltava ao Reino Unido com o irmão, Ajay Kumar Ramesh, de 45 anos e que estava sentado em outra fileira na aeronave.
A tragédia aconteceu por volta das 13h38 (horário local), pouco depois que o piloto emitiu um pedido de socorro (“Mayday”). Segundo autoridades locais, o contato com o avião foi perdido menos de dois minutos após a decolagem, quando a aeronave estava a apenas 190 metros de altitude.
Equipes da Força Nacional de Resposta a Desastres (NDRF), bombeiros e ambulâncias chegaram rapidamente ao local. A colisão destruiu parcialmente um prédio residencial e um alojamento de estudantes de medicina.
“As chamas tomaram o prédio em segundos. Vimos pedaços da fuselagem espalhados pelas ruas”, relatou um socorrista à NDTV.
O ministro da Aviação Civil da Índia confirmou que não há sobreviventes confirmados até o momento. Há, no entanto, relatos não oficiais de que um passageiro, supostamente sentado na poltrona 11A, teria sido encontrado com vida e levado a um hospital. A informação ainda não foi confirmada pela Air India.
O Boeing 787 envolvido no acidente tinha 11 anos de operação e acumulava cerca de 41 mil horas de voo. Era operado por uma equipe experiente: o comandante Sumeet Sabharwal, com mais de 8.200 horas de voo, e o copiloto Clive Kundar, com cerca de 1.100 horas.
As caixas-pretas já foram localizadas e estão sob análise por investigadores da Diretoria Geral da Aviação Civil da Índia (DGCA), com apoio de especialistas da Boeing, da Federal Aviation Administration (FAA) e da Air Accidents Investigation Branch (AAIB) do Reino Unido.
Vítimas e nacionalidades
Das 242 pessoas a bordo, 230 eram passageiros e 12, membros da tripulação.
A Air India divulgou a lista preliminar de nacionalidades:
-- 169 indianos
-- 53 britânicos
-- 7 portugueses
-- 1 canadense
Relatórios preliminares indicam possível perda de sustentação ou falha no sistema de controle durante a subida inicial. Dados de radar mostram uma queda abrupta pouco após a emissão do pedido de socorro.
Especialistas investigam também falhas mecânicas ou possíveis problemas com sensores e sistemas de navegação.
Reações internacionais
O primeiro-ministro indiano Narendra Modi lamentou o ocorrido e declarou luto nacional. O governo britânico, por meio do primeiro-ministro Keir Starmer e do rei Charles III, expressou solidariedade às famílias das vítimas.
A Boeing, fabricante do 787, declarou que está colaborando com as investigações e manifestou “profundo pesar pela tragédia”.
“Estamos trabalhando com as autoridades para fornecer todo o apoio necessário”, informou a empresa em nota.
Segundo a Administração Federal de Aviação (FAA), até junho foram registrados mais de 55 acidentes aéreos com mortes em 2025. O caso da Air India destaca-se pela dimensão e por envolver uma aeronave moderna e considerada uma das mais seguras da frota comercial.
O modelo 787 não havia registrado nenhum acidente fatal desde sua estreia em 2011. Após o acidente, ações da Boeing caíram cerca de 5% na Bolsa de Nova York.