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Ação nas praias para pessoas com deficiência pode ser permanente

O secretário André Fraga visitou a Tribuna

Após quase três anos como titular da Secretaria Municipal de Cidade Sustentável (Secis), o secretário André Fraga vem tomando a frente em diversos projetos para tornar a cidade mais atrativa do ponto de vista socioambiental.

Em visita à Tribuna da Bahia ele falou sobre alguns deles, como o Para Praia – voltado para pessoas com algum tipo de deficiência e que já atendeu cerca de 700 pessoas em quatro edições –, assim como os trabalhos realizados para que mais praias da capital recebam o título internacional “Bandeira Azul”, como já aconteceu em 2016 na Ilha dos Frades.

Tribuna da Bahia – Qual a avaliação que podemos fazer dessas edições do projeto Para Praia?
André Fraga
– Acho que a avaliação é sempre muito positiva, primeiro porque a gente aumentou significativamente o tempo do projeto em cada uma das edições. Em segundo lugar porque também aumentou o número de pessoas que vão em busca do banho de mar no projeto, desde idosos com dores crônicas até pacientes com situações mais graves como paralisia cerebral. Nós temos uma ampla gama de pessoas que têm tido a possibilidade desse reencontro com o mar, e o projeto, efetivamente, dá essa oportunidade. E para nós só existem resultados positivos.

TB – Nessa edição, o evento já foi realizado nas praias de Ondina e São Tomé de Paripe. Outras praias da capital serão contempladas? A ideia é de expandir para outras regiões?
AF
– Nessa quarta edição vamos continuar apenas em Ondina. Esse local foi escolhido muito em função de já ter uma tradição de ser uma praça que fica na frente da Orla já adaptada, tem próximo também o IBR [Instituto Baiano de Reabilitação] e é um ponto de referência para as pessoas com mobilidade reduzida. É também uma praia muito agradável e não tem uma rebentação muito forte. Para a expansão, nós precisamos avaliar bem algumas condições para que o projeto possa ir, como, por exemplo, eu não posso colocar o projeto é numa praia que tenha uma maré muito forte, com muitas ondas. A própria pessoa que está no projeto tem de se sentir segura no mar. Mas, nossa meta é levar a outras praias. Fizemos um evento em São Tomé de Paripe, que foi muito bom e estamos avaliando o seu retorno.

TB – Existe algum projeto para tornar o Para Praia permanente? Com a duração ao longo de todo o ano ou pelo menos ao longo do verão?
AF – Nós temos essa ideia, e a nossa vontade é de mantê-lo permanente ao longo de todo o ano. Estamos avaliando, porque tem os custos envolvidos, mas esse é um projeto que está no nosso planejamento.

TB – Como as parcerias com a iniciativa têm ajudado a manter o projeto?
AF
– Elas financiam a operação toda. Você tem uma equipe muito grande de voluntários, mas você tem que ter toda a estrutura para manter esses voluntários, estrutura de montagem e desmontagem no final de semana, de transportar o material, ou quando, por exemplo, quando tem um paciente mais grave, temos de financiar o balão de oxigênio, o acompanhamento e operação. Conseguimos manter tudo isso graças aos patrocínios.

TB – Como tem sido a receptividade do público diante do projeto?
AF
– É incrível. Porque          transforma não apenas quem está tomando banho de mar depois de 20, 30 anos, como também as famílias que estão envolvidas neste processo e os que estão trabalhando ali, porque você percebe que existem pessoas que têm problemas, digamos, muito maiores do que os nossos, e aquilo ajuda a perceber, um pouco, que a vida é muito além de pequenos problemas ou situações.

TB – Como estão os projetos de acessibilidade às praias de Salvador para facilitar a chegada desse público? Existem projetos?
AF
– Toda a reforma da orla que a Prefeitura vem fazendo, ela tem implantado as rampas de acesso. Vários pontos que não tinham rampas de acesso, agora possuem. A gente tem essa política de trabalhar a acessibilidade em todos os projetos da Prefeitura.