Vereador no exercício do primeiro mandato, Vado Malassombrado (DEM) se identifica como “camelô” e fala com orgulho dos projetos que apresentou na Câmara Municipal, dos quais destaca o programa Morar Melhor (já em execução pela prefeitura) e outro que ainda depende de sanção do Executivo para dar isenção de impostos e taxas a todos os vendedores ambulantes da orla marítima da capital baiana. Malassombrado avalia que “não houve erros” na gestão do prefeito ACM Neto, e, confiante na reeleição do democrata, afirma que ele vai resolver “80% dos problemas de Salvador” com possíveis mais quatro anos de mandato.
O vereador diz que a crise nacional está impactando as eleições deste ano, e avalia que o Partido dos Trabalhadores (PT) é o único prejudicado diante da opinião pública com o desenrolar da Operação Lava Jato.
Tribuna da Bahia - Como o senhor avalia a atual legislatura da Câmara Municipal de Salvador?
Vado Malassombrado - Muito atuante. Foi um dos momentos mais marcantes da Câmara Municipal de Salvador, onde prestamos muitos serviços para nossa cidade.
Tribuna - Que avaliação o senhor faz do seu próprio mandato?
Malassombrado - Eu pude mostrar aos meus eleitores como é importante eleger um candidato do nosso bairro. Fiz compromissos ao longo desses três anos com minha comunidade e pude realizar sonhos com o melhor prefeito do Brasil. Tem um sonho de mais de 50 anos, que era a recuperação de toda a extensão do Bate Estaca. Pessoas que moram há mais de 50 anos lá tiveram uma audiência pública com o prefeito ACM Neto no Centro Cultural da Câmara Municipal de Salvador. Tenho a honra de ser um vereador que além de ser do Democratas (DEM), construiu uma história ao lado do melhor prefeito do Brasil. Vou deixar um grande legado nesse meu primeiro mandato, que é o projeto de número 106/2015, aprovado por todos os meus pares, acatado e sancionado pelo prefeito. Hoje o Morar Melhor é um projeto social que provavelmente é o melhor da América Latina. O Morar Melhor saiu por conta não de eu só passar pelo sofrimento, mas também de ver o sofrimento das pessoas. O Morar Melhor hoje está reformando as casas de famílias carentes, está dando dignidade às famílias carentes de Salvador. Neste ano, são 20 mil famílias recebendo reforma em suas casas. Esse projeto vai durar cinco anos, atendendo a um total de 100 mil famílias. Esse é o grande legado que eu vou deixar ao final do meu primeiro mandato. Por ser camelô, vendo a dificuldade do pai de família que trabalha no mercado informal, tem o projeto que também já foi aprovado, de número 449/2016, esperando só o prefeito sancionar. Esse projeto dá isenção a todos os barraqueiros e camelôs de toda a orla marítima da cidade de Salvador. Na baixa estação, eles não têm movimento, não têm como vender suas mercadorias para poder pagar as taxas cobradas pelo Município. Esse projeto já foi aprovado por meus pares, já conversei sobre o assunto com o Executivo, e como o projeto foi aprovado agora beirando a eleição, não poderia ser sancionado pelo prefeito agora. Depois da eleição, vou ter outra reunião com o Executivo para esse projeto virar lei atendendo a esses trabalhadores do mercado informal, que por sinal dão empregos diretos e indiretos e também aquecem a economia.
Tribuna - Como o senhor avalia o governo do prefeito ACM Neto?
Malassombrado - Ele é um prefeito presente. Ele fez com que a prefeitura ficasse próxima da comunidade, e mais ainda da comunidade carente, que foi justamente com a instalação das prefeituras-bairro, oferecendo todos os serviços do Executivo aos cidadãos. Isso foi uma ótima ação. Pegamos a cidade com muita dificuldade, e agora vai se tornar um pouco mais fácil, porque ele já conseguiu organizar a cidade. Tudo isso ele fez com recursos próprios, sem ajuda do governo federal, sem ajuda do governo estadual. Ele mostrou que a cidade consegue, sim, andar com suas próprias pernas.
Tribuna - Qual o principal erro e o principal acerto do prefeito?
Malassombrado - Eu não vejo erro no prefeito ACM Neto. Só vejo acerto. Até porque a cidade do jeito que estava, sem ter ajuda do governo federal e do governo estadual, ele mostrou a capacidade que ele tem. Então o erro não existe. Existem mais acertos e mais projetos, com os quais a cidade vai se organizar por completo. Se ele conseguiu melhorar 40% do estado em que a cidade estava, eu acho que com mais quatro anos ele vai atingir aproximadamente 80%. Com a margem de benfeitoria em 80%, vai ficar 20%... então a aceitação vai ser maior ainda. Os soteropolitanos vão ficar ainda mais satisfeitos com a administração do prefeito. Não houve erro em momento nenhum. Pelo contrário. Só acertos. Todos os secretários que ele escolheu fizeram um trabalho fantástico na cidade. E a cidade precisava. Se os eleitores acertaram eleger o prefeito em 2012, eles não vão abrir mão de o reeleger. Eles vão reeleger para dar continuidade ao trabalho e a todos os projetos. Disso eu tenho certeza.
Tribuna - Diante de todas as carências de Salvador, o que deve ser tratado como prioridade pelo próximo prefeito?
Malassombrado - No pronunciamento dele na propaganda eleitoral, com aumento de creches, escolas em tempo integral... isso aí vai melhorar muito. Claro que ele não ia fazer isso em quatro anos. Mas as escolas e as creches que foram reformadas e implantadas... já tivemos um resultado bem nítido. Isso que é preciso para Salvador crescer mais para um bom futuro.
Tribuna - Como está sendo a campanha neste ano com as mudanças na legislação eleitoral, sobretudo no quesito arrecadação?
Malassombrado - O que aconteceu em Brasília com o Partido dos Trabalhadores deixou o eleitorado muito atento. Eles vão ter um amadurecimento com tudo o que está acontecendo em Brasília. Eles não vão votar de forma aleatória. Eles agora vão votar conscientes. Eles agora estão acompanhando de perto quem está trabalhando e quem não está. Os eleitores têm a noção de quem eles vão votar. Isso é o termômetro dessa campanha.
Tribuna - A crise nacional está impactando nas eleições de Salvador?
Malassombrado - Está sim. A Operação Lava Jato refletiu muito. Não só na economia, mas também nos eleitores. Isso foi bom em parte, porque eu ouvia na rua no dia a dia a maioria das pessoas votando aleatoriamente. Eu via isso de perto. Eu acho que agora eles vão votar mais conscientes, observando, acompanhando quem ele está votando, que vai lhe representar por mais quatro anos. Isso está refletindo a meu favor, porque em quatro anos que eu venho trabalhando, eu vi exatamente o eleitorado dessa forma. Com muito trabalho, com muito serviço e bastante projetos.