O vereador Sabá (PV) é mais um a fazer boa avaliação do prefeito ACM Neto (DEM). Avaliação “ótima”, na verdade, porque o parlamentar diz que só vê “pontos positivos” na gestão do democrata.
“O prefeito assumiu uma cidade que estava de cabeça para baixo e ele conseguiu em tão pouco tempo organizar a cidade. Isso eu digo nos quatro cantos de Salvador”, afirma o vereador. Sabá aponta como prioridade para a próxima gestão da Prefeitura de Salvador (com ACM Neto ou não) a implantação do BRT (bus rapid transit – ônibus de circulação rápida).
O parlamentar diz que a proibição de doação de recursos por empresas deve estar dando dor de c cabeça aos candidatos que “sempre dependeram de muito dinheiro”, e diz que não é este o seu caso. “Eu na verdade nunca fui muito bom arrecadador, porque eu sou vereador de pobre. Eu legislo para os pobres de onde eu sou, de onde eu venho. Meu mandato é exclusivamente para cobrar serviços, melhorias para a comunidade. Isso é uma coisa que não me preocupa, porque minha campanha nunca foi endinheirada”. Confira entrevista completa:
Tribuna da Bahia - Como o senhor avalia a atual legislatura da Câmara Municipal de Salvador?
Sabá - É uma legislatura bastante positiva. O cenário político nacional fez com que os vereadores adotassem medidas de mais comprometimento com a cidade. Por essa razão, a legislatura foi bastante produtiva, foi bastante benéfica para a cidade. Com bons projetos, com boas discussões, enfim.
Tribuna - E seu próprio mandato? O que o senhor destaca de sua atuação na Câmara em benefício da população?
Sabá - Meu mandato é muito popular por conta de eu estar mais próximo das comunidades. As comunidades carentes, as comunidades periféricas estão à mercê do serviço público. Essa ferramenta do mandato, de certa forma, é bastante benéfica por conta de ser um elo direto com o Executivo, assim como com os órgãos institucionais da prefeitura, o que termina facilitando o acesso aos benefícios dentro das demandas das comunidades de um modo geral. E essas demandas são de várias áreas, desde as mais complexas, como escadarias, que, por sinal, hoje são tidas como sinônimos de segurança das pessoas. A própria polícia admite isso. Tem a questão do asfalto, tem a questão da educação, das unidades de saúde do município. Destaco o projeto de lei que apresentei para proibir a cobrança de 10% sobre as contas em restaurantes e lanchonetes. Eles dizem que é opcional, mas o cidadão acaba sendo obrigado a pagar uma coisa indevida, que é essa cobrança de 10% em bares, restaurantes e similares. Temos um projeto muito importante para as pessoas que trabalham na construção civil, agora que a construção civil vai retomar por causa dos projetos do PDDU e da Louos. As empresas que tiverem a partir de 100 funcionários serão obrigadas a manter uma ambulância com uma equipe de paramédicos no canteiro de obras. Temos também o projeto que obriga o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) para os frentistas. Tem tantos projetos que eu nem consigo lembrar. São bons projetos para nossa cidade.
Tribuna - Como o senhor avalia a gestão do prefeito ACM Neto?
Sabá - Ótima.
Tribuna - Quais são os pontos positivos e os negativos?
Sabá - Só vejo pontos positivos. O prefeito assumiu uma cidade que estava de cabeça para baixo e ele conseguiu em tão pouco tempo organizar a cidade. Isso eu digo nos quatro cantos de Salvador, porque havia uma complexidade, onde os bairros da periferia tinham aquela dificuldade de ver os benefícios oriundos do município. ACM Neto soube fazer uma divisão para atender de modo geral a toda a cidade.
Tribuna - Quais são as maiores carências de Salvador hoje? O que deve ser colocado como prioridade pelo próximo prefeito?
Sabá - Mobilidade. A mobilidade é um dos maiores problemas que a cidade enfrenta hoje. O BRT seria um grande facilitador, mas houve a falta de compromisso da ex-presidente (Dilma Rousseff) e ela não liberou os recursos. Foi a única pendência que ficou do prefeito ACM Neto nesse período de seu primeiro mandato, agora resolvida com o novo governo .
Tribuna - Como está sendo a campanha neste ano com as mudanças na legislação eleitoral, sobretudo no quesito arrecadação de recursos?
Sabá - Muito difícil. Eu, na verdade, nunca fui muito bom arrecadador, porque eu sou vereador de pobre. Eu legislo para os pobres de onde eu sou, de onde eu venho. Meu mandato é exclusivamente para cobrar serviços, melhorias para a comunidade. Isso é uma coisa que não me preocupa, porque minha campanha nunca foi endinheirada. Encaro com naturalidade (a proibição de doação de recursos por empresas). Meus votos são votos do trabalho.
Tribuna - A crise nacional está impactando nas eleições de Salvador?
Sabá - Para os candidatos que dependem do volume de dinheiro, naturalmente vai atrapalhar. É uma campanha, porque na maioria das vezes a força do dinheiro acabou determinando os eleitos. Mas não temos uma campanha assim hoje. Essa é a campanha do trabalho, onde a população vai reconhecer quem esteve ao seu lado nesse período do mandato, correspondendo às expectativas, no que diz respeito à representação.