Ex-presidente da Limpurb, a vereadora Kátia Alves (SD) está no exercício do mandato há um ano e meio e tenta se reeleger. Em entrevista à Tribuna, pela série ‘Papo Rápido’, ela diz que ‘o erro do prefeito ACM Neto é que seu mandato um dia vai acabar”, e sugere: “ele devia ser o eterno prefeito de Salvador”. Apesar do pouco tempo de Câmara Municipal, Kátia Alves se orgulha de já ter apresentado 75 projetos, dos quais, segundo ela, 71 já foram aprovados, e os outros quatro estão em tramitação. Confira entrevista exclusiva:
Tribuna da Bahia - Como a senhora avalia a atual legislatura da Câmara Municipal de Salvador?
Kátia Alves - Tenho um ano e meio aqui na Casa (assumi o mandato em março do ano passado – 2015), tem sido uma experiência extremamente positiva na minha vida profissional.
Tribuna - E seu mandato? O que pode ser colocado como destaque em benefício da população?
Kátia - Dentro deste um ano e meio, eu apresentei 75 projetos, dos quais 71 foram aprovados. Os outros quatro estão em tramitação nas comissões temáticas. Como delegada de polícia e conhecedora desta cidade, sobretudo das periferias, onde pude ver e conhecer uma cidade invisível, que poucas pessoas têm essa sensibilidade. Lá nas delegacias por onde passei, eu sentia muito a falta de políticas públicas para ajudar essas pessoas que vivem nesses locais. Porque nem sempre criminalidade é maldade. Muitas vezes a criminalidade é falta de oportunidade. A gente precisa trabalhar para promover essas oportunidades. Apresentamos projetos que com certeza vão melhorar a qualidade de vida das pessoas. Na área da segurança pública, encaminhamos alguns projetos de indicação para o governo do Estado, como a instalação de uma companhia do Corpo de Bombeiros em Cajazeiras. Apresentamos indicação para criação da delegacia de Mussurunga, tendo em vista os altos índices de violência e criminalidade naquele bairro.
Tribuna - Como a senhora avalia o governo do prefeito ACM Neto?
Kátia - Avalio com excelente. Participei no início do governo, estive à frente da Limpurb nos dois primeiros anos, e sei exatamente como encontramos a cidade em janeiro de 2013, e como a cidade está hoje. Percorro toda a periferia da cidade, todos os bairros, independentemente de classe social e econômica, ainda mais agora em campanha. Estamos visitando os 163 bairros de Salvador, e percebemos a mudança de janeiro de 2013, em que as pessoas não se preocupavam com seu entorno, com o lugar onde mora. Descartavam lixo em qualquer lugar. Hoje não. Já há um cuidado, porque a cidade está mais limpa, mais bonita, mais iluminada. O prefeito reformou ou construiu mais de 50% da rede municipal de educação, dobrou o número de vagas em creches e pré-escolas, que são muito importantes. O prefeito recuperou também postos de saúde, UPAs (unidades de pronto atendimento). Salvador só tinha uma UPA, e hoje já temos nove. Como moradora de Salvador, só tenho elogios a fazer ao prefeito. Não é à toa que ele tem 91% de aprovação.
Tribuna - Qual o principal erro e o principal acerto do prefeito?
Kátia - Acerto eu acho que é a preocupação dele com toda a cidade. O erro é que é uma pena que esse mandato um dia vai acabar. Acho que nós devíamos ter ACM Neto como nosso prefeito eterno. Por tudo o que ele fez e pela dedicação, pelo carinho e pelo amor que ele tem por nossa cidade.
Tribuna - Quais as maiores carências de Salvador hoje? O que deve ser colocado como prioridade pelo próximo prefeito?
Kátia - Geração de emprego e renda. Salvador é uma cidade muito desigual. Temos um índice de desemprego muito grande. Durante muito tempo Salvador viveu da indústria do turismo, com todos os tributos que o turismo gerava. O fechamento do Centro de Convenções da Bahia teve um impacto direto na economia da cidade. O fechamento de vários hotéis, principalmente no entorno do centro de convenções também contribui de forma negativa. Muitos hotéis estão se mantendo hoje Deus sabe como, e a gente percebe a falta de preocupação do governo do Estado com nossa cidade. Salvador não tem indústria. Hoje o maior problema de Salvador é o desemprego.
Tribuna - Como está sendo a campanha deste ano, sobretudo com a proibição de doação de recursos por empresas?
Kátia - Muito difícil, pelo menos para mim. Meu círculo de amizade são pessoas assalariadas, meus familiares, meus amigos. E essas pessoas já atravessam dificuldades até para pagar suas próprias contas. Como é que elas podem disponibilizar recursos para apoiar uma campanha? Sou favorável ao financiamento público das campanhas, através do fundo partidário. Você tem um partido, e dependendo da representatividade de cada um deles, você teria um percentual ‘x’ para distribuir entre os candidatos. Eu não recebi nem um real de fundo partidário até agora, mesmo a legislação eleitoral obrigando a distribuição de recursos principalmente para candidatas, para as mulheres. Por outro lado, ela (a lei) iguala.
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