Em busca da reeleição, o vereador Kiki Bispo (PTB) promete se empenhar mais pelas demandas dos bairros onde teve maior votação nas eleições de 2012, os quais elege como alguns dos que merecem atenção especial por parte do poder público, como Cajazeiras, São Caetano e Castelo Branco.
Assim como todos os integrantes da bancada do governo na Câmara Municipal, Kiki também faz boa avaliação da gestão do prefeito ACM Neto (DEM), a quem atribui a faceta de ter, segundo ele, quebrado “vários paradigmas na cidade”. “O prefeito arrumou a casa, organizou as finanças, ele restabeleceu em Salvador a autonomia administrativa e financeira da cidade”, diz o vereador. Confira entrevista:
Tribuna da Bahia - Como você avalia a atual legislatura da Câmara Municipal de Salvador?
Kiki Bispo - Há muito tempo não se via um conceito tão positivo quanto se tem nessa legislatura. Hoje temos uma Câmara que produz, uma Câmara que consegue dar retorno à sociedade soteropolitana, que está sempre presente por causa dos projetos mais importantes da cidade. A gestão da Mesa Diretora do presidente Paulo Câmara (PSDB), que tem pautado sua gestão pela transparência e tem contribuído com esse novo momento que a Câmara vive.
Tribuna - E seu mandato? O que pode ser colocado como destaque positivo em benefício da sociedade?
Kiki - Igual à Câmara, igual ao Executivo, o que tem dado nossas diretrizes é a nova política, a política do trabalho, a política da presença, a política do retorno às funções do legislador para o cidadão. Essa tem sido a marca desses quatro anos de meu mandato. Sempre procurei me pautar por esses aspectos ao longo desse período. O momento que Salvador vive é muito por conta dessa nova dinâmica que se instalou na cidade.
Tribuna - Que projeto de sua autoria o senhor pode colocar como destaque?
Kiki - Tem um projeto de lei que está tramitando ainda (espero que até o final do ano esteja aprovado) em que eu solicito a criação do aplicativo que vai auxiliar na coleta de lixo. A coleta de lixo ainda é um problema em Salvador, há um desencontro entre a administração pública e o cidadão, porque muitas vezes o morador acaba não acompanhando o momento de coleta. Acho que é uma questão educacional, e que um aplicativo nessa linha vai ser muito favorável. Pensando nisso, eu criei um projeto de lei obrigando que as empresas terceirizadas implantem e coloquem à disposição do cidadão horário de coleta em sua rua, local de descarte adequado para cada tipo de lixo. O aplicativo facilitaria muito a coleta. Salvador gasta demais por conta disso e também falta informação e educação. Acho que o aplicativo pode ser muito benéfico nesse aspecto. Tem um projeto de lei que obriga que os postos de gasolina tenham licença ambiental, porque foi verificado que vários postos em Salvador não têm licença ambiental.
Tribuna - E o trabalho pela comunidade nos bairros onde o senhor atua? O que pode ser colocado como destaque?
Kiki - A gente trabalha por toda a Salvador, mas mais especificamente onde nosso eleitorado é mais forte, que é na região de Cajazeiras, Castelo Branco, São Caetano e Boa Vista de São Caetano. Nesses lugares especificamente nós procuramos a todo instante buscar investimentos por entender que essas regiões mais carentes precisam de uma atenção mais especial por parte dos poderes públicos. Ao longo desses quatro anos de mandato, eu tenho ficado muito satisfeito, porque realmente eu tenho percebido de perto que os investimentos têm ocorrido, e quando isso acontece, a gente consegue melhorar de alguma forma a qualidade de vida das pessoas.
Tribuna - Como avalia a gestão do prefeito ACM Neto?
Kiki - O prefeito quebrou vários paradigmas na cidade. Ele assumiu uma gestão deficitária do ponto de vista de arrecadação, desacreditada do ponto de vista dos cidadãos. O prefeito arrumou a casa, organizou as finanças, ele restabeleceu em Salvador a autonomia administrativa e financeira da cidade. Por conta disso, Salvador vive um novo momento, porque o prefeito tem feito uma gestão com os pés no chão, uma gestão equilibrada. Ele consegue atender a todos os principais segmentos de uma gestão pública: educação, saúde, infraestrutura, enfim, em todos os aspectos ele consegue fazer uma gestão muito equilibrada.
Tribuna - Quais as principais carências da cidade? O que deve ser prioridade para o próximo prefeito?
Kiki - A mobilidade urbana é uma questão que tem avançado muito, mas ainda tem muito a ser feito. Percebo muito isso nos bairros mais centrais da cidade. É preciso se fazer um plano de mobilidade urbana específico para cada local, porque cada região tem uma peculiaridade. Esse é um aspecto que sempre terá que ter atenção especial. A escola em tempo integral tem que ser uma realidade na próxima gestão, porque é realmente um ponto que precisa ser aprimorado. Salvador precisa muito disso. Acho que esses são dois desafios que a próxima gestão vai precisar abraçar, porque são sem dúvida questões fundamentais para o desenvolvimento da cidade.
Tribuna - Qual o principal erro e a principal gestão do prefeito ACM Neto?
Kiki - A avaliação que a população de Salvador faz é que ele é muito mais atencioso do que outros. Evidentemente que Salvador tem problemas seculares, e problemas históricos não se resolvem em quatro anos. Mas, com certeza, o prefeito deu um salto muito grande, principalmente sobre dois projetos que a Câmara aprovou: o PDDU e a nova lei de ordenamento do solo (Louos), que vão trazer benefícios para a cidade em médio e longo prazo.
Tribuna - Como será a campanha com a nova legislação eleitoral, sobretudo no que diz respeito às doações financeiras?
Kiki - Vai ser uma campanha diferente, atípica, com prazo muito curto. Está começando de forma muito acanhada, mas a gente tem que obedecer ao que manda a lei. Não podemos adquirir recursos de empresas. Vamos nos adequar à realidade e fazer a campanha com os recursos que tivermos. A campanha nesse aspecto vai ter um valor muito positivo, pois cada candidato vai ser obrigado a pegar seu santinho e bater de porta em porta, mostrar suas propostas ao morador. Acaba sendo um resgate positivo... porque o político vai poder falar de perto com seu eleitor.
Tribuna - A crise nacional vai ter impacto nas eleições de Salvador neste ano?
Kiki - O fator econômico está sempre atrelado ao fator político. Essa crise, com tanto desemprego, acaba afetando, sim, o aspecto político. Mas acho que é o momento de aproveitar a eleição para fazer a nova política para que a gente possa sair dessa situação.