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"ACM Neto é o prefeito do século", avalia Isnard Araújo

Confira entrevista exclusiva à Tribuna

Entre os aliados de ACM Neto (DEM) que já concederam entrevista à Tribuna pela série Papo Rápido, o vereador Isnard Araújo (PRB) se destaca em entusiasmo para elogiar o prefeito até então. 

Para Isnard, o democrata “não é um dos melhores prefeitos do Brasil, ele é o prefeito do século”. Isnard justifica tamanho elogio pelo fato de, segundo ele, o prefeito ter “colocado a máquina pública para voltar a funcionar”. Em se tratando de seu próprio mandato, o vereador, que é religioso, destaca seu trabalho de “evangelização”, e diz que “representa cerca de 600 igrejas” na Câmara Municipal. Confira a entrevista:

Tribuna da Bahia - Como o senhor avalia a atual legislatura da Câmara Municipal de Salvador?
Isnard Araújo -
É uma das melhores. Já estou aqui há três mandatos e avalio como uma das melhores, até por força da gestão do prefeito (ACM Neto – DEM), do trabalho que ele tem feito, da forma como ele manda para cá os projetos... A Câmara também mudou, está mais bem qualificada. Para mim, nesses três mandatos, essa legislatura é uma das melhores.
 
Tribuna - Como avalia seu próprio mandato? O que pode ser destacado em benefício da população?
Isnard -
É comum um vereador ter uma bandeira: ou jovem, ou criança, ou idoso, ou consumidor... Mas na verdade o vereador não pode dizer que ele é desse segmento, porque nós somos cobrados, somos acionados, somos compelidos, exigidos de uma forma geral. A cidade é um todo. É criança, é o adulto, é o idoso, é o transporte, a saúde, a educação etc. Então, como nós vivemos da discussão, das emendas, das votações, das leis, das proposições, nós somos cobrados em tudo. Como um parlamentar que pertence a uma base evangélica, eu tenho tido um destaque nessa área. Hoje eu trabalho com muitas igrejas. Eu diria que hoje eu represento cerca de 600 igrejas em Salvador, entre Universal, Batista, igrejas pequenas, igrejas razoavelmente grandes. Por força da demanda, pela condição das igrejas, eu acabei ficando limitado, não porque quis, mas porque não consegui abraçar muito mais, porque são muitas cobranças, são muitos pedidos no sentido de melhorar o trabalho das igrejas, de cuidar das igrejas, de preservar as igrejas... Então, meu destaque tem sido nessa área de preservação, de proteger, de cuidar do trabalho da evangelização.
 
Tribuna - Tem algum projeto de sua autoria que o senhor colocaria como destaque?
Isnard -
Tem. Eu tenho, por exemplo, a isenção dos templos religiosos, é um projeto meu. Tivemos agora a votação da Louos, em que nós colocamos sete emendas, das quais seis foram aprovadas. Emendas que, se passassem, iriam prejudicar muito o trabalho das igrejas. Quando eu falo igreja, estou falando de igrejas evangélicas, igrejas católicas, eu falo de templo. Então, aí nós defendemos a fé da pessoa, e independentemente do credo. Então, nós colocamos várias emendas. Eu me coloco como destaque no sentido de defender esse trabalho de evangelização.
 
Tribuna - Como avalia o governo de ACM Neto? Quais os principais erros e acertos?
Isnard -
Eu não tenho muita crítica ao prefeito ACM Neto. Ouço críticas a respeito dele porque nós temos aí algumas questões que podem ser discutidas. Há contraditório com respeito a muito radar, ao IPTU, que foi uma cobrança um tanto exagerada em algumas áreas da cidade. Eu diria até que em todas, porque os ricos foram bem cobrados, os pobres também. Então, como a área do IPTU é uma área que ele vai ter que repensar em alguns casos. Em termo de críticas, eu acho que é muito pouco. Agora, em termo de elogio, eu nunca vi nenhum prefeito fazer o que ele faz. Eu nunca vi. Durante todo o tempo em que sou cidadão (hoje estou com 54 anos)... Eu vi ele fazer em Salvador exatamente o que eu sonhava ou pensaria em fazer se eu fosse prefeito: cuidar da cidade, limpar a cidade, ter uma gestão plausível, agradável, uma gestão em que a cidade esteja percebendo a atuação do governo. Com certeza ACM Neto não é o melhor prefeito do Brasil. Ele é um dos melhores prefeitos de todos os tempos. Eu diria do século.
 
Tribuna - O que o senhor destaca como ação importante do governo municipal ao longo desses três anos e meio?
Isnard -
A primeira intervenção que eu destaco é o prefeito ter colocado a máquina pública em condições de trabalhar. Ele dá condições ao município de estar com seu nome limpo, de estar com um trabalho bem feito. Antes nós tínhamos uma gestão que estava com o nome sujo, praticamente no Serasa, com todos os CNPJs retidos. Pelas condições do antigo prefeito, pensava-se que ele não conseguiria caminhar com as próprias pernas, e ele provou exatamente o contrário. Num momento de crise, num momento em que o Brasil torna-se um país inviável, ele vem e faz diferente.
 
Tribuna - Quais as maiores carências da cidade hoje? O que deve ser colocado como prioridade pelo próximo prefeito?
Isnard -
São muitas as carências. Aí nós vamos para as localidades periféricas, para Cajazeiras, subúrbio ferroviário. Uma das coisas que mais carecem atenção é moradia, saneamento. Uma coisa pior ainda do que moradia e saneamento é não ter emprego, não ter oportunidade. Hoje não só o Brasil, mas a cidade de Salvador precisa muito de geração de emprego, oportunidade. Peço que continuemos o trabalho e que o prefeito possa fazer no seu segundo mandato uma melhor gestão do que essa e tenha condições de atender melhor à periferia, subúrbio, Cajazeiras e adjacências.
 
Tribuna - Como será a campanha neste ano com as novas regras para arrecadação de recursos?
Isnard -
Eu particularmente acho excelente a não presença do empresário, dos grandes empresários, dos médios empresários. Estamos no momento inicial dessa nova ideia, dessa nova forma de eleição. Eu peço aos parlamentares em Brasília que não mudem isso. Hoje somos nós, prefeitos e vereadores, que eles tenham a hombridade de manter esse mesmo processo nas próximas eleições para presidente, senadores, governadores e deputados. Que não tenha também nenhum tipo de doação de empresários. Hoje nós entendemos que é muito difícil para aqueles que não têm recursos, mas eu acho excelente a ausência do empresário na campanha cooptando os seus candidatos.
 
Tribuna - A crise nacional vai ter impacto nas eleições na Bahia?
Isnard -
Eu penso que não havia crise no Brasil. A crise no Brasil era crise política, de credibilidade... E Se falando em crise, que existe crise, que o Brasil está em crise, que tem crise, acabou gerando a crise econômica. Aí o empresário viu o povo se retendo, o povo se contraindo, não gastando. Aí, sim, começou a crise econômica, que hoje afeta a cidade e o país inteiro. Com certeza também vai influenciar na campanha.