Em seu terceiro mandato na Câmara de Salvador, o vereador Orlando Palhinha (DEM) é conhecido por sua atuação nas comunidades periféricas e na defesa de pautas que privilegiam a educação e a saúde. Nesta entrevista, o democrata avalia o próprio mandato nos últimos três anos e meio e analisa as carências da capital baiana, além de expor as suas expectativas em relação às eleições municipais de outubro.
Tribuna - Como avalia a atuação da Câmara na atual legislatura?
Orlando Palhinha - Avalio positivamente e com satisfação de fazer parte dessa legislatura, nesse terceiro mandato em que estou. E tenho certeza que é uma das melhores legislaturas que a Câmara Municipal tem desenvolvido, votando projetos importantes para a cidade e dando contribuição para o povo de Salvador.
Tribuna - Como avalia o seu próprio mandato?
Orlando Palhinha – Avalio de forma positiva, sobretudo, devido à minha presença maciça ao lado do prefeito ACM Neto, visitando semanalmente, em média duas vezes na semana, os bairros da cidade, especialmente os bairros periféricos, levando melhorias para as pessoas. E isso é um crescimento do nosso mandato, ao lado do melhor prefeito do Brasil. Destaco ainda projetos que resultaram na construção de várias creches nos bairros periféricos, na ampliação de várias escolas, visando diminuir a evasão escolar e a manter as crianças nos três turnos em algumas escolas que foram inauguradas. Para mim, esse foi o maior avanço do prefeito ACM Neto, o investimento em educação. Agora, é importante destacar ainda os avanços que tivemos com o novo PDDU, diferente do de 2008, que foi debatido e judicializado. Nessa legislatura, a Câmara teve o comprometimento de discutir com a sociedade e, sem sombra de dúvida, o PDDU e a Louos, que está sendo votada, serão de grande valia para a população. A Louos traz o incremento de melhorar o comércio em determinados bairros. Antigamente não se podia colocar uma clínica médica, uma borracharia, um restaurante, porque a lei era caduca, tinha mais de trinta anos. E esse projeto, que esperamos votar neste mês de agosto, trará maior crescimento para a cidade de Salvador.
Tribuna - Como o senhor avalia a gestão de ACM Neto?
Orlando Palhinha - É uma excelente administração, desde o início eu tinha certeza da capacidade dele. Primeiro, ele é uma pessoa capaz, inteligente e trabalhadora, é o melhor prefeito que administrou a cidade. Do gabinete ele vai para os bairros, leva os seus secretários para ver in loco as necessidades e já dá a solução. Segundo, ele escolhe pessoas competentes, capacitadas e honestas. Terceiro, a chave do cofre da nossa cidade está muito bem entregue ao secretário Paulo Souto, que tem ao seu lado o prefeito com a melhor capacidade de gerir no Brasil.
Tribuna - Quais as principais carências de Salvador hoje e o que deve ser colocado como prioridade pelo próximo prefeito?
Orlando Palhinha - Primeiro, o desemprego, somos uma cidade que não tem indústria. Se eu chegar um dia à Assembleia Legislativa, quero dar a minha contribuição para criar, principalmente nos bairros periféricos, os polos industriais de pequenas indústrias não poluentes, porque isso vai trazer muito mais empregos para as pessoas. Segundo, melhorar o nosso turismo. Terceiro, a segurança pública tem que melhorar porque se você melhora a segurança, acaba abrindo espaço para o turista vir a Salvador. Por último, independente da ordem, a saúde precisa ser melhorada. O prefeito ACM Neto tem se esforçado junto com José Antônio, secretário de Saúde, independente do apoio do governo federal. Eles têm feito um excelente trabalho na saúde, podendo melhorar mais ainda quando o governo federal e governo do Estado tiverem mais comprometimento com o povo de Salvador.
Tribuna - Como avalia a questão da urbanização da cidade, inclusive na parte de infraestrutura, que sempre foi um problema em Salvador?
Orlando Palhinha - Eu atuo nos bairros periféricos, é verdade, mas a gente sabe que a cidade cresceu de forma desordenada. Mas o prefeito ACM Neto tem trabalhado, tem apresentado projetos na Câmara, existem vários nesse segmento. Alguns bairros têm que passar por desapropriações, tem que melhorar a mobilidade e a segurança pública. E essa administração em que a gente está, espero que o povo de Salvador possa renovar o nosso mandato para trazermos mais contribuições e projetos de lei que deverão ser feitos para melhorar a mobilidade. Salvador é uma cidade em planície, planalto e depressões, cresceu desordenadamente. Mas o prefeito tem dado qualidade de vida e dignidade a esses bairros periféricos quando leva desapropriações, limpeza de canal, abertura de novas ruas. Salvador está no caminho certo.
Tribuna - Com as mudanças na legislação eleitoral, como será a campanha deste ano a vereador, sobretudo no quesito arrecadação?
Orlando Palhinha - É difícil, pois acabou o financiamento privado de campanha, e isso é preocupante. Mas, acima de tudo, espero que o povo de Salvador possa honrar os candidatos que verdadeiramente têm trabalhado, que têm representado bem aqui na Câmara Municipal. Vamos fazer política, com o trabalho que tem sido desenvolvido nesses três anos e meio ao lado do prefeito ACM Neto, com a visibilidade que tivemos, e, acima de tudo, botar a cara [sic] para a população avaliar o trabalho que fizemos. Chega de as pessoas fazerem na campanha carregando malas pretas nas comunidades, cooptando lideranças e pessoas para ter votos. O mau político tem que ser banido da vida pública.
Tribuna - E como está se dando este ano a relação com as lideranças comunitárias, já que era praxe haver uma negociação entre líderes de bairros e políticos que estavam almejando um mandato?
Orlando Palhinha - As coisas não mudam da noite para o dia, mas creio que, a partir de agora, iremos viver uma nova etapa. Desde já estamos trabalhando para conscientizar as pessoas de que a política está mudando e espero que o povo tenha a consciência para escolher o bom político que tem representado com dignidade durante os quatro anos de uma legislatura.
Tribuna - Acredita que o cenário nacional e a crise política que o Brasil atravessa vão impactar nas eleições aqui na Bahia?
Orlando Palhinha - Acredito e infelizmente acho que vamos ter uma abstenção em torno de 32%, isso influenciado pelo cenário nacional, pelo desemprego, pelos políticos como um todo. A função do político foi jogada na sarjeta, e espero que a partir de agora, nessa campanha, as pessoas possam enxergar que nem tudo está perdido. E a partir daí a sociedade vai trilhar para saber escolher, porque um voto que você não dá corretamente em um dia se paga por quatro anos.