Alberto Oliveira

À procura de um papel no governo para a ex-presidente Dilma Rousseff

O autor é jornalista

Sim, Dilma Rousseff é agora, de fato, ex-presidente do Brasil. Com Lula na Casa Civil, será ele quem dará as ordens, traçará os rumos da economia brasileira, dirá o que fará e o que deixará de ser feito por Dilma Rousseff, mera coadjuvante, e que entrará para a história como a que levou o País à recessão, angariou índices recordes de desaprovação um ano após receber a maioria de votos, no País, e entregou o cargo ao ex-presidente Lula.

Lula volta à presidência, mas sem o respaldo da votação popular. E de quebra, ao que parece convicto de que seria levado à prisão pelo juiz Sérgio Moro, escapa-lhe, buscando o refúgio do Supremo Tribunal Federal.

Certamente venceu uma batalha, mas sem a segurança de que a guerra esteja ganha. Porque o Supremo tem dado mostras, no passado recente, de que está disposto a cumprir sua missão, qual seja a de zelar pelos princípios constitucionais, e já mandou para a cadeia pessoas que se julgavam acima da lei, inatacáveis.

O Supremo não se acovardou ao julgar a quadrilha que instituiu o mensalão e dele se aproveitou. Tem mostrado a serenidade necessária e esperada de uma suprema corte, e a sociedade brasileira dele tem uma imagem favorável, diferentemente do que pensa o presidente Lula, que acaba de assumir a direção do País, ocupando o lugar de Dilma Rousseff, na prática.

Não, o STF não parece acovardado, como disse Lula, flagrado em conversas nem um pouco republicanas, recheadas de palavrões, de linguagem chula, digna no máximo de um botequim de beira de estrada. 

E olhe que estava falando com a então presidente do Brasil.