Recentemente tive oportunidade de experimentar o Uber, serviço de transportes que está se espalhando pelo mundo, de forma paralela à de táxis e ao qual Salvador já deveria ter aderido.
Quando falamos de táxis, em Salvador, o que nos vem à mente?
1) São poucos (cerca de 7 mil, para uma população de quase 3 milhões de pessoas; em Buenos Aires, eles são 30 mil).
2) São caros (uma corrida do Aeroporto para o Itaigara custa R$ 99, quando gera uma despesa, para o motorista, em termos de combustível, desgaste do carro, etc., de R$ 10, sendo pessimista).
3) Sobram os exemplos de usuários enganados por motoristas desonestos, principalmente em períodos de festa, como o carnaval e o réveillon.
4) Muitos carros são velhos, sem ar-condicionado.
5) Também é fácil deparar-se com motoristas que tratam os usuários como se estivessem fazendo a eles um enorme favor.
6) Grande parte das licenças de exploração do serviço de táxis está nas mãos de poucas pessoas, que alugam para os motoristas e lhes tiram o couro.
O que vi, no Uber:
1) Carros novos
2) Motoristas educados
3) Ar-condicionado, música na altura certa, água mineral para os usuários, além de jornais, revistas, chocolates, etc.
4) Valor da corrida informado no momento em que se pede o serviço
5) Pagamento feito via cartão de crédito (ao serviço, não ao motorista)
6) Tarifas muito mais baixas (um táxi de Guarulhos para determinado bairro em São Paulo custa R$ 120; de Uber, do mesmo local para Guarulhos, entre 50 e R$ 70)
7) Recebimento, via e-mail, de mapa com o trajeto feito pelo motorista
Vejo governantes resistindo ao Uber, uma repetição do que ocorreu na Revolução Industrial, quando os ludistas quebraram as máquinas nas fábricas, alegando que tiravam o emprego do tecelão.
Ficar contra o Uber, a meu ver, é colocar-se contra a população, em benefício de uma minoria que explora um serviço caro, ultrapassado e que dá lugar a uma série de distorções.
É resistir à inovação, para privilegiar poucos, em detrimento da maioria.